Perguntas sobre a Bíblia

O que é a Bíblia?

A palavra “Bíblia” vem do latim e grego e significa “livro”, um nome apropriado, já que a Bíblia é o Livro para todas as pessoas, de todos os tempos. É um livro sem igual, sozinho em sua classe.

Sessenta e seis livros fazem parte da Bíblia. Eles incluem livros da lei, tais como Levítico e Deuteronômio; livros históricos, tais como Esdras e Atos; livros de poesia, tais como Salmos e Eclesiastes; livros de profecia, tais como Isaías e Apocalipse; biografias, tais como Mateus e João; e epístolas (cartas formais), tais como Tito e Hebreus.

O que é a Bíblia? – Os Autores

Cerca de 40 autores humanos diferentes escreveram a Bíblia. Ela foi escrita durante um período de 1500 anos. Os autores foram reis, pescadores, sacerdotes, oficiais do governo, fazendeiros, pastores e médicos. De toda essa diversidade surge uma unidade incrível, com temas em comum por todo o seu percurso.

A unidade da Bíblia deve-se ao fato de que, essencialmente, ela tem um Autor: Deus. A Bíblia é “Inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16). Os autores humanos escreveram exatamente o que Deus queriam que escrevessem, e o resultado foi a perfeita e santa Palavra de Deus (Salmos 12:6; 2 Pedro 1:21).

O que é a Bíblia? – As Divisões

A Bíblia é dividida em duas partes principais: O Velho Testamento e o Novo Testamento. Em resumo, o Velho Testamento é a história de uma nação, e o Novo Testamento é a história de um Homem. A nação foi a forma que Deus usou para trazer o Homem ao mundo.

O Velho Testamento descreve a fundação e preservação da nação de Israel. Deus prometeu usar Israel para abençoar o mundo inteiro (Gênesis 12:2-3). Uma vez que Israel tinha sido estabelecida como nação, Deus fez surgir uma família daquela nação através da qual a benção iria vir: a família de Davi (Salmos 89:3-4). Então, da família de Davi foi prometido um Homem que traria a benção prometida (Isaías 11:1-10).

O Novo Testamento detalha a vinda desse Homem prometido. Seu nome era Jesus, e Ele cumpriu as promessas do Velho Testamento por viver uma vida perfeita, morrer para tornar-se o Salvador e ressuscitar dos mortos.

O que é a Bíblia? – O Personagem Principal

Jesus é o personagem principal da Bíblia – o livro inteiro é sobre Ele. O Velho Testamento prediz Sua vinda e prepara o palco para Sua entrada ao mundo. O Novo Testamento descreve Sua vinda e Seu trabalho para trazer salvação a nosso mundo pecaminoso.

Jesus é mais do que uma figura histórica; na verdade, Ele é mais do que um homem. Ele é Deus em carne, e Sua vinda foi o evento mais importante da história do mundo. Deus Se tornou homem para nos dar um retrato claro e compreensível de quem Ele é. Como é Deus? Ele é como Jesus; Jesus é Deus na forma humana (João 1:14; 14:9).

O que é a Bíblia? – Um Curto Resumo

Deus criou o homem e o colocou em um ambiente perfeito; no entanto, o homem se rebelou contra Deus e deixou de ser o que Deus tinha planejado para ele ser. Deus colocou o mundo sob uma maldição por causa do pecado, mas imediatamente colocou em ação um plano para restaurar o homem e toda a criação à sua glória original.

Como parte do Seu plano de redenção, Deus chamou a Abraão para sair da Babilônia e ir para Canaã (mais ou menos 2000 A.C.). Deus prometeu a Abraão, a seu filho Isaque e seu neto Jacó (também chamado de Israel) que Ele iria abençoar o mundo através de um de seus Descendentes. A família de Israel emigrou de Canaã a Egito, onde eles passaram a ser uma nação.

Mais ou menos 1400 A.C., Deus guiou os descendentes de Israel a deixar o Egito sob a direção de Moisés e deu a eles a Terra Prometida, Canaã. Através de Moisés, Deus deu ao povo de Israel a Lei e fez uma aliança (testamento) com eles: se eles permanecessem fiéis a Deus e não seguissem a idolatria das nações ao seu redor, eles iriam prosperar. Se eles abandonassem a Deus e seguissem aos ídolos, então Deus iria destruir sua nação.

Mais ou menos 400 anos depois, durante os reinos de Davi e seu filho Salomão, Israel se solidificou em um reino grande e poderoso. Deus prometeu a Davi e Salomão que um Descendente deles reinaria como um Rei eterno.

Depois do reino de Salomão, a nação de Israel foi dividida. As dez tribos do norte se chamaram de “Israel”, e eles duraram mais ou menos 200 anos até que Deus os julgou por sua idolatria: Assíria levou Israel cativo mais ou menos 721 A.C. As duas tribos do sul foram chamadas de “Judá”, e elas duraram mais tempo, mas eventualmente também abandonaram a Deus. Babilônia levou eles cativo mais ou menos 600 A.C.

Mais ou menos 70 anos depois, Deus graciosamente trouxe o restante dos cativos de volta a sua própria terra. Jerusalém, a capital, foi reconstruída mais ou menos 444 A.C., e Israel mais uma vez estabeleceu sua identidade nacional. Dessa forma o Velho Testamento termina.

O Novo Testamento começa mais ou menos 400 anos depois com o nascimento de Jesus Cristo em Judá. Jesus era o Descendente prometido a Abraão e Davi; Aquele que iria cumprir o plano de Deus de redimir a humanidade e restaurar a criação. Jesus fielmente completou Sua tarefa: Ele morreu pelo pecado e ressuscitou dos mortos. A morte de Cristo é a base para a nova aliança (testamento) com o mundo: todo aquele que tem fé em Cristo vai ser salvo do pecado e viver eternamente.

Depois da Sua ressurreição, Jesus enviou Seus discípulos para anunciar as novas da Sua vida e Seu poder para salvar em todos os lugares. Os discípulos de Jesus saíram em todas as direções anunciando as boas novas de Jesus e da salvação. Eles viajaram pela Ásia Menor, Grécia e por todo o Império Romano. O Novo Testamento termina com uma profecia do retorno de Jesus para julgar o mundo incrédulo e libertar a criação da maldição.

É a Bíblia verdadeiramente a Palavra de Deus?

Nossa resposta a esta pergunta não irá apenas determinar como vemos a Bíblia e sua importância para nossas vidas, mas também, ao final, provocar em nós um impacto eterno. Se a Bíblia é de fato a palavra de Deus, devemos então estimá-la, estudá-la, obedecer-lhe e nela confiar. Se a Bíblia é a Palavra de Deus, dispensá-la, então, é dispensar o próprio Deus.

O fato de que Deus nos deu a Bíblia é evidência e exemplo de Seu amor por nós. O termo “revelação” significa simplesmente que Deus comunicou à humanidade como Ele é e como nós podemos ter um correto relacionamento com Ele. São coisas que não poderíamos saber se Deus, na Bíblia, não as tivesse revelado divinamente a nós. Embora a revelação de Deus sobre Si mesmo tenha sido dada progressivamente, ao longo de aproximadamente 1500 anos, ela sempre conteve tudo que o homem precisava saber sobre Deus para com Ele ter um bom relacionamento. Se a Bíblia é realmente a Palavra de Deus, é portanto a autoridade final sobre todas as questões de fé, prática religiosa e moral.

A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: como podemos saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e não simplesmente um bom livro? O que é único sobre a Bíblia que a separa de todos os outros livros religiosos já escritos? Existe alguma evidência de que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus? Estes são os tipos de perguntas que merecem análise se formos seriamente examinar a afirmação bíblica de que a Bíblia é a verdadeira Palavra de Deus, divinamente inspirada, e totalmente suficiente para todas as questões de fé e prática.

Não pode haver dúvida sobre o fato de que a própria Bíblia afirma ser a verdadeira Palavra de Deus. Tal pode ser claramente observado em versículos como 2 Timóteo 3:15-17, que diz: “... desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

A fim de responder a estas perguntas, devemos observar tanto as evidências internas quanto as evidências externas de que a Bíblia é mesmo a Palavra de Deus. Evidências internas são aquelas coisas do interior da Bíblia que testificam sua origem divina. Uma das primeiras evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus é a sua unidade. Apesar de, na verdade, ser composta de sessenta e seis livros individuais, escritos em três continentes, em três diferentes línguas, durante um período de aproximadamente 1500 anos, por mais de 40 autores (que tinham profissões diferentes), a Bíblia permanece como um livro unificado desde o início até o fim, sem contradições. Esta unidade é singular em comparação a todos os outros livros e é evidência da origem divina das palavras, enquanto Deus moveu homens de tal forma que registraram as Suas palavras.

Outra evidência interna que indica que a Bíblia é a Palavra de Deus é observada nas profecias detalhadas contidas em suas páginas. A Bíblia contém centenas de detalhadas profecias relacionadas ao futuro de nações individuais, incluindo Israel, ao futuro de certas cidades, ao futuro da humanidade, e à vinda de um que seria o Messias, o Salvador, não só de Israel, mas de todos que Nele cressem. Ao contrário de profecias encontradas em outros livros religiosos, ou das profecias feitas por Nostradamus, as profecias bíblicas são extremamente detalhadas e nunca falharam em se tornar realidade. Há mais de trezentas profecias relacionadas a Jesus Cristo apenas no Antigo Testamento. Não apenas foi predito onde Ele nasceria e de qual família viria, mas também como Ele morreria e que ressuscitaria ao terceiro dia. Simplesmente não há maneira lógica de explicar as profecias cumpridas da Bíblia a não ser por origem divina. Não existe outro livro religioso com a extensão ou o tipo de previsão das profecias que a Bíblia contém.

Uma terceira evidência interna da origem divina da Bíblia é notada na sua autoridade e poder únicos. Enquanto esta evidência é mais subjetiva do que as duas evidências anteriores, ela não é nada menos do que testemunho poderoso da origem divina da Bíblia. A Bíblia tem autoridade única, que não se parece com a de qualquer outro livro já escrito. Esta autoridade e poder podem ser vistos com mais clareza pela forma como inúmeras vidas já foram transformadas pela leitura da Bíblia. Curou viciados em drogas, libertou homossexuais, transformou a vida de pessoas sem rumo, modificou criminosos de coração duro, repreende pecadores, e sua leitura transforma o ódio em amor. A Bíblia possui um poder dinâmico e transformador que só é possível por ser a verdadeira Palavra de Deus.

Além das evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus, existem também evidências externas que indicam isto. Uma destas evidências é o caráter histórico da Bíblia. Como a Bíblia relata eventos históricos, a sua veracidade e precisão estão sujeitas à verificação, como qualquer outro documento histórico. Através tanto de evidências arqueológicas quanto de outros documentos escritos, os relatos históricos da Bíblia foram várias vezes comprovados como verdadeiros e precisos. Na verdade, todas as evidências arqueológicas e encontradas em manuscritos que validam a Bíblia a tornam o melhor livro documentado do mundo antigo. O fato de que a Bíblia registra precisa e verdadeiramente eventos historicamente verificáveis é uma grande indicação da sua veracidade ao lidar com assuntos religiosos e doutrinas, ajudando a substanciar sua afirmação em ser a Palavra Deus.

Outra evidência externa de que a Bíblia é a Palavra de Deus é a integridade de seus autores humanos. Como mencionado anteriormente, Deus usou homens vindos de diversas profissões e ofícios para registrar as Suas palavras para nós. Estudando as vidas destes homens, não há boa razão para acreditar que não tenham sido homens honestos e sinceros. Examinando suas vidas e o fato de que estavam dispostos a morrer (quase sempre mortes terríveis) pelo que acreditavam, logo se torna claro que estes homens comuns, porém honestos, realmente criam que Deus com eles havia falado. Os homens que escreveram o Novo Testamento e centenas de outros crentes (1 Coríntios 15:6) sabiam a verdade da sua mensagem porque haviam visto e passado tempo com Jesus Cristo depois que Ele ressuscitou dentre os mortos. A transformação ao ter visto o Cristo Ressuscitado causou tremendo impacto nestes homens. Eles passaram do “esconder-se com medo” ao estado de “disposição a morrer pela mensagem que Deus lhes havia revelado”. Suas vidas e mortes testificam o fato de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus.

Uma última evidência externa de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus é seu “caráter indestrutível”. Por causa de sua importância e de sua afirmação em ser a Palavra de Deus, a Bíblia sofreu mais ataques e tentativas de destruição do que qualquer outro livro na história. Dos primeiros imperadores romanos como Diocleciano, passando por ditadores comunistas e até chegar aos ateus e agnósticos modernos, a Bíblia resistiu e permaneceu a todos os seus ataques e continua sendo o livro mais publicado no mundo hoje.

Através dos tempos, céticos tiveram a Bíblia como mitológica, mas a arqueologia a estabeleceu como histórica. Seus oponentes atacaram seus ensinamentos como sendo primitivos e desatualizados, porém estes, somados a seus conceitos morais e legais, tiveram uma influência positiva em sociedades e culturas do mundo todo. Ela continua a ser atacada pela ciência, psicologia e por movimentos políticos, mas mesmo assim permanece tão verdadeira e relevante como quando foi escrita. Ela é um livro que transformou inúmeras vidas e culturas através dos últimos 2000 anos. Não importa o quanto seus oponentes tentem atacá-la, destruí-la ou fazer com que perca sua reputação, a Bíblia permanece tão forte, verdadeira e relevante após os ataques quanto antes. A precisão com que foi preservada, apesar de todas as tentativas de corrompê-la, atacá-la ou destruí-la é o testemunho claro do fato de que a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus. Não deveria ser surpresa para nós que, não importa o quanto seja atacada, ela sempre volta igual e ilesa. Afinal, Jesus disse: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Marcos 13:31). Após observar as evidências, qualquer um pode dizer sem dúvida nenhuma que “Sim, a Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus.”

A Bíblia contém erros, contradições ou discrepâncias?

Se você ler a Bíblia, aceitando-a sem questionamentos, livre de idéias pré-concebidas para encontrar erros, você encontrará um livro coerente, consistente e relativamente fácil de entender. Sim, há passagens difíceis. Sim, há versos que parecem se contradizer. Devemos nos lembrar que a Bíblia foi escrita por aproximadamente 40 autores diferentes por um período de aproximadamente 1500 anos. Cada escritor escreveu com um estilo diferente, com uma perspectiva diferente, para um público diferente, com um propósito diferente. Devemos esperar algumas diferenças! Entretanto, uma diferença não é uma contradição. Somente é um erro se não houver maneira concebível na qual os versos ou passagens possam ser reconciliados. Mesmo que não haja uma resposta disponível agora, isto não significa que uma resposta não exista. Muitos encontraram supostos erros na Bíblia em relação à história ou geografia, mas logo descobrem que a Bíblia estava certa, depois que são descobertas mais evidências arqueológicas.

No nosso site da internet em Inglês, freqüentemente recebemos perguntas com o seguinte: “Explique como estes versos não se contradizem!” ou “Olhe, aqui tem um erro na Bíblia!” Admitimos: algumas das coisas que nos perguntam são difíceis de responder. Entretanto, é nossa afirmação que há sim respostas viáveis e intelectualmente plausíveis para cada suposta contradição e erro na Bíblia. Há livros e sites da internet disponíveis que listam “todos os erros da Bíblia.” A maioria das pessoas simplesmente se abastece de munição nesses lugares: não acham os erros sozinhos. Também há livros e sites da internet disponíveis que refutam cada um desses erros. A coisa mais triste é que a maioria das pessoas que ataca a Bíblia não está realmente interessada na resposta, mas tudo o que querem é atacar. Muitos desses que “atacam” a Bíblia até já sabem as respostas, mas continuam a usar os mesmos velhos ataques mais e mais.

Então, o que você faz quando alguém chega até você dizendo que existe um erro na Bíblia? (1) Em oração, estude as Escrituras e veja se há uma solução simples. (2) Pesquise usando um bom comentário da Bíblia, livros que “defendam” a Bíblia, e sites da internet de pesquisa bíblica. (3) Pergunte a seus pastores ou líderes da igreja e veja se eles têm a solução. (4) Se mesmo assim não houver uma resposta clara, depois dos passos (1), (2) e (3), confie em Deus que Sua Palavra é verdadeira e que há uma solução que simplesmente não foi ainda percebida (II Timóteo 2:15; 3:16-17).

A Bíblia é relevante para os dias de hoje?

Hebreus 4:12 nos diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Mesmo tendo sido escrita por mais de 40 autores por um período de mais de 1500 anos, sua verdade e relevância para os dias de hoje não mudou. A Bíblia é a única fonte objetiva de toda a revelação que Deus nos deu a respeito de Si mesmo e Seu plano para a humanidade.

A Bíblia contém grande quantidade de informações sobre o mundo natural que foi confirmada por observações e pesquisa científica. Algumas dessas passagens incluem Levítico 17:11, Eclesiastes 1:6-7, Jó 36:27-29, Salmos 102:25-27 e Colossenses 1:16-17. Conforme vai se desdobrando a história bíblica do plano redentor de Deus, muitos personagens diferentes são vividamente descritos. Fazendo assim, a Bíblia fornece muitas informações sobre o comportamento e tendências humanas. Nossas próprias experiências cotidianas nos mostram que tais informações são mais exatas e descritivas da condição humana do que qualquer livro de psicologia. Muitos fatos históricos registrados na Bíblia foram confirmados por fontes não-bíblicas. Freqüentemente, a pesquisa histórica demonstra um alto grau de concordância entre os relatos bíblicos e não-bíblicos, a respeito dos mesmos acontecimentos. Em muitos casos, a Bíblia tem sido considerada mais correta em termos históricos.

Entretanto, a Bíblia não é um livro de história, texto de psicologia, tampouco periódico científico. A Bíblia é a descrição dada a nós por Deus sobre quem Ele é, Seus desejos e planos para a humanidade. O componente mais significante dessa revelação é a história de nossa separação de Deus pelo pecado, e as medidas que Deus tomou para a restauração da união através do sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo, na cruz. Nossa necessidade de redenção não muda. Nem o desejo de Deus de que com Ele nos reconciliemos.

A Bíblia contém uma grande quantidade de informações precisas e relevantes. A mensagem mais importante da Bíblia, a redenção, é universalmente e perpetuamente aplicável à humanidade. A Palavra de Deus nunca ficará ultrapassada, suplantada ou necessitando de melhorias. Mudam as culturas, as leis, as gerações vêm e vão, mas a Palavra de Deus é tão relevante hoje quanto o era quando começou a ser escrita. Nem todas as Escrituras necessariamente se aplicam explicitamente a nós hoje, mas todas contêm verdade que podemos e devemos aplicar em nossas vidas hoje.

Como e quando foi compilado o cânone da Bíblia?

O termo “cânone” (ou “cânon”) é usado para descrever os livros que foram divinamente inspirados e, por isso, pertencentes à Bíblia. O aspecto difícil em determinar o cânone bíblico é que a Bíblia não nos dá uma lista dos livros que a ela pertencem. Determinar o cânone foi um processo, primeiro por rabinos judeus e eruditos, e depois, mais tarde, por cristãos primitivos. Certamente foi Deus quem decidiu que livros pertenciam ao cânone bíblico. Um livro ou Escritura pertenceu ao cânone a partir do momento que Deus inspirou sua autoria. É simplesmente uma questão de Deus convencer Seus seguidores humanos de que livros deveriam ser incluídos na Bíblia.

Em comparação ao Novo Testamento, houve pouca polêmica a respeito do cânone do Velho Testamento. Crentes Hebreus reconheceram os mensageiros de Deus e aceitaram o que escreveram como inspirado por Deus. Houve, inegavelmente, algum debate a respeito do cânone do Velho Testamento. Entretanto, por volta de 250 d.C. houve uma concordância quase universal a respeito do cânone das Escrituras Hebraicas. A única pendência foi sobre os Apócrifos... com algum debate e discussão que se estende até hoje. A vasta maioria dos eruditos hebreus consideraram os Apócrifos como bons documentos históricos e religiosos, mas não no mesmo nível das Escrituras Hebraicas.

Para o Novo Testamento, o processo de reconhecimento e compilação começou nos primeiros séculos da igreja cristã. Desde o início, alguns dos livros do Novo Testamento foram sendo reconhecidos. Paulo considerou os escritos de Lucas tão cheios de autoridade quanto o Velho Testamento (I Timóteo 5:18; veja também Deuteronômio 25:4 e Lucas 10:7). Pedro reconheceu os escritos de Paulo como parte das Escrituras (II Pedro 3:15-16). Alguns dos livros do Novo Testamento circulavam entre as igrejas (Colossenses 4:16; I Tessalonicenses 5:27). Clemente de Roma mencionou ao menos oito livros do Novo Testamento (95 d.C.). Inácio de Antioquia reconheceu cerca de sete livros (115 d.C.). Policarpo, um discípulo de João o Apóstolo, reconheceu 15 livros (108 d.C.). Mais tarde, Irineu mencionou 21 livros (185 d.C.). Hipólito reconheceu 22 livros (170-235 d.C.). Os livros do Novo Testamento que provocaram maior polêmica foram Hebreus, Tiago, II Pedro, II João e III João. O primeiro “cânone” foi o Cânon Muratoriano, que foi compilado em 170 d.C. O Cânon Muratoriano incluiu todos os livros do Novo Testamento, exceto Hebreus, Tiago e III João. Em 363 d.C. o Concílio de Laodicéia estabeleceu que somente o Velho Testamento (e os Apócrifos) e os 27 livros do Novo Testamento deveriam ser lidos nas igrejas. O Concílio de Hippo (393 d.C.) e o Concílio de Cartagena (397 d.C.) também afirmaram a autoridade dos mesmos 27 livros.

Os concílios se basearam em algo similar aos seguintes princípios para determinar se um livro do Novo Testamento era realmente inspirado pelo Espírito Santo: 1) O autor foi um apóstolo, ou teve uma estreita ligação com um apóstolo? 2) O livro é aceito pelo Corpo de Cristo como um todo? 3) O conteúdo do livro é de consistência doutrinária e ensino ortodoxo? 4) Este livro contém provas de alta moral e valores espirituais que reflitam a obra do Espírito Santo? Novamente, é crucial recordar que a igreja não determina o cânone. Nenhum concílio primitivo determinou o conteúdo do cânone. Foi Deus, e unicamente Deus quem determinou quais livros pertenciam à Bíblia. Foi simplesmente questão de Deus convencer Seus seguidores a fazer o que Ele já havia decidido. O processo humano de reunir os livros da Bíblia foi imperfeito, mas Deus, em Sua soberania, e apesar de nossa ignorância e teimosia, levou a igreja primitiva ao reconhecimento dos livros que Ele havia inspirado.

Qual a forma correta de estudar a Bíblia?

Determinar o significado das Escrituras é uma das tarefas mais importantes que um crente tem nesta vida. Deus não nos diz que devemos simplesmente ler a Bíblia. Devemos estudá-la, lidar com ela corretamente. Estudar as escrituras é tarefa árdua. Uma olhadela superficial das Escrituras pode às vezes nos levar a tirar conclusões erradas a respeito do que Deus quer dizer. Por isso, é crucial compreender vários princípios a respeito de como determinar o correto significado das Escrituras.

1. Ore e peça ao Espírito Santo que dê a você entendimento. João 16:13 diz: “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” Jesus, em João 16, se refere ao Espírito Santo e diz que quando Ele viesse (O Espírito Santo veio no Pentecoste, Atos 2), Ele os guiaria até a verdade. Da mesma forma com que o Espírito santo guiou os apóstolos na autoria do Novo Testamento, Ele também nos guia para que compreendamos as Escrituras. Lembre-se, a Bíblia é livro de Deus, e precisamos perguntar a Ele o que significa. Se você é um cristão, o autor das Escrituras, o Espírito Santo, habita em você... e Ele quer que você compreenda o que escreveu.

2. Não isole a passagem dos versículos que o cercam, achando que o significado da passagem não é dependente dos versos ao redor. Você deve sempre ler os versos que estão ao redor e capítulos, e estar familiarizado com o propósito do livro. Mesmo sendo as Escrituras vindas de Deus (II Timóteo 3:16; II Pedro 1:21), Deus usou homens para escrevê-las. Estes homens tinham um tema em mente, um propósito para escrever, uma questão ou questões específicas às quais se referiam. Leia o contexto para o livro da Bíblia que está estudando para descobrir quem o escreveu, para quem foi escrito, quando foi escrito e por que foi escrito. Então leia os capítulos anteriores ao verso ou versos que está estudando para sentir exatamente o tópico sobre o qual o autor humano estava escrevendo. Tenha cuidado também e deixe o texto falar por si mesmo. Às vezes as pessoas colocam um significado particular em palavras com o fim de obter a interpretação que bem desejam.

3. Não tente ser totalmente independente em seu estudo da Bíblia. É arrogância pensar que você não pode alcançar entendimento através do longo trabalho de outros que estudaram as Escrituras. Algumas pessoas, equivocadamente, se achegam à Bíblia com a idéia que vão depender apenas do Espírito Santo e descobrirão todas as verdades ocultas das Escrituras. Cristo, ao dar o Espírito Santo, providenciou pessoas com dons e dons espirituais ao corpo de Cristo. Um desses dons espirituais é o do ensino (Efésios 4:11-12; I Coríntios 12:28). Estes mestres são dados pelo Senhor para nos ajudar a corretamente compreender e obedecer as Escrituras. Também é sábio estudar a Bíblia com outros crentes, ajudando uns aos outros a compreender e aplicar a verdade da Palavra de Deus.

O que significa dizer que a Bíblia é inspirada?

Quando as pessoas dizem que a Bíblia foi inspirada, estão se referindo ao fato de que Deus divinamente influenciou os autores humanos das Escrituras de modo tal que aquilo que escreveram foi a própria Palavra de Deus. No contexto das Escrituras, a palavra inspiração simplesmente significa “Divinamente inspirada”. Inspiração comunica a nós o fato da Bíblia verdadeiramente ser a Palavra de Deus, e faz com que a Bíblia seja única dentre todos os outros livros.

Mesmo havendo diferentes opiniões a respeito de até que ponto a Bíblia é inspirada, não pode haver dúvidas de que a própria Bíblia afirma que cada palavra, em cada parte sua, ela é inspirada por Deus (I Coríntios 2:12-13; II Timóteo 3:16-17). Esta visão das Escrituras é freqüentemente conhecida como inspiração “verbal e plenária”. Isto significa que a inspiração se estende às próprias palavras escolhidas (inspiração verbal), não somente aos conceitos e idéias; e que a inspiração se estende a todas as partes das Escrituras e todos os temas tratados nas Escrituras (inspiração plenária). Há algumas pessoas que acreditam que somente partes da Bíblia são inspiradas, ou somente os pensamentos ou conceitos que lidam com religião sejam inspirados, mas tais visões da inspiração não dão conta do que a própria Bíblia afirma ser. Total inspiração verbal e plenária é uma característica essencial da Palavra de Deus.

A extensão da inspiração pode ser vista claramente em II Timóteo 3:16-17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” Este verso nos diz que Deus inspirou toda a Escritura e que ela é proveitosa para nós. Não são somente algumas partes da Bíblia que lidam com doutrinas religiosas que são inspiradas, mas cada uma e todas as partes, desde Gênesis até Apocalipse, são a Palavra de Deus. Por terem sido inspiradas por Deus, as Escrituras são, então, autoridade no tocante a estabelecer doutrinas, e suficientes para ensinar ao homem como estar em um correto relacionamento com Deus, “instruir em justiça”. A Bíblia afirma ser não apenas inspirada por Deus, mas também ter a capacidade de nos transformar e nos fazer “completos”, totalmente equipados para toda boa obra.

Um outro verso que lida com a inspiração das Escrituras é II Pedro 1:21. Este verso nos diz que “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” Este verso nos ajuda a compreender que apesar do homem ter escrito as Escrituras, as palavras que escreveram foram as próprias palavras de Deus. Apesar de ter usado homens com suas diferentes personalidades e estilos de escrita, Deus divinamente inspirou cada palavra que escreveram. O próprio Jesus confirmou a inspiração verbal e plenária das Escrituras quando disse: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mateus 5:17-18). Nestes versos, Jesus reafirma a exatidão das Escrituras, que vai até ao menor detalhe e até ao menor sinal de pontuação: porque é a própria palavra de Deus.

Por serem as Escrituras a inspirada Palavra de Deus, podemos concluir que são também livres de erro e revestidas de autoridade. Uma correta visão de Deus leva que se chegue a uma correta visão de Sua Palavra. Por ser Deus todo poderoso, cheio de sabedoria e completamente perfeito, Sua Palavra, por sua própria natureza, terá as mesmas características. Os mesmos versos que estabelecem a inspiração das Escrituras também estabelecem que são tanto livres de erro quanto revestidas de autoridade. Sem dúvidas, a Bíblia é o que afirma ser: a inegável e autorizada Palavra de Deus para a humanidade.

Por que devemos ler/estudar a Bíblia?

Colocando de forma simples, devemos ler e estudar a Bíblia porque é a palavra de Deus a nós. II Timóteo 3:16 afirma que a Bíblia é “divinamente inspirada”. Em outras palavras, é a Palavra de Deus a nós. Há tantas perguntas feitas por filósofos e pessoas, e que Deus responde a nós nas Escrituras: Qual o propósito da vida? De onde venho? Há vida após a morte? O que acontece após a morte? Como posso chegar ao céu? Por que o mundo está cheio do mal? Por que luto tanto para fazer o que é certo? Além dessas “grandes” perguntas, a Bíblia dá muitos conselhos práticos em áreas como: O que devo procurar em um cônjuge? Como posso ter um casamento bem sucedido? Como posso ser um bom amigo? Como posso ser um bom pai ou uma boa mãe? O que é o sucesso e como consegui-lo? Como posso mudar? O que realmente importa na vida? Como posso viver de modo a não olhar pra trás e me arrepender? Como posso agradar a Deus? Como posso obter perdão? Como posso lidar com as circunstâncias injustas e acontecimentos ruins na vida de forma vitoriosa?

Devemos ler e estudar a Bíblia porque ela é totalmente confiável, sem erro. A Bíblia é única entre tantos livros chamados “sagrados”, pois não dá simplesmente ensinamentos morais dizendo: “confie em mim”. Ao contrário, nos dá a capacidade de testá-la verificando as centenas de detalhadas profecias que faz, verificando os registros históricos que faz, e checando os fatos científicos que relata. Aqueles que dizem que a Bíblia tem erros têm seus ouvidos cerrados à verdade. Uma vez Jesus perguntou o que era mais fácil dizer: “Seus pecados estão perdoados” ou “Levante, pegue sua cama e ande.” Então Ele provou que Ele tinha a capacidade de perdoar pecados (algo que não podemos ver com nossos olhos) curando o paralítico (algo que os que se achavam ao redor podiam verificar com seus próprios olhos). Da mesma forma, a nós é dada a certeza de que a Palavra de Deus é verdadeira quando discute áreas espirituais que não podemos verificar com nossos sentidos, mostrando-se verdadeira naquelas áreas que podemos (exatidão histórica, científica e profética).

Devemos ler e estudar a Bíblia porque Deus não muda e porque a natureza humana não muda: a Bíblia é tão relevante para nós quanto o era quando foi escrita. Enquanto a tecnologia se transforma ao nosso redor, os desejos e natureza da humanidade não mudam. Você achará, ao ler as páginas da história bíblica, que, falando de relações pessoais ou sociedades, “não há nada novo debaixo do sol”. E enquanto a humanidade, como um todo, continua a buscar amor e satisfação em todos os lugares errados, Deus, nosso bom e amoroso Criador, nos diz que nos trará alegria DURADOURA. Sua Palavra revelada, as Escrituras, são tão importantes que delas disse Jesus: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4:4). Em outras palavras, se você quer viver a vida em seu máximo potencial, como foi a intenção de Deus, ouça e considere a palavra escrita de Deus... isto é mais importante do que comer!

Devemos ler e estudar a Bíblia porque há tantos ensinamentos falsos ao nosso redor, mas a Bíblia nos dá um padrão de medida pelo qual podemos diferenciar a verdade do engano. Ela nos diz como é Deus. Ter uma impressão errada de Deus é adorar a um “ídolo” ou “falso deus”, pois assim estamos adorando algo que não é Ele! A Bíblia nos diz como alguém verdadeiramente chega ao céu... e não é por ser bom ou batizado, ou por nada mais que POSSAMOS FAZER (João 14:6; ; Efésios 2:1-10; Isaías 53:6; Romanos 3:10 em diante, 5:8; 6:23; 10:9-13). Neste pensamento, a Palavra de Deus nos mostra o quanto Deus nos ama (Romanos 5:6-8; Isaías 53:1 em diante.), e é aprendendo isto que somos levados a amá-Lo também (I João 4:19).

A Bíblia vai equipar você para servir a Deus (II Timóteo 3:17; Efésios 6:17; Hebreus 4:12). Ela ajudará você a saber como ser salvo de seu pecado e sua conseqüência básica (II Timóteo 3:15). Obedecer e meditar na Bíblia trará sucesso em sua vida (Josué 1:8; Tiago 1:25). A Palavra de Deus ajudará a você a ver o pecado em sua vida e a livrar-se dele (Salmos 119:9-11). Ela guiará você em sua vida, fazendo com que se torne mais sábio do que mestres (Salmos 32:8; 119-99; Provérbios 1:6). A Bíblia ajudará você a não perder anos de sua vida em coisas que não duram e não importam (Mateus 7:24-27).

Ler e estudar a Bíblia vai ajudar você a ver além da “isca” atrativa, enxergando o doloroso “anzol” nas tentações cheias de pecado, para que você aprenda com os erros dos outros ao invés de cometê-los você mesmo. A experiência é um grande mestre, mas quando se trata de aprender do pecado, é um mestre terrivelmente duro. É muito melhor aprender pelo erro dos outros. Há tantos personagens da Bíblia para termos como exemplo e aprender, tanto modelos positivos quanto negativos, ambos muitas vezes vindo da vida da mesma pessoa em diferentes momentos. Por exemplo, Davi, ao derrotar o Gigante Golias, nos ensina que Deus é maior que tudo aquilo que nos pede para enfrentar (I Samuel 17). Davi, ao ceder à tentação de cometer adultério com Bate-Seba, revela quão duradouras e terríveis podem ser as conseqüências de “momentos de prazer” (II Samuel 11 em diante). Conhecer a Bíblia nos dá uma real esperança e paz quando tudo ao nosso redor parece estar se desmoronando (Romanos 15:4; Salmos 112:7; Habacuque 3:17-19).

A Bíblia é um livro que não se destina a uma mera leitura. É um livro para se estudar, para que possa ser aplicado. Do contrário, é como engolir a comida sem mastigar, e depois colocá-la pra fora novamente... não se ganha valor nutricional assim. A Bíblia é a Palavra de Deus. Como tal, é tão coesa quanto as leis da natureza. Você pode ignorá-la, mas o fará para seu próprio sofrimento, como seria se ignorasse a lei da gravidade. Não se consegue enfatizar de forma suficiente o quanto a Bíblia é importante em nossas vidas. Estudar a Bíblia pode ser comparado a procurar por ouro. Se você fizer pouco esforço e simplesmente “procurar entre as pedras do rio” você apenas encontrará pó de ouro. Mas, quanto mais você se esforçar para “cavar o ouro”, mais recompensa obterá por seus esforços.

Quem foram os autores dos livros da Bíblia?

Além dos autores humanos, a Bíblia foi essencialmente escrita por Deus. 2 Timóteo 3:16 nos diz que a Bíblia foi "inspirada" por Deus. Deus supervisionou os autores humanos da Bíblia de tal forma que, enquanto cada um usou o seu próprio estilo de escrever e personalidade, eles ainda registraram exatamente o que Deus queria que dissessem. A Bíblia não foi ditada por Deus, mas foi perfeitamente guiada e completamente inspirada por Ele.

Humanamente falando, a Bíblia foi escrita por aproximadamente 40 homens de diversos estilos de vida diferentes, durante um período de 1500 anos. Isaías era um profeta, Esdras era um sacerdote, Mateus um coletor de impostos, João era um pescador, Paulo era um fabricante de tendas, Moisés era um pastor. Apesar de ter sido escrita por autores diferentes durante 15 séculos, a Bíblia não se contradiz e não contém erros. Todos os autores apresentam perspectivas diferentes, mas todos proclamam o mesmo Deus único e verdadeiro, e o mesmo único caminho para salvação – Jesus Cristo (João 14:6; Atos 4:12). Poucos dos livros da Bíblia nomeiam especificamente o seu autor. Veja a seguir uma lista dos livros da Bíblia com o nome de quem os estudiosos acreditam ter sido o autor humano, assim como a data aproximada de quando cada um foi escrito.

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio = Moisés – 1400 A.C.
Josué = Josué – 1350 A.C.
Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel = Samuel / Natã / Gade – 1000 – 900 A.C.
1 Reis, 2 Reis = Jeremias – 600 A.C.
1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias = Esdras – 450 A.C.
Ester = Mardoqueu – 400 A.C.
Jó = Moisés – 1400 A.C.
Salmos = vários autores diferentes, grande parte foi escrita por Davi – 1000 – 400 A.C.
Provérbios, Eclesiastes, Cânticos = Salomão – 900 A.C.
Isaías = Isaías – 700 A.C.
Jeremias, Lamentações = Jeremias – 600 A.C.
Ezequiel = Ezequiel – 550 A.C.
Daniel = Daniel - 550 A.C.
Oséias = Oséias – 750 A.C.
Joel = Joel – 850 A.C.
Amós = Amós – 750 A.C.
Obadias = Obadias – 600 A.C.
Jonas = Jonas – 700 A.C.
Miquéias = Miquéias – 700 A.C.
Naum = Naum – 650 A.C.
Habacuque = Habacuque – 600 A.C.
Sofonias = Sofonias – 650 A.C.
Ageu = Ageu – 520 A.C.
Zacarias = Zacarias – 500 A.C.
Malaquias = Malaquias – 430 A.C.
Mateus = Mateus – 55 D.C.
Marcos = João Marcos – 50 D.C.
Lucas = Lucas – 60 D.C.
João = João 90 D.C.
Atos = Lucas – 65 D.C.
Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom = Paulo, 50-70 D.C.
Hebreus = Desconhecido, talvez Paulo, Lucas, Barnabás ou Apolo – 65 D.C.
Tiago = Tiago – 45 D.C.
1 Pedro, 2 Pedro = Pedro – 60 D.C.
1 João, 2 João, 3 João = João - 90 D.C.
Judas = Judas – 60 D.C.
Apocalipse = João – 90 D.C.

Por que é importante acreditar na inerrância bíblica?

Vivemos numa época que tem a tendência de ser indiferente quando confrontada com erro. Ao invés de perguntar, como Pilatos: “O que é verdade?”, o homem pós-moderno diz: “Nada é verdade” ou talvez “A verdade existe, mas não podemos conhecê-la”. Já ficamos acostumados com mentiras e muitas pessoas já não se incomodam com a idéia de que a Bíblia também contém erros.

A doutrina de inerrância bíblica é extremamente importante porque a verdade faz diferença. Esse assunto reflete no caráter de Deus e é fundamental ao nosso entendimento do que a Bíblia ensina. Veja a seguir alguns motivos pelos quais devemos acreditar sem qualquer sombra de dúvida na doutrina da inerrância bíblica:

1. A Bíblia mesmo diz ser perfeita. “As palavras do SENHOR são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes” (Salmos 12:6). “A lei do SENHOR é perfeita” (Salmos 19:7). “Toda palavra de Deus é pura” (Provérbios 30:5). Essas declarações de pureza são relatos absolutos. Note que a Bíblia não diz que “Quase toda palavra de Deus é pura” ou “A lei do SENHOR é quase perfeita”. A Bíblia argumenta sua perfeição completa, não deixando nenhum espaço para teorias de “perfeição parcial”.

2. A Bíblia se sustenta como um todo ou cai como um todo. Se um jornal importante fosse conhecido por conter erros constantemente, perderia sua credibilidade facilmente. Não faria diferença nenhuma dizer: “Todos os erros são encontrados na página 3 apenas.” Para um jornal ser confiável em quaisquer de suas partes, tem que ser verdadeiro como um todo. Da mesma forma, se a Bíblia é inexata quando fala de geologia, por que a sua teologia deveria ser confiada? A Bíblia ou é um documento confiável ou não.

3. A Bíblia é uma reflexão do seu Autor. Todos os livros são. A Bíblia foi escrita por Deus mesmo à medida que Ele trabalhava com autores humanos através de um processo chamado de “inspiração”. 2 Timóteo 3:16 diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (literalmente, “respirada por Deus”).Veja também 2 Pedro 1:21 e Jeremias 1:2.

Acreditamos que o Deus que criou o universo é capaz de escrever um livro. E o Deus que é perfeito é capaz de escrever um livro perfeito. O problema não é só: “A Bíblia contém algum erro?”, mas sim “Pode Deus cometer um erro?” Se a Bíblia realmente contém erros, então Deus não é onisciente e é capaz dEle mesmo cometer erros. Se a Bíblia contém informação incorreta, então Deus não fala a verdade e é, portanto, um mentiroso. Se a Bíblia contém contradições, então Deus é o autor de confusão. Em outras palavras, se inerrância bíblica não é verdade, então Deus não é Deus.

4. A Bíblia nos julga, não o contrário. “Porque a palavra de Deus é ......apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12). Note o relacionamento entre “coração” e “a palavra”. A palavra examina; o coração é examinado. Descontar partes da Palavra por qualquer razão é tirar a credibilidade da Bíblia. Nós nos tornamos os examinadores, e a Palavra de Deus precisa se submeter ao nosso “conhecimento superior”. Deus ainda diz: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?!” (Romanos 9:20).

5. A mensagem da Bíblia deve ser aceita como um todo. Não é uma mistura de várias doutrinas das quais podemos escolher. Muitas pessoas gostam dos versículos que dizem que Deus os ama, mas não gostam dos versículos que dizem que Deus vai julgar os pecadores. Não podemos sair escolhendo o que gostamos da Bíblia e jogar fora o resto. Se a Bíblia está errada sobre o inferno, por exemplo, então quem pode dizer que ela esta correta sobre o céu – ou qualquer outra coisa? Se os detalhes da Bíblia sobre criação não são corretos, então talvez os detalhes sobre salvação também não podem ser confiados. Se a história de Jonas é um mito, então talvez a história de Jesus também o seja. Ao contrário, Deus disse o que disse, e a Bíblia nos apresenta um retrato completo de quem Deus realmente é. “Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu” (Salmos 119:89).

6. A Bíblia é a nossa única regra para fé e prática. Se não é confiável, então em que baseamos nossas crenças? Jesus pede por nossa confiança, e isso inclui confiança no que Ele diz em Sua Palavra. João 6:68-69 é uma linda passagem. Jesus tinha acabado de testemunhar a partida de muitos que tinham clamado segui-lO. Então Ele se vira para os doze discípulos e pergunta: “Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?” Pedro então responde por todos quando diz: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna.” Que também tenhamos a mesma confiança no Senhor e em Suas Palavras de vida.

Nada do que apresentamos aqui deve se entendido como uma rejeição ao estudo verdadeiro. Inerrância bíblica não significa que devemos parar de usar nossas mentes ou aceitar de forma cega tudo que a Bíblia diz. Somos comandados a estudar a Palavra (2 Timóteo 2:15), e aqueles que a estudam com avidez são elogiados (Atos 17:11). Além disso, reconhecemos que há passagens bíblicas que são difíceis de entender, e que há desacordos honestos sobre certa interpretação. Nosso objetivo é nos aproximar das Escrituras com reverência e oração, e quando achamos algo que não entendemos, oramos mais ainda, estudamos mais e – se a resposta ainda não é clara – humildemente aceitamos nossas limitações em face à perfeita Palavra de Deus.

É possível que mais livros fossem adicionados à Bíblia?

Não há motivo nenhum para acreditarmos que Deus apresentaria mais revelação para ser acrescentada à Sua Palavra. A Bíblia começa com o começo da humanidade – Gênesis – e termina com o fim da humanidade como sabemos – Apocalipse. Tudo entre esses livros são para o nosso benefício como crentes, para sermos capacitados com a Palavra de Deus para a nossa vida diária. 2 Timóteo 3:16-17 nos ensina essa verdade: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”

Se outros livros fossem adicionados à Bíblia, isso seria o mesmo que dizer que a Bíblia que temos hoje é incompleta – que ela não ensina tudo de que precisamos saber. Apesar de que a passagem a seguir se aplica diretamente apenas ao livro de Apocalipse, Apocalipse 22:18-20 nos ensina uma verdade importante sobre adicionar à Palavra de Deus: "Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro. Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!"

Temos tudo de que precisamos nos 66 livros da Bíblia. Não há sequer uma situação nessa vida à qual a Bíblia não se dirige. O que foi começado em Gênesis acha sua conclusão em Apocalipse. A Bíblia é absolutamente completa e suficiente. Deus poderia adicionar à Bíblia? Claro que sim. No entanto, não há nenhum motivo, biblicamente ou teologicamente falando, para acreditarmos que Ele vai fazer isso.

O que é o Cânon da Bíblia?

Essa é uma pergunta muito importante porque Cristianismo não começa por definir Deus, Jesus Cristo ou salvação. A base do Cristianismo é encontrada na autoridade das Escrituras. Se não podemos identificar o que é Escritura, então não podemos distinguir corretamente verdade de erro teológico.

A palavra "cânon" significa régua, e em relação à Bíblia, significa a regra usada para determinar se um certo livro podia ser medido satisfatoriamente de acordo com um padrão. No entanto, é importante ressaltar que os manuscritos bíblicos eram canônicos no momento em que foram escritos. Escritura era Escritura quando a caneta tocou o pergaminho.

De acordo com a regra ou padrão usado para determinar quais livros deviam ser classificados como Escritura, um versículo chave para entender o processo, propósito e talvez até o momento no qual as Escrituras nos foram dadas é Judas 3, o qual diz que a fé de um Cristão “uma vez por todas foi entregue aos santos.” Já que nossa fé é definida pelas Escrituras, Judas está essencialmente dizendo que Escritura nos foi dada de uma vez por todas para o proveito de todos os Cristãos. Não é maravilhoso saber que não há nenhum manuscrito perdido ou escondido ainda esperando ser descoberto, não há nenhum livro secreto que é conhecido apenas por alguns, e que não há ninguém vivo que tem revelação especial exigindo que viajássemos para cima de uma montanha no Himalaia para ser iluminado?!! Podemos ter confiança de que Deus não nos deixou sem uma testemunha. O mesmo poder supernatural que Deus usou para produzir Sua palavra também foi usado para preservá-la.

Salmos 119:160 diz que a Palavra de Deus como um todo é verdade. Começando com essa premissa, podemos comparar manuscritos que não fazem parte do cânon das Escrituras para ver se eles passam o teste. Como um exemplo, a Bíblia afirma que Jesus Cristo é Deus (Isaías 9:6-7; Mateus 1:22-23; João 1:1, 2, 14; 20:28; Atos 16:31, 34; Filipenses 2:5-6; Colossenses 2:9; Tito 2:13; Hebreus 1:8; 2 Pedro 1:1). No entanto, muitos textos que não fazem parte da Bíblia mas afirmam ser Escritura argumentam que Jesus não é Deus. Quando contradições tão claras assim existem, a Bíblia como estabelecida hoje é para ser confiada, deixando os outros documentos fora de sua esfera.

Nos primeiros séculos da igreja, Cristãos às vezes eram executados por possuírem cópias das Escrituras (naqueles tempos, os livros da Bíblia eram encontrados em pergaminhos individuais, não eram combinados em um só livro como hoje). Por causa dessa perseguição, a seguinte pergunta logo surgiu: "Vale a pena morrer por quais livros?" Talvez alguns livros continham alguns dizeres de Jesus, mas eram inspirados do jeito que 2 Timóteo 3:16 descreve? O conselho da igreja foram importantes em reconhecer o cânon das Escrituras em público, mas muitas vezes uma igreja individual ou grupos de igrejas reconheciam um livro como sendo inspirado pelo jeito que foi escrito (ex: Colossenses 4:16; 1 Tessalonicenses 5:27). Durante os primeiros séculos da igreja, poucos livros eram disputados e a lista foi basicamente estabelecida em volta de 303 D.C.

Quanto ao Velho Testamento, eles tinham que considerar três fatos importantes: 1) O Novo Testamento cita ou se refere a todos os livros do Velho Testamento, com exceção de apenas dois. 2) Jesus efetivamente endossou o cânon hebreu em Mateus 23:35 quando Ele citou uma das primeiras narrativas e uma das últimas das Escrituras de Seu tempo. 3) Os judeus eram muito meticulosos ao preservar as Escrituras do Velho Testamento, e eles tinham poucas controvérsias sobre quais partes pertenciam ou não ao cânon. Os livros apócrifos da igreja católica romana não passaram no teste canônico, ficaram de fora da definição de Escritura, e nunca foram aceitos pelos judeus.

A maioria das perguntas sobre quais livros faziam parte da Bíblia era relacionada com os manuscritos da época de Cristo adiante. A igreja primitiva tinha critérios bem específicos para que os livros fossem considerados parte do Novo Testamento. Esses critérios incluíam: O livro foi escrito por alguém que era testemunha ocular de Cristo? O livro passou o "teste da verdade"? (quer dizer, o livro concordava com algum outro, que já era visto como parte das Escrituras?). Os livros do Novo Testamento que foram aceitos naquela época têm ultrapassado o teste do tempo e a Ortodoxia Cristã tem aceito esses livros, com pouco desafio, por séculos.

Confiança na aceitação desses livros específicos vem desde os recipientes do primeiro século, os quais ofereceram testemunho de primeira mão sobre sua autenticidade. Além disso, o assunto dos fins dos tempos encontrado no livro de Apocalipse, e a proibição de adicionar às palavras daquele livro em 22:18, argumentam fortemente a favor do cânon ser fechado na época em que o livro de Apocalipse foi escrito (95 D.C.).

Há um importante ponto teológico que não podemos deixar de mencionar. Deus tem usado Sua palavra por milênios para um propósito principal – revelar a Si mesmo e Se comunicar com a humanidade. No fim das contas, o conselho das igrejas não decidiu se um livro era Escritura; Deus decidiu isso quando o autor humano foi escolhido por Ele para escrever. Para poder realizar o resultado almejado, incluindo a preservação de Sua palavra através dos séculos, Deus guiou os conselhos da igreja primitiva no seu reconhecimento do cânon.

A aquisição de conhecimento sobre certos assuntos, tais como a natureza verdadeira de Deus, a origem do universo e vida, o propósito e significado da vida, as maravilhas da salvação e eventos futuros (incluindo o destino da humanidade) vão muito além da capacidade humana natural e científica de observação. A valiosa palavra de Deus que já nos foi entregue tem sido adotada por Cristãos por séculos, é suficiente para nos explicar tudo que precisamos saber sobre Jesus Cristo (João 5:18; Atos 18:28; Gálatas 3:22; 2 Timóteo 3:15) e para nos ensinar e corrigir em toda justiça (2 Timóteo 3:16).

A Bíblia tem sido corrompida, alterada, editada, revisada ou fabricada?

Os livros do Velho Testamento foram escritos aproximadamente entre o período de 1400 A.C. a 400 A.C. Os livros do Novo Testamento foram escritos entre o período de 40 D.C. a 90 D.C. Então, já se passaram entre 3400 e 1900 anos desde que um livro da Bíblia foi escrito. Durante esse tempo, os manuscritos originais já foram perdidos. Provavelmente nem existem mais. Também durante esse tempo, os livros da Bíblia foram copiados repetidamente. Cópias de cópias de cópias têm sido feitas. Levando tudo isso em consideração, ainda podemos confiar na Bíblia?

Quando Deus originalmente inspirou homens para escrever Sua Palavra, ela era respirada por Deus e inerrante (2 Timóteo 3:16-17; João 17:17). Em nenhum lugar a Bíblia aplica esses versículos às cópias dos manuscritos originais. Por mais meticulosos os escribas tenham sido com a duplicação das Escrituras, ninguém é perfeito. Como resultado, pequenas diferenças começaram a surgir nas várias cópias das Escrituras. De todos os milhares de manuscritos gregos e hebraicos que existem, não havia dois completamente idênticos até a invenção da gráfica mais ou menos no ano 1500 D.C.

No entanto, qualquer estudioso imparcial de documentos vai concordar que a Bíblia tem sido consideravelmente preservada durante os séculos. Cópias da Bíblia que datam mais ou menos do século 14 D.C. são praticamente idênticas em seu conteúdo às cópias do terceiro século D.C. Quando os Pergaminhos do Mar Morto foram descobertos, estudiosos ficaram chocados ao ver quão parecidos eles eram com as cópias antigas do Velho Testamento, apesar de que os Pergaminhos do Mar Morto eram centenas de anos mais velhos do que qualquer manuscrito previamente descoberto. Até mesmo muitos céticos difíceis e críticos da Bíblia admitem que a Bíblia tem sido transmitida durante os séculos de uma forma muito mais exata do que qualquer outro documento antigo.

Não há qualquer evidência de que a Bíblia tem sido revisada, editada ou fabricada de qualquer forma sistemática. O volume tão claro de manuscritos bíblicos facilita o reconhecimento de qualquer tentativa de adulterar a Palavra de Deus. Não há uma grande doutrina da Bíblia que é colocada em dúvida como resultado de pequenas diferenças que existem entre os manuscritos.

Novamente, a pergunta: “podemos confiar na Bíblia?” Absolutamente! Deus tem preservado Sua Palavra apesar das falhas despropositais e de ataques intencionais dos seres humanos. Podemos ter a maior confiança de que a Bíblia que possuímos hoje é a mesma Bíblia que foi escrita originalmente. A Bíblia é a Palavra de Deus, e podemos confiar nela (2 Timóteo 3:16; Mateus 5:18).

Velho Testamento contra o Novo Testamento – Quais são as diferenças?

O Velho Testamento estabelece a fundação para os ensinamentos e eventos encontrados no Novo Testamento. A Bíblia é uma revelação progressiva. Se você pular a primeira metade de qualquer livro bom e tentar terminá-lo, você vai ter dificuldade de entender seus personagens, o enredo e o final. Da mesma forma, o Novo Testamento só pode ser completamente entendido quando é visto como o cumprimento dos eventos, personagens, leis, sistema de sacrifício, alianças e promessas do Velho Testamento.

Se apenas tivéssemos o Novo Testamento, iríamos ler os evangelhos sem saber por que os judeus estavam esperando pelo Messias (Um Rei Salvador). Sem o Velho Testamento, não entenderíamos por que esse Messias estava vindo (veja Isaías 53), e não poderíamos ter identificado Jesus de Nazaré como o Messias através das várias profecias detalhadas que foram dadas a Seu respeito; por exemplo: Seu lugar de nascimento (Miquéias 5:2); Sua forma de morrer (Salmos 22, principalmente versículos 1,7-8, 14-18; Salmos 69:21, etc.), Sua ressurreição (Salmos 16:10), e muitos outros detalhes de Seu ministério (Isaías 52:19; 9:2, etc.).

Sem o Velho Testamento, não entenderíamos os costumes judaicos que são mencionados no Novo Testamento. Não entenderíamos as distorções que os fariseus tinham feito à lei de Deus por acrescentarem suas tradições. Não entenderíamos por que Jesus estava tão transtornado ao purificar o Templo. Não entenderíamos que podemos usar a mesma sabedoria que Cristo usou em Suas muitas respostas aos Seus adversários (humanos e demoníacos).

Da mesma forma, os evangelhos do Novo Testamento e os Atos dos Apóstolos registram o cumprimento de muitas profecias que foram registradas centenas de anos antes no Velho Testamento. Muitas dessas são relacionadas à primeira vinda do Messias. Nas circunstâncias do nascimento de Cristo, Sua vida, milagres, morte e ressurreição encontradas nos Evangelhos, achamos o cumprimento de profecias do Velho Testamento que são relacionadas à primeira vinda do Messias. São esses detalhes que validam a declaração de Jesus de ser o Cristo prometido. E até mesmo as profecias do Novo Testamento (muitas das quais são encontradas no livro de Apocalipse) são baseadas em profecias registradas anteriormente nos livros do Velho Testamento. Essas profecias do Novo Testamento são relacionadas aos eventos da Segunda vinda de Cristo. Praticamente dois de cada três versículos do Novo Testamento são baseados em versículos do Velho Testamento.

Tanto o Velho Testamento como o Novo contêm várias lições para nós através das vidas de seus personagens falíveis que possuíam a mesma natureza que possuímos hoje. Ao observar suas vidas, podemos nos encorajar a confiar em Deus não importando a situação (Daniel 13) e a não ceder nas coisas pequenas (Daniel 1), para que possamos ser fiéis depois nas grandes coisas (Daniel 6). Podemos aprender que é melhor confessar nossos pecados com sinceridade logo, ao invés de botar a culpa em outra pessoa (1 Samuel 15). Podemos aprender a não brincar com o pecado, pois o pecado vai nos descobrir e sua mordida é fatal (veja Juízes 13-16).

Podemos aprender que precisamos confiar e obedecer a Deus se almejamos experimentar da Sua "terra prometida" ainda nessa vida e do Seu Paraíso na vida futura (Números 13). Aprendemos que se contemplamos o pecado, estamos apenas nos preparando para cometê-lo (Gênesis 3; Josué 6-7). Aprendemos que nosso pecado tem consequências não só para nós mesmos, mas para aqueles ao nosso redor que amamos tanto; assim como o nosso bom comportamento tem recompensa para nós e para os que estão ao nosso redor também (Gênesis 3; Êxodo 20:5-6). No Novo Testamento, temos o exemplo de Pedro a nos ensinar uma grande lição– que não devemos ousar confiar nas nossas próprias forças ou é certo que VAMOS falhar (Mateus 26:33-41). Nas palavras do ladrão na cruz, vemos que é através de fé simples e sincera que somos salvos dos nossos pecados (Lucas 23:39-43). Também vemos como uma igreja vigorosa do Novo Testamento deve ser(Atos 2:41-47; 13:1-3, etc.).

Também, porque a revelação nas Escrituras é progressiva, o Novo Testamento esclarece os ensinamentos aos quais o Velho Testamento apenas se alude. O livro de Hebreus descreve como Jesus é o verdadeiro Sumo Sacerdote e o Seu sacrifício sem igual substitui todos os sacrifícios que eram apenas um retrato do Seu sacrifício supremo. O Velho Testamento nos ensina a Lei, a qual tem duas partes: os mandamentos e a benção/maldição que se originam da obediência ou desobediência aos seus comandos. O Novo Testamento clarifica que Deus deu esses mandamentos para mostrar aos homens sua necessidade de salvação; a lei nunca serviu como um meio de salvação (Romanos 3:19).

O Velho Testamento descreve o sistema de sacrifícios que Deus deu aos israelitas para cobrir seus pecados temporariamente. O Novo Testamento clarifica que esse sistema era apenas uma alusão ao sacrifício de Cristo, através de quem salvação é encontrada (Atos 4:12; Hebreus 10:4-10). O Velho Testamento viu o paraíso ser perdido; o Novo Testamento mostra como paraíso foi recuperado para a humanidade através do segundo Adão (Cristo) e como um dia vai ser restaurado. O Velho Testamento declara que o homem foi separado de Deus através do pecado (Gênesis 3); o Novo Testamento declara que o homem pode agora mesmo restaurar seu relacionamento com Deus (Romanos 3-6). O Velho Testamento predisse a vinda do Messias. Os Evangelhos registram essencialmente a vida de Jesus, e as Epístolas interpretam Sua vida e nos mostram como devemos responder a tudo que Ele tem feito e ainda vai fazer.

Novamente, enquanto o Novo Testamento é um retrato “mais claro”, o Velho Testamento é sem dúvida muito importante. Além de estabelecer uma fundação para o Novo Testamento, sem o Velho Testamento não teríamos nenhuma base para nos guardar contra os erros das perversões politicamente corretas da nossa sociedade, na qual evolução é vista como sendo o criador de todas as espécies durante um período de milhões de anos (ao invés de ser o resultado de uma criação especial de Deus em seis dias literais). Nós acreditaríamos na mentira de que casamentos e famílias são estruturas em evolução que devem continuar a mudar com a sociedade (ao invés de serem vistos como um plano de Deus cujo propósito é criar filhos que O seguem e de proteger aqueles que seriam usados e abusados se não estivessem em tal estrutura – frequentemente mulheres e crianças).

De mesmo modo, sem o Velho Testamento não entenderíamos as promessas que Deus ainda vai cumprir à nação israelita. Como resultado, não veríamos propriamente que o período de Tribulação é um período de sete anos no qual Ele vai estar trabalhando especificamente com a nação de Israel por ter rejeitado Seu primeira vinda, mas que vai recebê-lO na Sua segunda vinda. Não entenderíamos como o reino futuro de Cristo de 1000 anos se encaixa com as promessas aos judeus, nem como os gentios vão fazer parte também. Nem veríamos como o final da Bíblia conecta tudo que estava solto no começo da Bíblia, restaurando o paraíso que Deus originalmente criou esse mundo para ser, no qual teríamos um relacionamento íntimo e pessoal com Deus no Jardim do Éden.

Em resumo, o Velho Testamento prepara a fundação e tinha como objetivo preparar os israelitas para a vinda do Messias, o qual iria Se sacrificar pelos pecados de Israel (e pelos do mundo todo também). O Novo Testamento compartilha a vida de Jesus Cristo e então olha ao que Ele fez e como devemos responder ao Seu presente de vida eterna e viver nossas vidas com gratidão por tudo que Ele tem feito por nós (Romanos 12). Os dois testamentos revelam que o mesmo Deus tão santo, misericordioso e justo tem que condenar o pecado, mas que Ele tem o desejo de trazer a Si mesmo a raça humana tão cheia de pecado através de perdão que só é possível através do sacrifício expiatório de Cristo como pagamento pelo pecado. Nos dois testamentos Deus Se revela a nós e mostra como devemos nos aproximar dEle através de Jesus Cristo. E nos dois testamentos acharemos tudo que precisamos para vida eterna e vida que agrada a Deus (2 Timóteo 3:15-17).

Por que Deus nos deu os quatro Evangelhos?

Encontre a seguir algumas razões por que Deus nos deu quatro Evangelhos ao invés de apenas um:

(1) Para dar um retrato mais completo de Cristo. Enquanto toda a Bíblia é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16), Ele usou autores humanos com estilos de vida e personalidades diferentes para cumprir Seus propósitos através do que eles escreveram. Cada um dos autores dos Evangelhos tinha um propósito distinto por trás do que escrevia, e ao executar esses propósitos, cada um enfatizou aspectos diferentes da pessoa e ministério de Jesus Cristo.

Mateus estava escrevendo a uma audiência hebraica e um dos propósitos do seu Evangelho era mostrar, com a genealogia de Jesus e o cumprimento das profecias do Velho Testamento, que Ele era o tão esperado Messias, e portanto deveria ser acreditado. A ênfase de Mateus é no fato de que Jesus é o Rei prometido, o “Filho de Davi” que ocuparia para sempre o trono de Israel (Mateus 9:27; 21:9).

Marcos, um primo de Barnabás (Colossenses 4:10), foi uma testemunha ocular dos eventos da vida de Cristo, assim como um amigo do Apóstolo Pedro. Marcos escreveu para uma audiência pagã, como é salientado pelo fato de não ter incluído coisas importantes aos leitores judeus (genealogias, controvérsias de Jesus com os líderes judeus de Seu tempo, referências frequentes ao Velho Testamento, etc.). Marcos enfatiza Cristo como o Servo sofredor, Aquele que veio não para ser servido, mas para servir e entregar Sua vida como resgate por muitos (Marcos 10:45).

Lucas, o “médico amado” (Colossenses 4:14), evangelista e companheiro do Apóstolo Paulo, escreveu o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Lucas é o único autor gentio do Novo Testamento. Ele foi aceito há muito tempo como o historiador hábil e diligente por aqueles que usaram seus manuscritos em estudos geológicos e históricos. Como um historiador, ele afirma que seu objetivo é escrever uma exposição em ordem da vida de Cristo baseada no testemunho daqueles que foram testemunhas oculares (Lucas 1:1-4). Porque ele escreveu especificamente para o proveito de Teófilo, aparentemente um gentio de certa estatura, seu Evangelho foi escrito com uma audiência pagã em mente, e seu objetivo é mostrar que a fé de um Cristão é baseada em eventos historicamente confiáveis e verificáveis. Lucas se refere com frequência a Cristo como o "Filho do Homem", enfatizando Sua humanidade, e compartilha muitos detalhes que não são registrados nas narrativas dos outros Evangelhos.

O Evangelho do João, escrito pelo Apóstolo João, é diferente dos outros três evangelhos e contém muito conteúdo teológico em relação à pessoa de Cristo e o significado de fé. Mateus, Marcos e Lucas são frequentemente chamados de “Evangelhos sinópticos” por causa de seus estilos e conteúdos similares, e porque eles dão uma sinopse da vida de Cristo. O Evangelho de João não começa com o nascimento de Cristo ou Seu ministério terreno, mas com a atividade e características do Filho de Deus antes de Se tornar carne (João 1:14). O Evangelho de João enfatiza a divindade de Cristo, como é visto pelo fato de que ele usa frases como "o Verbo era Deus" (João 1:1), "o Salvador do mundo" (4:42), o "Filho de Deus" (usado repetidamente), "Senhor e...Deus" (João 20:28) ao descrever Jesus. No Evangelho de João, Jesus também afirma Sua divindade com várias declarações de “EU SOU” (compare com Êxodo 3:13-14). Mas João também enfatiza o fato da humanidade de Jesus, querendo mostrar o erro de uma seita religiosa de seu tempo, os Gnósticos, que não acreditavam na humanidade de Cristo. João deixa claro seu propósito principal ao escrever o evangelho: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:30-31).

Dessa forma, por ter quatro distintas e ao mesmo tempo exatas narrativas de Cristo, você pode ter acesso a aspectos diferentes de Sua pessoa e ministério. Cada narrativa, quando adicionada às outras três, torna-se como uma diferente linha colorida em uma bela tapeçaria e, quando tecidas juntas, formam um retrato mais completo dAquele que vai além de qualquer descrição. Apesar de que nunca vamos entender completamente tudo sobre Jesus Cristo (João 20:30), através do quatro Evangelhos podemos conhecer o suficiente sobre Ele para apreciar quem Ele é e o que tem feito por nós, para que possamos ter vida através de fé nEle.

2) Para nos capacitar a objetivamente verificar a veracidade das narrativas. A Bíblia, desde o início, afirma que um julgamento em um tribunal de justiça não deve ser feito contra uma pessoa na base de apenas uma testemunha, mas sim de pelo menos duas ou três (Deuteronômio 19:15). Sendo assim, ter narrativas diferentes sobre a pessoa e o ministério terreno de Jesus Cristo nos capacita a avaliar a veracidade da informação que temos sobre Ele.

Simon Greenleaf, uma autoridade bem conhecida e bem respeitada sobre o que constitui evidência confiável em um tribunal de justiça, examinou os quatro Evangelhos de uma perspectiva legal. Ele percebeu que o tipo de descrição dado pelas testemunhas oculares nos quatro Evangelhos, na qual um livro concorda com o outro, mas com cada escritor escolhendo omitir ou adicionar detalhes que os outros escolheram incluir ou omitir, respectivamente, é típico de fontes confiáveis e independentes que seriam aceitas em um tribunal como evidência forte. Se os Evangelhos tivessem exatamente a mesma informação com os mesmos detalhes providenciados, e escritos da mesma perspectiva, seria uma grande indicação de conspiração; quer dizer, que talvez os autores teriam se reunido com a intenção de contar a mesma história para fazer com que seus testemunhos fossem mais acreditáveis. As diferenças entre os Evangelhos, até mesmo o que aparenta ser contradição de detalhes ao serem examinados de primeiro, confirmam a natureza independente das narrações. Portanto, a natureza independente dos quatro Evangelhos concorda entre si em relação a sua informação, mas diferencia em suas perspectivas, detalhes e quais eventos foram registrados, indicando que o que sabemos sobre a vida e ministério de Cristo como apresentados nos Evangelhos é realmente fato e completamente confiável.

3) Para recompensar os que são investigadores diligentes. Pode-se ganhar muito através de um estudo individual de cada um dos Evangelhos. Mais ainda pode ser ganho quando se compara e junta as narrativas diferentes dos eventos específicos do ministério de Jesus. Por exemplo, em Mateus 14 lemos a narrativa de Jesus alimentando os 5000 e Jesus andando sobre as águas. Mateus 14:22 nos diz que: “compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões.” Alguém pode perguntar: “Por que ele fez isso?” Mateus não deixa claro qual o motivo. Mas quando você combina com o contexto de Marcos 6, você vê que os discípulos tinham acabado de voltar de expulsar demônios e curar pessoas através da autoridade que Jesus lhes tinha dado quando Ele os enviou dois a dois. Mas eles retornaram com uma atitude muito orgulhosa, esquecendo seu devido lugar e prontos a instruir Jesus (Mateus 14:15)! Então, ao enviá-los durante a noite ao outro lado do Mar da Galiléia, Jesus lhes revela duas coisas enquanto estão lutando contra o vento e ondas, dependendo de si mesmos até as primeiras horas da manhã seguinte. Jesus estava andando sobre a água, prestes a passar pelo barco dos discípulos, quando finalmente os discípulos invocaram o nome de Jesus (Marcos 6:48-50). Ele revela (1) que não podem alcançar nada para Deus com suas próprias forças e (2) que nada é impossível quando Ele clamam a Deus e dependem de Seu poder. Há vários exemplos assim de “jóias” a serem encontradas pelo estudante diligente da Palavra de Deus que se dedica a comparar Escritura com Escritura, jóias essas que passam por despercebidas pelo leitor casual.

Preciso acreditar que a Bíblia é inerrante para ser salvo?

Não somos salvos por acreditar na inspiração ou inerrância da Bíblia. Somos salvos por acreditar no Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador do pecado (João 3:16; Efésios 2:8-9; Romanos 10:9-10). Ao mesmo tempo, é apenas através da Bíblia que aprendemos sobre Jesus Cristo e Sua morte e ressurreição a nosso favor (2 Coríntios 5:21; Romanos 5:8). Não precisamos acreditar em tudo na Bíblia para sermos salvos – mas temos que acreditar em Jesus Cristo, a quem a Bíblia proclama. Devemos ter a Bíblia como a Palavra de Deus e devemos acreditar em tudo o que Ela ensina. No entanto, não temos que acreditar em exatamente tudo que a Bíblia ensina para ser salvo. Na verdade, logo quando as pessoas se convertem, a maioria sabe muito pouco sobre a Bíblia.

Salvação é um processo que começa com um entendimento do nosso estado pecaminoso, não um entendimento da inerrância da Bíblia. Nossa consciência nos diz que não podemos ficar diante de um Deus santo confiando no nosso próprio mérito e acreditar que Ele vai nos aceitar. Sabemos que não somos suficientemente justos para fazer isso, então vamos a Ele e aceitamos o sacrifício de Seu Filho na cruz como pagamento pelo nosso pecado. Colocamos nossa total confiança nEle. Desse ponto em diante, temos uma natureza completamente nova, pura e limpa do pecado. O Espírito Santo de Deus vive em nossos corações, selando-nos por toda a eternidade. Seguimos para frente a partir daquele ponto, amando e obedecendo a Deus mais e mais a cada dia. Parte desse “seguir para frente” é nos alimentar diariamente com Sua Palavra para crescer e fortificar nossa caminhada com Ele. Somente a Bíblia tem o poder de executar esse milagre em nossas vidas.

Se acreditamos e confiamos na Pessoa e trabalho do Senhor Jesus Cristo como ensinados na Bíblia, somos salvos. Quando confiamos em Jesus Cristo, no entanto, o Espírito Santo vai trabalhar nos nossos corações e mentes- e vai nos convencer de que a Bíblia é verdade e deve ser acreditada (2 Timóteo 3:16-17). Se ainda há dúvidas nas nossas mentes sobre a inerrância das Escrituras, a melhor forma de lidar com isso é pedir a Deus que nos dê segurança sobre a Sua Palavra. Ele está mais do que disposto a responder as orações daqueles que O procuram honestamente e com todos os seus corações (Mateus 7:7-8).

Quais são os livros perdidos da Bíblia?

Não há “livros perdidos” da Bíblia ou livros que foram removidos da Bíblia. Há muitas lendas e rumores de livros “perdidos”, mas não há verdade nenhuma nessas histórias. Todo livro que Deus inspirou e queria que fizesse parte da Bíblia está na Bíblia. Há literalmente centenas de livros religiosos que foram escritos no mesmo período que os livros da Bíblia. Alguns desses livros contêm narrativas verdadeiras sobre coisas que realmente aconteceram (1 Macabeus, por exemplo). Alguns deles contêm bons ensinamentos espirituais (A Sabedoria de Salomão, por exemplo). No entanto, esses livros não foram inspirados por Deus. Ao lermos quaisquer desses livros, os livros apócrifos, por exemplo, temos que tratá-los como livros históricos falíveis, não como a inspirada e inerrante Palavra de Deus (2 Timóteo 3:16-17).

O evangelho de Tomé, por exemplo, foi uma falsificação escrita no terceiro ou quarto século D.C., afirmando ter sido escrito pelo Apóstolo Tomás. Não foi escrito por Tomás. Os líderes da igreja primitiva quase unanimemente rejeitaram o evangelho de Tomás por ser herege. Contém muitas coisas falsas e hereges que Jesus supostamente fez ou disse. Nada disso (ou pelo menos muito pouco) era verdade. A Epístola de Barnabás não foi escrita pelo Barnabás Bíblico, mas por um impostor. O mesmo pode ser dito do evangelho de Filipe, o apocalipse de Pedro, o livro de Enoque, etc.

Há um só Deus. A Bíblia tem um Criador. É um livro. Tem um plano de graça, registrado no período de iniciação, por sua execução, até a consumação. De predestinação até glorificação, a Bíblia é a história de Deus redimindo Seu povo escolhido para o louvor da Sua glória. À medida que os propósitos e planos redentores são descobertos na Bíblia, os temas recorrentes constantemente enfatizados são: o caráter de Deus, o julgamento de pecado e desobediência, a benção de fé e obediência, o Senhor Salvador e sacrifício pelo pecado, o reino e glória que hão de vir. É a intenção de Deus que saibamos e entendamos esses cinco temas porque nossas vidas e destinos eternos dependem deles. É impensável que Deus permitiria que parte dessa informação tão vital fosse “perdida” de qualquer forma. Não, a Bíblia é completa do jeito que é para que aquele que a lê e entende possa ser “perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16-17).

Por que devemos estudar o Antigo Testamento?

A Bíblia é uma revelação progressiva. Se você pular a primeira metade de qualquer bom livro e tentar terminá-lo, você vai ter dificuldade de entender seus personagens, o enredo e o final. Da mesma forma, o Novo Testamento só pode ser completamente entendido quando é visto como o cumprimento dos eventos, personagens, leis, sistema de sacrifício, alianças e promessas do Antigo Testamento. Se apenas tivéssemos o Novo Testamento, iríamos ler os evangelhos sem saber por que os judeus estavam esperando pelo Messias (Um Rei Salvador). Sem o Antigo Testamento, não entenderíamos por que esse Messias estava vindo (veja Isaías 53), e não poderíamos ter identificado Jesus de Nazaré como o Messias através das várias profecias detalhadas que foram dadas a Seu respeito, por exemplo: Seu lugar de nascimento (Miqueias 5:2); Sua forma de morrer (Salmos 22, principalmente versículos 1,7-8, 14-18; Salmos 69:21, etc.), Sua ressurreição (Salmos 16:10) e muitos outros detalhes de Seu ministério (Isaías 52:13; 9:2, etc.).

Sem o Antigo Testamento, não entenderíamos os costumes judaicos que são mencionados no Novo Testamento. Não entenderíamos as distorções que os fariseus tinham feito à lei de Deus por acrescentarem as suas tradições. Não entenderíamos por que Jesus estava tão transtornado ao purificar o Templo. Não entenderíamos que podemos usar a mesma sabedoria que Cristo usou em Suas muitas respostas aos Seus adversários (humanos e demoníacos).

Sem o Antigo Testamento, deixaríamos de entender várias profecias detalhadas que só podiam se tornar verdade se a Bíblia realmente fosse a Palavra de Deus, não dos homens (veja os profetas maiores e menores, tais como Daniel 7 e os capítulos seguintes). Essas profecias dão detalhes específicos sobre a ascensão e queda de nações, como iriam cair, se ascenderão de novo, quais poderes seriam os próximos a emergir, quem seriam os principais personagens (Ciro, Alexandre o Grande, etc.) e o que aconteceria com os seus reinos quando morressem. Essas profecias detalhadas são tão exatas que céticos acreditam que só podem ter sido escritas depois do ocorrido.

O Antigo Testamento contém várias lições através das vidas de seus personagens falíveis que possuíam a mesma natureza que possuímos hoje. Ao observar suas vidas, podemos nos encorajar a confiar em Deus não importando a situação (Daniel 3) e a não ceder nas coisas pequenas (Daniel 1), para que possamos ser fiéis depois nas grandes coisas (Daniel 6). Podemos aprender que é melhor confessar nossos pecados com sinceridade logo, ao invés de botar a culpa em outra pessoa (1 Samuel 15). Podemos aprender a não brincar com o pecado, pois o pecado vai nos descobrir e a sua mordida é fatal (veja Juízes 13-16). Podemos aprender que precisamos confiar e obedecer a Deus se almejarmos experimentar da Sua "terra prometida" ainda nessa vida e do Seu Paraíso na vida futura (Números 13). Aprendemos que se contemplarmos o pecado, estamos apenas nos preparando para cometê-lo (Gênesis 3; Josué 6-7). Aprendemos que nosso pecado tem consequências não só para nós mesmos, mas para aqueles ao nosso redor que amamos tanto. Da mesma forma, o nosso bom comportamento tem recompensa para nós e para os que estão ao nosso redor também (Gênesis 3; Êxodo 20:5-6).

O Antigo Testamento também contém grandes quantidades de sabedoria que o Novo Testamento não tem. Muitas dessas estão escritas nos livros de Salmos e Provérbios. Esses ensinos de sabedoria revelam como posso ser mais sábio do que meus mestres, qual o resultado de vários pecados (é sempre bom poder ver o anzol que a isca está escondendo) e quais realizações o mundo tem a oferecer (nenhuma!). Como posso perceber se sou um tolo (tolo moral, quer dizer)? Como posso acabar afastando pessoas sem ser esse o meu objetivo? Como posso abrir as portas para o sucesso duradouro? Como posso achar sentido para a minha vida? Novamente, tem tanta coisa nesses livros só esperando ser descoberta por aqueles que realmente querem aprender.

Sem o Antigo Testamento, não teríamos nenhuma base para nos guardar contra os erros das perversões politicamente corretas da nossa sociedade, na qual a evolução é vista como sendo a criadora de todas as espécies durante um período de milhões de anos (ao invés de ser o resultado de uma criação especial de Deus em seis dias literais). Nós acreditaríamos na mentira de que casamentos e famílias são estruturas em evolução que devem continuar a mudar com a sociedade (ao invés de serem vistos como um plano de Deus cujo propósito é criar filhos que O seguem e proteger aqueles que seriam usados e abusados se não estivessem em tal estrutura – frequentemente mulheres e crianças).

Sem o Antigo Testamento, não entenderíamos as promessas que Deus ainda vai cumprir à nação israelita. Como resultado, não veríamos propriamente que o período de Tribulação é um período de sete anos no qual Ele vai estar trabalhando especificamente com a nação de Israel por ter rejeitado a Sua primeira vinda, mas que vai recebê-lO na Sua segunda vinda. Não entenderíamos como o reino futuro de Cristo de 1000 anos se encaixa com as promessas aos judeus, nem como os gentios vão fazer parte também. Também não veríamos como o final da Bíblia conecta tudo o que estava solto no começo da Bíblia, restaurando o paraíso que Deus originalmente criou esse mundo para ser, no qual teríamos um relacionamento íntimo e pessoal com Ele no Jardim do Éden.

Em resumo, o Antigo Testamento é um espelho que permite que nos vejamos nas vidas dos seus personagens e nos ajuda a aprender de forma indireta com os seus exemplos. Explica tantas coisas sobre quem Deus é, as maravilhas que tem criado e a salvação que tem providenciado. Conforta aqueles que estão passando por perseguição ou problemas (especialmente o livro de Salmos). Revela através de tantas profecias cumpridas por que a Bíblia é um livro tão sem igual entre os outros livros santos – só ela é capaz de demonstrar o que clama ser: a Palavra inspirada de Deus. Revela muita coisa sobre Cristo página após página dos seus manuscritos. Contém muita sabedoria que vai além do que o Novo Testamento cita ou a que se refere. Em resumo, se você ainda não se aventurou profundamente nas suas páginas, então está perdendo muito do que Deus lhe tem disponibilizado. Ao ler o Antigo Testamento, haverá muito que você não entende de imediato, mas haverá muito mais que você vai entender e aprender. Ao continuar estudando as suas páginas, pedindo a Deus que o ensine ainda mais, a sua escavação vai lhe recompensar com grandes tesouros!

Qual é um bom lugar para eu começar a ler a Bíblia?

Para iniciantes, é bom entender que a Bíblia não é um livro comum que pode ser lido diretamente de capa a capa. Na verdade, é uma biblioteca, ou coleção, de livros escritos por autores diferentes em várias linguagens durante mais ou menos dois mil anos. Martinho Lutero disse que a Bíblia é o “berço de Cristo” porque toda a história bíblica e profecia essencialmente apontam a Ele. Portanto, qualquer primeira leitura da Bíblia deveria começar com os Evangelhos. O livro de Marcos é um livro de passo rápido e um bom lugar para começar. De lá você talvez queira ir para o Evangelho de João, que se focaliza nas coisas que Jesus disse sobre Si mesmo. Marcos descreve o que Jesus fez, enquanto João descreve o que Jesus disse. Em João encontramos algumas das passagens mais simples e claras, tal como João 3:16; mas também encontramos algumas das passagens mais profundas. Ler os Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas, João) vai familiarizar você com a vida e ministério de Cristo.

Depois disso, leia algumas das Epístolas (Romanos, Efésios, Filipenses). Elas nos ensinam como viver nossas vidas de uma forma que honra a Deus. Quando você começar a ler o Velho Testamento, leia o livro de Gênesis. Ele nos diz como Deus criou o mundo, como o pecado entrou na humanidade, e o impacto que tal evento teve no mundo. Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio podem ser difíceis de ler porque eles entram em detalhe sobre todas as leis pelas quais os judeus eram para viver. Enquanto você não deve evitar esses livros, talvez seja melhor deixá-los para um estudo futuro. De qualquer forma, tente não ficar preso a eles. Leia Josué até Crônicas para aprender a boa história de Israel. Ler Salmos até Cânticos vai lhe apresentar à poesia e sabedoria hebraicas. Os livros proféticos, Isaías até Malaquias, podem ser difíceis de entender também. Lembre-se que o ponto principal para entender a Bíblia é pedir a Deus por sabedoria (Tiago 1:5). Deus é o autor da Bíblia, e quer que você entenda Sua Palavra.

No entanto, primeiro é importante saber que nem todo mundo pode ser um estudante da Bíblia, apenas aqueles com as “qualificações” necessárias para estudar a Palavra com as bençãos de Deus:

Você é salvo por fé em Jesus Cristo (1 Coríntios 2:14-16)?
Você está com fome pela Palavra de Deus (1 Pedro 2:2)?
Você está pesquisando a Palavra de Deus diligentemente (Atos 17:11)?

Se você respondeu “sim” a essas três perguntas, você pode ter certeza de que Deus vai abençoar seus esforços de conhecer a Ele e Sua Palavra; e não vai importar onde você começa ou qual o seu método de estudo. Se você não tem certeza de que é um Cristão – que tem sido salvo por fé em Cristo e tem o Espírito Santo dentro de você – você vai achar que é impossível entender o significado das palavras das Escrituras. As verdades da Bíblia estão escondidas daqueles que ainda não vieram a ter fé em Cristo, mas são vida para aqueles que acreditam (1 Coríntios 2:13-14; João 6:63).

São os livros escritos pelo Apóstolo Paulo inspirados (veja 1 Coríntios 7:12)?




Pergunta: "São os livros escritos pelo Apóstolo Paulo inspirados (veja 1 Coríntios 7:12)?"

Resposta:
A maior parte do Cristianismo evangélico conservador acredita no que é chamado de inspiração verbal e plenária das Escrituras, o que significa que cada palavra da Bíblia é "soprada" por Deus (2 Timóteo 3:16). Se os críticos da Bíblia podem afirmar que 1 Coríntios 7:12 não é inspirado, mas apenas a opinião de Paulo, que outras passagens podem eles afirmar ser a opinião de um autor humano e não o comando do Autor divino? Esta questão atinge o coração da autoridade bíblica.

Paulo escreveu esta carta a um grupo de cristãos que moravam em Corinto, uma cidade muito corrupta. Parte dessa corrupção devia-se à presença do templo de Afrodite, local que abrigava mais de 1.000 prostitutas do templo. Foi neste cenário que Paulo fundou a igreja em Corinto. De fato, muitos da congregação saíram do estilo de vida imoral dessa cidade. Essa igreja era composta de ex-fornicadores, ex-idólatras, ex-adúlteros, ex-homossexuais, ex-ladrões e ex-bêbados (1 Coríntios 6:9-11).

Quando Paulo entra no capítulo 7 de sua carta, ele está respondendo a uma pergunta que a igreja tinha a respeito de relações sexuais entre homens e mulheres. Dado o clima social em Corinto, os membros dessa igreja achavam que seria uma coisa boa que todos permanecessem celibatários. Paulo concorda que o celibato é uma coisa boa e até mesmo afirma que deseja que mais pessoas fossem celibatárias, assim como ele era. Paulo não está depreciando o casamento, mas apenas afirmando os benefícios óbvios que a solteirice proporciona para o ministério. Paulo menciona que ser solteiro é um dom de Deus, mas nem todos têm esse dom (v. 7). Para aqueles atualmente casados, Paulo diz para permanecerem assim, e no v. 10 Paulo diz: "Não eu, mas o Senhor." Isto significa que Paulo está entregando aos da igreja de Corinto um comando direto de Jesus. Este comando vem do ensinamento de Jesus nos Evangelhos, em particular Mateus 5:32.

Finalmente, no v. 12, Paulo se dirige aos "casamentos mistos", ou seja, aqueles entre um cristão e um não-cristão. Dado o ambiente prevalecente, os cristãos poderiam ser tentados a se divorciarem dos cônjuges descrentes, achando que ao fazê-lo estariam se purificando. Paulo diz ao cônjuge crédulo que permanecesse com o incrédulo, com o comentário de que o comando vem dele, não de Jesus. Entretanto, Paulo não está oferecendo a sua própria opinião aqui. O que ele está dizendo é que Jesus nunca abordou esta questão diretamente durante o Seu ministério terreno. Os evangelhos não contêm qualquer ensinamento direto de Jesus abordando a situação de um cônjuge crente casado com um incrédulo. Jesus deu apenas uma razão legítima para o divórcio (Mateus 5:32; 19:19), e ser casado com um descrente não foi essa razão.

Portanto, a melhor resposta é que Paulo forneceu nova revelação em uma área que Jesus não tratou especificamente. É por isso que Paulo diz: "Eu, não o Senhor." Em outras palavras, eu, não Jesus, estou lhe dando este comando, embora seja baseado nos princípios que Jesus ensinou. Por mais extenso que o ministério de Jesus tenha sido, Ele não articulou tudo sobre a vida cristã. É por isso que Ele comissionou os apóstolos a continuarem o Seu ministério depois de Sua ascensão, e é por isso que temos a Bíblia inspirada por Deus: "para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra." Paulo foi responsável por grande parte da nova revelação, embora, em última análise, essas revelações tenham vindo do Espírito Santo. Em muitas de suas epístolas, Paulo revela "mistérios". A palavra "mistério" é um termo técnico que significa uma verdade não revelada anteriormente que agora é revelada, tal como a igreja sendo composta de judeus e gentios (Romanos 11:25) ou o Arrebatamento (1 Coríntios 15:51-52). Paulo está simplesmente nos dando revelações adicionais a respeito do casamento sobre as quais Jesus não entrou em detalhes.

O que são as bem-aventuranças?




Pergunta: "O que são as bem-aventuranças?"

Resposta:
As bem-aventuranças são as oito declarações de bênçãos pronunciadas por Jesus no início do Sermão da Montanha (Mateus 5:3-12), cada uma começando com "Bem-aventurados..." Há um certo debate quanto a exatamente quantas bem-aventuranças existem. Alguns falam de sete, nove ou dez bem-aventuranças, mas o número parece ser oito (versículos 10-12 de Mateus 5 sendo uma bem-aventurança).

A palavra grega traduzida por "bem-aventurado" significa "bem-estar e prosperidade espiritual". É uma palavra que se refere à alegria profunda da alma. Aqueles que experimentam a primeira parte de uma bem-aventurança (os pobres, os que choram, os mansos, os com fome de justiça, os misericordiosos, os puros, os pacíficos e os perseguidos) também experimentarão a segunda parte da bem-aventurança (reino dos céus, conforto, herdarão a terra, saciados, misericórdia, verão a Deus, chamados filhos de Deus, herdarão o reino dos céus). Os bem-aventurados têm uma parte na salvação e têm entrado no reino de Deus, experimentando um pouco do céu. Uma outra possível versão de cada bem-aventurança é uma exclamação de "Oh, quão felizes os..."

As bem-aventuranças descrevem o discípulo ideal e sua recompensa tanto no presente quanto no futuro. A pessoa que Jesus descreve nesta passagem tem uma qualidade diferente em seu caráter e estilo de vida daqueles que ainda estão "fora do reino". Como uma forma literária, a bem-aventurança também é encontrada no Antigo Testamento, especialmente nos Salmos (1:1; 34:8; 65:4; 128:1) e em outros lugares no Novo Testamento (João 20:29; 14:22; Tiago 1:12, Apocalipse 14:13).

Como podemos saber que partes da Bíblia se aplicam a nós hoje?




Pergunta: "Como podemos saber que partes da Bíblia se aplicam a nós hoje?"

Resposta:
Muitos mal-entendidos ocorrem quando caracterizamos comandos que devemos estar seguindo como "específicos de um certo tempo", aplicando-se apenas ao público original, ou quando confundimos comandos específicos a um público em particular como sendo verdades eternas. Como podemos discernir a diferença? A primeira coisa a notar é que o cânone das Escrituras foi encerrado no final do 1 º século DC. O que isto significa é que a maioria da Bíblia, se não toda, não foi originalmente escrita para nós. Os autores tinham em mente os ouvintes daquela época e provavelmente não sabiam que suas palavras seriam lidas por pessoas de todo o mundo séculos mais tarde. Isso deve nos levar a ter muito cuidado ao interpretar a Bíblia para o cristão de hoje. Parece que grande parte da pregação contemporânea está tão preocupada com relevância que tratamos a Bíblia como um lago de onde pescar aplicações para os cristãos de hoje. Isto é feito à custa de exegese e interpretação adequadas.

As três principais regras de hermenêutica (a arte e a ciência da interpretação bíblica) são: 1) contexto; 2) contexto; e 3) contexto. Antes que possamos dizer aos cristãos do século 21 como a Bíblia se aplica a eles, devemos primeiro chegar à melhor compreensão possível do que a Bíblia significava ao seu público original. Se chegarmos a uma aplicação que teria sido estranha para o público original, há uma possibilidade muito forte de que não estamos interpretando a passagem corretamente. Quando estivermos confiantes de que entendemos o que o texto significava para os seus ouvintes originais, então devemos considerar as diferenças entre nós e eles. Quais são as diferenças na linguagem, tempo, cultura, geografia, ambiente e situação? Tudo isso deve ser levado em conta antes de que uma aplicação possa ser feita. Quando entendermos a divergência de nossas culturas, poderemos encontrar pontos em comum entre o público original e nós mesmos, encontrando aplicações em nosso tempo e situação.

Também é importante destacar que cada passagem tem apenas uma interpretação correta. Ela pode ter uma gama de aplicações, mas apenas uma interpretação. Isto significa que algumas aplicações são melhores que outras. Se uma aplicação for mais próxima da interpretação correta do que outra, então é uma melhor aplicação daquele texto. Por exemplo, muitos sermões têm sido pregados em 1 Samuel 17 (a história de Davi e Golias) que envolvem "derrotar os gigantes de sua vida". Os pregadores levemente pegam os detalhes da narrativa e vão direto para a aplicação, a qual geralmente envolve comparar Golias com uma situação difícil e intimidante que deve ser superada pela fé. Há também tentativas de alegorizar as cinco pedras que Davi apanhou. Estes sermões geralmente concluem com uma exortação para que sejamos fiéis como Davi.

Embora essas interpretações levem a sermões envolventes, é duvidoso que a audiência original teria alcançado essa mensagem desta história. Antes de podermos aplicar a verdade de 1 Samuel 17, precisamos saber como o público original a compreendeu, e isso significa determinar o objetivo global de 1 Samuel como um livro. Sem entrar em uma exegese detalhada, vamos apenas dizer que não se trata de derrotar os gigantes de sua vida. Isso pode ser uma aplicação distante da passagem, mas como uma interpretação, é estranha ao texto. Deus é o herói da história e Davi é o Seu veículo escolhido para trazer a salvação ao Seu povo. A história contrasta o rei do povo (Saul) com o rei de Deus (Davi) e também prenuncia o que Cristo (o Filho de Davi) faria no fornecimento de nossa salvação.

Um outro exemplo comum de interpretação que ignora o contexto é João 14:13-14. Ler este versículo fora de contexto parece indicar que receberemos qualquer coisa de Deus contanto que usemos a fórmula "em nome de Jesus" no final da oração. Ao aplicar as regras de hermenêutica adequadas a esta passagem, vemos Jesus falando aos Seus discípulos no Cenáculo na noite de Sua traição. O público imediato é os discípulos. Em essência, isso é uma promessa aos discípulos de Jesus de que Deus proveria os recursos necessários para que terminassem a sua tarefa. É uma passagem de conforto porque Jesus logo iria deixá-los. Existe uma aplicação aos cristãos do século 21? É claro! Ao orar de acordo com a vontade de Deus (em nome de Jesus), Deus nos dará aquilo de que precisamos para realizar a Sua vontade em e através de nós. Além disso, a resposta que recebermos sempre glorificará a Deus. Longe de nos dar o que quisermos, esta passagem nos ensina a submeter-nos à vontade de Deus em oração e que Deus sempre providencia tudo de que precisamos para realizar a Sua vontade.

Uma interpretação bíblica apropriada é construída sobre os seguintes princípios:

1. Contexto. Para entendê-lo plenamente, comece de um pequeno ponto e expanda daí: versículo, passagem, capítulo, livro, autor e testamento/aliança.

2. Tente entender como o público original teria compreendido o texto.

3. Considere as diferenças entre sua cultura e a do público original.

4. Se um comando moral do Antigo Testamento for repetido no Novo Testamento, considere-o como uma "verdade eterna".

5. Lembre-se de que cada passagem tem apenas uma interpretação correta, mas pode ter muitas aplicações (algumas melhores que outras).

6. Sempre seja humilde e não se esqueça do papel do Espírito Santo na interpretação. Ele prometeu guiar-nos a toda a verdade (João 16:13).

Como mencionado anteriormente, a interpretação bíblica é tanto uma arte quanto uma ciência. Existem regras e princípios, e algumas das passagens mais difíceis exigem mais esforço do que outras. Devemos sempre estar dispostos a mudar uma interpretação em resposta ao convencimento do Espírito e de acordo com as evidências.

Por que há tanta confusão sobre os ensinamentos da Bíblia?




Pergunta: "Por que há tanta confusão sobre os ensinamentos da Bíblia?"

Resposta:
Deus nos deu a Bíblia para nos ensinar sobre Ele e Seus caminhos, e já que Deus não é um Deus de confusão (1 Coríntios 14:33), toda e qualquer confusão deve vir das forças destrutivas do mundo, da carne e do diabo. O "mundo" é o sistema mundial ímpio e o seu povo que não entendem ou se preocupam com a Palavra de Deus; a "carne" é a persistente natureza pecaminosa que os cristãos possuem e que corrompe o seu caminhar piedoso; e o "diabo" refere-se a Satanás e seus demônios que distorcem a Palavra de Deus, muitas vezes ao mesmo tempo se disfarçando como anjos de luz (2 Coríntios 11:14-15).

Cada uma dessas forças pode agir individualmente ou em conjunto para confundir as pessoas sobre a Palavra de Deus. Tragicamente, a confusão sobre a Bíblia pode levar a uma falsa esperança de salvação. As tentações de Satanás sobre Jesus usaram más interpretações da Palavra de Deus (Mateus 4:1-11). Satanás usa a mesma tática hoje, tomando uma verdade das Escrituras e distorcendo-a. Satanás é hábil em torcer a Palavra de Deus apenas o suficiente para produzir consequências desastrosas.

Às vezes, a confusão sobre o que a Bíblia ensina surge de uma pobre tradução bíblica. Mais frequentemente, porém, a confusão é o resultado de métodos descuidados do estudo da Bíblia entre os fiéis e das doutrinas de falsos pregadores, professores e escritores (2 Coríntios 11:12-13). Esses falsos profetas tomam traduções até adequadas e, através de ignorância ou por má intenção, distorcem a Palavra de Deus para promover seus próprios objetivos ou apelar ao pensamento do mundo. Em vez de depender exclusivamente de outras pessoas para nos ensinar a Palavra de Deus, devemos estudá-la por nós mesmos e confiar no Espírito Santo.

A confusão mais mortal diz respeito à verdade do Evangelho. Embora as Escrituras ensinem que Jesus Cristo é o único caminho, a única verdade e a única vida (João 14:6, Atos 4:12), muitos que se dizem cristãos creem que o céu pode ser alcançado de outras maneiras e outras religiões. Apesar da confusão, as verdadeiras ovelhas ouvirão a voz do Pastor e seguirão somente a Ele (João 10:27). Aqueles que não pertencem ao Pastor "não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos" (2 Timóteo 4:3). Deus nos deu o Seu Espírito e o mandamento para pregar a verdade bíblica com humildade e paciência, dentro e fora de tempo (2 Timóteo 4:2), assim como estudar para apresentar-nos diante de Deus aprovados, manejando bem a Palavra da Verdade (2 Timóteo 2:15). Faremos isso até o Senhor Jesus retornar e colocar um fim a toda a confusão.

Podemos/Devemos interpretar a Bíblia literalmente?

Não só podemos interpretar a Bíblia literalmente, mas devemos fazê-lo. Uma abordagem literal de interpretação é a única maneira de determinar o que Deus está tentando comunicar a nós. Quando lemos qualquer obra literária, é preciso determinar o que o autor quis comunicar. Muitos leem um versículo ou passagem da Escritura para então criar suas próprias definições para as palavras, frases ou parágrafos, ignorando o contexto e a intenção do autor. Entretanto, essa não foi a intenção de Deus e é por isso que Ele nos diz para lidarmos corretamente com a Palavra da verdade (2 Timóteo 2:15).

Uma razão pela qual devemos interpretar a Bíblia literalmente é porque o Senhor Jesus Cristo a interpretou literalmente. Quando o Senhor Jesus citou o Antigo Testamento, sempre foi claro que Ele acreditava em sua interpretação literal. Por exemplo, quando Jesus foi tentado por Satanás em Lucas 4, Ele respondeu citando o Antigo Testamento. Se os mandamentos de Deus em Deuteronômio 8:3, 6:13 e 6:16 não fossem literais, Jesus não os teria usado e eles teriam sido impotentes para deter a boca de Satanás – mas foi exatamente isso o que fizeram.

Os discípulos também interpretaram os mandamentos de Cristo (que são parte da Bíblia) literalmente. Jesus ordenou os discípulos a irem fazer mais discípulos em Mateus 28:19-20. No livro de Atos, vemos que os discípulos interpretaram o comando de Jesus literalmente ao irem por todo o mundo conhecido até então pregando o evangelho e dizendo a todos: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo" (Atos 16:31). Nós também devemos interpretar as palavras de Jesus literalmente. Como podemos ter certeza da nossa salvação se não acreditarmos que Ele veio buscar e salvar o perdido (Lucas 19:10), pagar a pena por nossos pecados (Mateus 26:28) e proporcionar a vida eterna (João 6:54)?

Interpretar a Bíblia literalmente ainda permite figuras de linguagem. Um exemplo disso é quando alguém diz: "O sol está nascendo". Tecnicamente, o sol não nasce; a Terra gira de uma maneira que faz parecer que o sol esteja nascendo. No entanto, quase todos entendem figuras de linguagem bem o suficiente para permitir este tipo de comunicação. Há óbvias figuras de linguagem que não devem ser interpretadas literalmente, como Salmo 17:8, por exemplo.

Finalmente, quando fazemos de nós mesmos os árbitros finais de quais partes da Bíblia são literais e quais não são, nós nos elevamos acima de Deus. Ele nos deu a Sua Palavra para se comunicar conosco. As confusões e distorções que inevitavelmente resultariam de uma interpretação não-literal essencialmente acabariam anulando as Escrituras. A Bíblia é a Palavra de Deus para nós, e Ele quis que acreditássemos nela literalmente e completamente.

O que é a doutrina bíblica da iluminação?




Pergunta: "O que é a doutrina bíblica da iluminação?"

Resposta:
Em termos simples, a iluminação no sentido espiritual é "ligar a luz" do entendimento em alguma área. Quando a iluminação divina lida com novos conhecimentos ou coisas futuras, nós a chamamos de "profecia". Quando a iluminação lida com a compreensão e aplicação do conhecimento já dado, nós a chamamos de "iluminação". Surge então a pergunta: "Como é que Deus ilumina as mentes daqueles que estudam a Sua Palavra?"

O nível mais básico de iluminação é o conhecimento do pecado; sem esse conhecimento, todo o resto é inútil. Salmo 18:28 diz: "Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas trevas." Salmo 119, o maior capítulo da Bíblia, é uma canção sobre a Palavra de Deus. O versículo 130 diz: "A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples." Este versículo estabelece o método básico da iluminação de Deus. Quando a Palavra de Deus entra no coração de uma pessoa, dá luz e entendimento. Por esta razão, somos repetidamente encorajados a estudá-la. Salmo 119:11 diz: "Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti." Os versículos 98 e 99 dizem: "O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação."

O estudo regular da Palavra de Deus dá direção e compreensão nas questões da vida. Este é o primeiro método da iluminação de Deus e o ponto de partida para todos nós. No Salmo 119, encontramos também um outro tipo de iluminação de Deus. O versículo 18 diz: "Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei." Estas "coisas maravilhosas" não são novas revelações, mas coisas que foram escritas muito tempo antes e só agora compreendidas pelo leitor. Da mesma forma, o versículo 73 diz: "As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus mandamentos." O apelo é por entendimento pessoal para aplicar as leis de Deus. Quinze vezes neste salmo, Deus é convidado a ensinar ou dar conhecimento de Suas leis.

Uma passagem que às vezes provoca controvérsia a respeito da iluminação é João 14:26: "Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito." Jesus estava falando aos Seus discípulos no Cenáculo, dando-lhes as últimas instruções antes de Sua morte. Este grupo especial de homens seria responsável por espalhar as boas novas de Jesus Cristo para o mundo inteiro. Eles tinham passado três anos e meio com Ele, assistindo os Seus milagres e ouvindo os Seus ensinamentos. Ao repassar esses ensinamentos para o resto do mundo, eles precisariam da ajuda especial de Deus em lembrar-se com precisão. Jesus disse que o Espírito Santo os ensinaria e lembraria do que tinha sido dito para que pudessem corretamente transmitir a mensagem aos outros. Embora este versículo ensine que os apóstolos teriam ajuda divina em escrever os Evangelhos, ela não ensina que o Espírito faria o mesmo com todos os crentes.

Então, como funciona o trabalho da iluminação do Espírito Santo nos crentes? Efésios 1:17-18 nos diz que o Espírito dá sabedoria e revelação a respeito de Jesus Cristo e abre os olhos do entendimento para que possamos conhecer os propósitos de Deus em nossas vidas. Em 1 Coríntios 2:10-13, Deus revela os Seus planos para nós pelo Seu Espírito, o qual nos ensina as coisas espirituais. O contexto aqui aponta para a Palavra de Deus como aquilo que foi revelado. O Espírito de Deus sempre nos apontará para a Palavra de Deus para a nossa instrução. Como Jesus disse aos Seus discípulos em João 16:12-15, o Espírito simplesmente repete o que o Pai e o Filho já disseram. Esta repetição nos ajuda a lembrar e totalmente ouvir o que Deus já nos disse. Às vezes temos que ouvir coisas várias vezes para que possamos realmente "ouvi-las". É aí que o Espírito entra em cena.

Uma coisa que é às vezes negligenciada na discussão de iluminação é o seu propósito. Em ouvir alguns argumentos, parece que todo o propósito da iluminação é uma compreensão exata e acadêmica da Palavra de Deus. Não há dúvida de que Deus deseja que compreendamos corretamente o que Ele nos deu. As palavras têm significado, e devemos prestar atenção aos detalhes nessas palavras. No entanto, um entendimento acadêmico dos fatos não faz bem a ninguém se não houver uma aplicação de tais fatos.

Voltando ao Salmo 119, encontramos declarações sobre o propósito em conexão com os versículos de iluminação. "Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas tuas maravilhas" (v. 27); "Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração" (v. 34); "Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos" (v. 125); "dá-me entendimento, para que eu viva" (v. 144). A iluminação sempre aponta para alguma ação. Por que Deus nos ajuda a entender a Sua Palavra? Para que possamos viver em sua luz. 1 João 1:6 nos desafia: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.” Podemos parafrasear esse versículo da seguinte maneira: "Se dissermos que temos sido iluminados, mas ainda andamos na escuridão, mentimos sobre a compreensão da Palavra de Deus." O Espírito de Deus, o qual nos ilumina a compreender a Palavra de Deus, pega esse conhecimento e nos ajuda a vivê-lo. Romanos 8:14 diz: "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus." A iluminação do Espírito Santo em nossas vidas é uma confirmação de que somos realmente filhos de Deus.

O que é a numerologia bíblica?




Pergunta: "O que é a numerologia bíblica?"

Resposta:
A numerologia bíblica é o estudo dos números na Bíblia. Dois dos números mais comumente repetidos na Bíblia são 7 e 40. O número 7 significa conclusão ou perfeição (Gênesis 7:2-4; Apocalipse 1:20). É muitas vezes chamado do "número de Deus" já que Ele é o único que é perfeito e completo (Apocalipse 4:5, 5:1, 5-6). Acredita-se que o número 3 também seja o número da perfeição divina: a Trindade consiste do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O número 40 é muitas vezes conhecido como o "número de provação ou julgamento". Por exemplo, os israelitas vagaram durante 40 anos (Deuteronômio 8:2-5); Moisés ficou no monte durante 40 dias (Êxodo 24:18); Jonas advertiu Nínive de que o julgamento viria após 40 dias (Jonas 3:4); Jesus foi tentado por 40 dias (Mateus 4:2), houve 40 dias entre a ressurreição e a ascensão de Jesus (Atos 1:3). Um outro número repetido na Bíblia é 4, o qual é conhecido como o número da criação: norte, sul, leste, oeste; quatro estações do ano. Acredita-se que o número 6 seja o número do homem: o homem foi criado no dia 6; o homem trabalha seis dias apenas. Um outro exemplo da Bíblia usando um número para significar algo se encontra em Apocalipse capítulo 13, o qual diz que o número do Anticristo é 666.

Quer os números realmente tenham um significado especial ou não, isso ainda está sendo debatido. A Bíblia definitivamente parece usar números em padrões ou para ensinar verdades espirituais. No entanto, muitas pessoas colocam demasiada importância na "numerologia bíblica", tentando encontrar um significado especial por trás de cada número na Bíblia. Muitas vezes, um número na Bíblia é simplesmente um número. Deus não nos chamou para a busca de significados secretos, mensagens escondidas ou códigos na Bíblia. Há mais do que suficiente verdade simples nas Escrituras para cuidar de todas as nossas necessidades e nos fazer "perfeitamente preparados para toda boa obra" (2 Timóteo 3:16).

Como podemos decidir quais livros pertencem à Bíblia se a Bíblia não diz quais livros lhe pertencem?




Pergunta: "Como podemos decidir quais livros pertencem à Bíblia se a Bíblia não diz quais livros lhe pertencem?"

Resposta:
Se a Escritura deve ser a nossa única autoridade, com que autoridade sabemos quais livros pertencem à Bíblia já que ela não diz quais livros lhe pertencem? Esta é uma pergunta muito importante porque uma corrente só consegue ser tão forte quanto o seu elo mais fraco. Na cadeia de comunicação de Deus à humanidade, há um elo fraco? Se sim, então toda a cadeia falha e a comunicação, em última instância, não pode ser confiável.

Considere os vários "elos" que fazem parte da comunicação de Deus para nós: primeiro veio o desejo de Deus de se comunicar. Este estava enraizado em Seu amor, pois a coisa mais amorosa que um bom Deus pode fazer é revelar-se à Sua criação. Em seguida veio a transmissão da Palavra de Deus através de escritores humanos. Isso envolveu um processo que a Bíblia chama de "inspiração", no qual Deus soprou as palavras que os agentes humanos registraram (2 Timóteo 3:16). Depois disso veio a divulgação, ou seja, a Palavra sendo entregue ao seu público através da pregação ou outros meios. Temos então o reconhecimento que aconteceu à medida que o povo de Deus distinguiu a Sagrada Escritura de outros escritos religiosos. Depois disso temos a preservação através da qual a Palavra de Deus tem sobrevivido até os dias atuais, apesar de muitas tentativas de destruí-la. E, finalmente, temos a iluminação, ou seja, o Espírito Santo abrindo a compreensão do crente para receber a Palavra.

E essa é a "cadeia" -- a demonstração do amor de Deus na inspiração, difusão, reconhecimento, preservação e iluminação da Sua Palavra. Cremos que Deus estava envolvido em cada etapa do processo, afinal, por que Deus teria o trabalho de inspirar a Sua Palavra e, em seguida, não preservá-la? Por que Ele falaria conosco e depois deixar de guiar-nos no reconhecimento do Seu discurso?

Este reconhecimento da Palavra de Deus é geralmente chamado de "canonização". Temos o cuidado de dizer que Deus determinou o cânone e que a igreja apenas o descobriu. O cânone das Escrituras não foi criado pela igreja, ao invés, a igreja apenas o descobriu ou reconheceu. Em outras palavras, a Palavra de Deus era inspirada e autoritária desde o seu início – ela "permanece no céu" (Salmo 119:89) e a igreja simplesmente reconheceu esse fato e o aceitou.

Por que é importante estudar a Bíblia em seu contexto? Qual é o problema em estudar versículos fora de contexto?




Pergunta: "Por que é importante estudar a Bíblia em seu contexto? Qual é o problema em estudar versículos fora de contexto?"

Resposta:
É importante estudar passagens e histórias bíblicas dentro de seu contexto. Estudar versículos fora de contexto leva a todos os tipos de erros e equívocos. A compreensão do contexto começa com quatro princípios: o significado literal (o que ele diz), o cenário histórico (os eventos da narrativa, a quem é dirigida e como foi compreendida na época), a gramática (a sentença e parágrafo imediatos nos quais uma palavra ou frase se encontra) e a síntese (a comparação com outras partes das Escrituras). O contexto é crucial para a exegese bíblica. Depois de estudarmos a natureza literal, histórica e gramatical de uma passagem, devemos então concentrar-nos na estrutura, no capítulo e então no parágrafo do livro. Tudo isto faz parte do "contexto". Para ilustrar, é como olhar um mapa mundial no Google Maps e gradualmente focalizar-se em uma casa.

Estudar frases e versículos fora do seu contexto quase sempre leva a mal-entendidos. Por exemplo, se tomarmos a frase "Deus é amor" (1 João 4:7-16) fora de seu contexto, poderíamos pensar que o nosso Deus ama tudo e a todos em todos os momentos com um jorrante tipo de amor romântico. Entretanto, em seu contexto literal e gramatical, o "amor" aqui se refere ao amor ágape, com a sua essência sendo sacrifício para o benefício de outra pessoa, não algo sentimental ou romântico. O contexto histórico também é crucial, uma vez que João estava se dirigindo a crentes na igreja do primeiro século e instruindo-os não sobre o amor de Deus em si, mas sobre como identificar os verdadeiros crentes dos mestres falsos. O amor verdadeiro – do tipo sacrificial e benéfico -- é a marca do verdadeiro crente (v. 7); aqueles que não amam não pertencem a Deus (v. 8); Deus nos amou antes de termos amado a Ele (vv. 9 -10), e é por isso que devemos amar uns aos outros e, assim, provar que somos Seus (v. 11-12).

Além disso, considerar a frase "Deus é amor" no contexto de toda a Escritura (síntese) nos impedirá de chegarmos à falsa, mas comum, conclusão de que Deus é só amor ou de que Seu amor é maior que todos os Seus outros atributos. Por causa de muitas outras passagens, podemos saber que Deus é também santo e justo, fiel e confiável, gracioso e misericordioso, bondoso e compassivo, onipotente, onipresente, onisciente e muitas outras coisas. Sabemos também que Deus não só ama, mas também odeia (Salmo 11:5).

A Bíblia é a Palavra de Deus, literalmente "soprada por Deus" (2 Timóteo 3:16), e somos instruídos a estudar e compreendê-la através do uso de bons métodos de estudo bíblicos e sempre com a iluminação do Espírito Santo para nos guiar (1 Coríntios 2:14). O nosso estudo é grandemente aprimorado ao sermos fiéis à questão do contexto. Não é difícil apontar lugares que aparentemente contradizem outras partes das Escrituras, mas, se observarmos atentamente o seu contexto e usarmos a totalidade das Escrituras como referência, podemos compreender o significado de uma passagem e as aparentes contradições são explicadas. "O contexto é rei" significa que o contexto muitas vezes guia o significado de uma frase. Ignorar esse contexto é nos colocar em tremenda desvantagem.

O que é a harmonia dos Evangelhos?




Pergunta: "O que é a harmonia dos Evangelhos?"

Resposta:
A "harmonia" dos Evangelhos é a concordância dos quatro Evangelhos bíblicos. Os quatro Evangelhos do Novo Testamento são como os cantores em um coral de quatro partes. Cada um tem uma parte distinta para cantar, mas, ao se juntarem, formam uma linda composição. Cada um dos quatro Evangelhos dá testemunho de Jesus a partir de uma perspectiva ligeiramente diferente, mas todos contam a mesma história. Assim, eles estão todos em harmonia uns com os outros. Os livros que alinham as narrativas do Evangelho em ordem cronológica são chamados de harmonias dos Evangelhos, e algumas Bíblias incluem uma seção de referência que faz a mesma coisa.

Mateus, Marcos e Lucas são chamados de Evangelhos "sinóticos" porque incluem muitos dos mesmos acontecimentos da vida de Jesus (a palavra sinótico significa "mesma visão"). João é um livro diferente, preenchendo lacunas que os outros deixam de fora. Cada um desses Evangelhos foi escrito para um público diferente e enfatiza as diferentes facetas do ministério de Jesus. O Evangelho de Mateus foi escrito principalmente para os judeus e enfatiza como Jesus cumpriu as profecias de um Messias real. Marcos foi escrito principalmente para os cristãos gentios ou romanos, por isso inclui algumas profecias do Antigo Testamento e explica muitas palavras e costumes judaicos. Jesus é retratado em Marcos como o Servo Divino. Lucas também foi escrito principalmente para os crentes gentios, por isso também explica costumes judaicos e usa nomes gregos. Lucas escreveu uma narrativa metódica da vida de Jesus e O apresenta como o Filho do homem, enfatizando a Sua humanidade plena. O Evangelho de João enfatiza Jesus como o Filho de Deus e inclui mais revelações de Jesus sobre si mesmo do que qualquer outro Evangelho. Ele também dá uma imagem muito mais detalhada dos eventos durante os últimos dias de Jesus.

Algumas pessoas têm tentado remover a credibilidade da Bíblia ao apontar aparentes inconsistências nas narrativas dos Evangelhos. Elas apontam diferenças na ordem em que os eventos são apresentados ou em pequenos detalhes dentro desses eventos. Quando as quatro narrativas são colocadas lado a lado, vemos que nem todas seguem a mesma cronologia estrita. Isso ocorre porque grande parte da narrativa é organizada em ordem tópica, na qual os eventos são agrupados de acordo com um tema semelhante. Esta abordagem tópica é a maneira em que a maioria de nós tem nossas conversas todos os dias.

As diferenças em pequenos detalhes, tais como o número de anjos no túmulo de Cristo (Mateus 28:5, Marcos 16:5, Lucas 24:4, João 20:12), também são respondidas quando se permite que o texto fale por si. Mateus e Marcos mencionam "um anjo", enquanto Lucas e João mencionam dois anjos. No entanto, Mateus e Marcos nunca dizem que havia "apenas" um anjo, eles simplesmente dizem que um anjo estava presente. Tais diferenças são complementares e não contraditórias. Novas informações podem ser adicionadas, mas nunca negam a veracidade das informações antigas.

Como o resto das Escrituras, os quatro Evangelhos são um belo testemunho da revelação de Deus ao homem. Imagine um cobrador de impostos (Mateus), um rapaz judeu inexperiente com uma reputação de desistir fácil (Marcos), um médico romano (Lucas) e um pescador judeu (João), todos escrevendo depoimentos harmoniosos da vida de Jesus. De forma alguma, sem a intervenção de Deus, eles poderiam ter escrito essas narrativas incrivelmente precisas (2 Timóteo 3:16). A história, a profecia e os detalhes pessoais trabalham todos juntos para compor uma imagem extremamente precisa de Jesus -- o Messias, o Rei, o Servo e o Filho de Deus.

Por que a Bíblia é chamada de Bíblia Sagrada?




Pergunta: "Por que a Bíblia é chamada de Bíblia Sagrada?"

Resposta:
A frase biblia sacra ("livros sagrados") apareceu pela primeira vez em algum momento da Idade Média. Em Inglês, um dos primeiros -- se não o primeiro -- usos do termo "A Bíblia Sagrada" apareceu em 1611 na capa da Versão Autorizada, conhecida nos EUA como a Versão do Rei James. A palavra santa tem vários significados e, como veremos, todos eles descrevem a Palavra de Deus.

Um dos significados de santo é "sagrado, santificado, separado". Quando Deus falou a Moisés na sarça ardente, Ele o ordenou que tirasse suas sandálias porque estava pisando em "terra santa", terra santificada pela presença de Deus. Porque Deus é sagrado, as palavras que Ele fala também são sagradas. Da mesma forma, as palavras que Deus deu a Moisés no Monte Sinai também são sagradas, assim como todas as palavras que Deus deu à humanidade na Bíblia. Uma vez que Deus é perfeito, suas palavras são perfeitas (Salmo 19:7). Como Deus é justo e puro, assim também é a Sua Palavra (Salmo 19:8).

A Bíblia também é santa porque foi escrita por homens sob a direção e influência do Espírito Santo. "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça" (2 Timóteo 3:16). A palavra grega traduzida "inspirada por Deus" é theopneustos, de theos, que significa "Deus", e pneo, que significa "respirar ou respirar sobre". Tiramos a palavra pneumonia desta raiz grega. Então, o nosso Deus Santo, na pessoa do Espírito Santo, literalmente soprou as palavras sagradas das Escrituras nos escritores de cada um dos livros da Bíblia. O Escritor divino é santo, portanto, o que Ele escreve é santo.

Um outro significado de santo é "separar". Deus separou a nação de Israel de seus contemporâneos para ser um "reino sacerdotal e nação santa" (Êxodo 19:6). Da mesma forma, os cristãos são separados dos incrédulos que caminham na escuridão, assim como Pedro descreveu em 1 Pedro 2:9: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo todo seu para que proclameis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." Esse aspecto da santidade (o de ser “separado”) aplica-se à Bíblia porque ela é um livro separado de todos os outros. É o único livro escrito pelo próprio Deus, o único livro que tem o poder para libertar os homens (João 8:32), para mudar suas vidas e torná-los sábios (Salmo 19:7), para santificá-los e torná-los santos (João 17:17). É o único livro que dá conforto, vida e esperança (Salmo 119:50), e é o único livro que durará para sempre (Mateus 5:18).

Como é que as pessoas conheciam Deus antes da Bíblia?




Pergunta: "Como é que as pessoas conheciam Deus antes da Bíblia?"

Resposta:
Embora as pessoas não tivessem a Palavra escrita de Deus, elas não ficaram sem a capacidade de receber, compreender e obedecer a Deus. Na verdade, há muitas áreas do mundo atual onde Bíblias não estão disponíveis, mas as pessoas podem saber e sabem sobre Deus. A questão é uma de revelação -- Deus revelando ao homem o que Ele quer que saibamos sobre Si mesmo. Embora a Bíblia nem sempre tenha existido, sempre houve meios para o homem receber e compreender a revelação de Deus. Há duas categorias de revelação, a revelação geral e a especial.

A revelação geral lida com o que Deus comunica universalmente a toda a humanidade. O aspecto externo da revelação geral é que Deus deve ser a causa ou a fonte de tudo que existe. Porque essas coisas existem, e deve haver uma causa para a sua existência, Deus também deve existir. Romanos 1:20 diz: "Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis." Todos os homens e mulheres em toda parte podem observar a criação e saber que Deus existe. Salmo 19:1-4 explica ainda que a criação de Deus fala claramente em uma linguagem que todos entendem. "Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz" (versículo 3). A revelação da natureza é clara. Ninguém pode escusar-se por causa da ignorância. Não há nenhum álibi para o ateu, e não há desculpa para o agnóstico.

Um outro aspecto da revelação geral – aquilo que é revelado a todos - está na presença da nossa consciência. Isso é interno. "Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou" (Romanos 1:19). As pessoas, por possuírem uma parte imaterial, estão conscientes da existência de Deus. Estes dois aspectos da revelação geral são ilustrados em muitas histórias de missionários conhecendo tribos indígenas que nunca viram uma Bíblia ou ouviram falar de Jesus. No entanto, quando o plano de salvação lhes é apresentado, eles sabem que Deus existe porque veem evidência dEle na natureza, e sabem que precisam de um Salvador porque as suas consciências os condenam de seus pecados e de sua necessidade dEle.

Além da revelação geral, há uma revelação especial que Deus utiliza para mostrar à humanidade sobre Si mesmo e Sua vontade. A revelação especial não vem a todas as pessoas, mas apenas para certas pessoas em determinados momentos. Alguns exemplos das Escrituras de revelação especial incluem lançar sortes (Atos 1:21-26, também Provérbios 16:33), o Urim e Tumim (um tipo especial de sortes usado pelo Sumo Sacerdote, veja Êxodo 28:30; Números 27:21, Deuteronômio 33:8; 1 Samuel 28:6 e Esdras 2:63), sonhos e visões (Gênesis 20:3,6; Gênesis 31:11-13,24; Joel 2:28), aparições do Anjo do Senhor (Gênesis 16:7-14; Êxodo 3:2; 2 Samuel 24:16; Zacarias 1:12) e o ministério dos profetas (2 Samuel 23:2; Zacarias 1:1). Essas referências não são uma lista exaustiva de todas as ocorrências, mas devem servir como bons exemplos deste tipo de revelação.

A Bíblia como a conhecemos é também uma forma de revelação especial. No entanto, ela pertence a uma categoria por si só porque torna as outras formas de revelação especial desnecessárias para hoje. Até mesmo Pedro, o qual, juntamente com João, presenciou Jesus conversando com Moisés e Elias no Monte da Transfiguração (Mateus 17, Lucas 9), declarou esta experiência especial como sendo inferior à "palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos" (2 Pedro 1:19). Isso é porque a Bíblia é a forma escrita de todas as informações que Deus quer que saibamos sobre Ele e Seu plano. Na verdade, a Bíblia contém tudo o que precisamos saber para ter um relacionamento com Deus.

Portanto, antes da Bíblia como a conhecemos estar disponível, Deus usou muitos meios para revelar a Si mesmo e a Sua vontade para a humanidade. É incrível pensar que Deus não usa apenas um meio, mas muitos. Faz-nos gratos que hoje temos a Palavra escrita e preservada de Deus. Não estamos à mercê de alguém nos dizendo o que Deus disse, podemos por nós mesmos estudar o que Ele disse!

Naturalmente, a mais clara revelação de Deus foi o Seu Filho, Jesus Cristo (João 1:14, Hebreus 1:3). Jesus tomando a forma humana para caminhar nesta terra entre nós revelou muito sobre Deus. Quando Ele morreu por nossos pecados na cruz, ficamos sem quaisquer dúvidas de que Deus realmente é amor (1 João 4:10).

Devem os milagres na Bíblia ser interpretados literalmente?




Pergunta: "Devem os milagres na Bíblia ser interpretados literalmente?"

Resposta:
Sim, os milagres da Bíblia devem ser interpretados literalmente. Toda a Escritura deve ser interpretada literalmente, exceto pelas porções que são claramente simbólicas. Um exemplo de simbolismo é o Salmo 17:8. Nós não somos literalmente as meninas dos olhos de Deus, e Ele não tem asas literalmente. Entretanto, os milagres não são acontecimentos simbólicos, são fatos reais que realmente aconteceram. Cada um dos milagres na Bíblia tinha um objetivo e realizou algo que não poderia ser realizado em qualquer outra forma.

O milagre mais antigo e mais profundo de todos foi o da criação. Deus criou tudo ex nihilo - do nada - e cada milagre que se sucedeu reforçou o Seu poder incrível. O livro de Êxodo é repleto de acontecimentos milagrosos que Deus usou para realizar a Sua vontade. As pragas sobre o Egito, começando com o Nilo sendo transformado em sangue (Êxodo 7:17) e terminando com a morte dos primogênitos do Egito (Êxodo 12:12), foram eventos literais que eventualmente levaram o Faraó a libertar os israelitas da escravidão. Se as pragas não tivessem acontecido, por que Faraó teria libertado o povo? E se a morte dos primogênitos não tivesse acontecido, então Deus não se moveu pelo Egito naquela noite e nem havia qualquer razão para os israelitas aplicarem sangue em seus portais. Se fosse esse o caso, então o prenúncio do sangue derramado de Jesus na cruz é anulado, o que, por sua vez, coloca a própria crucificação em dúvida. Quando começamos a duvidar da realidade de qualquer milagre, devemos excluir também tudo o que a Bíblia diz que resultou desse milagre e isso, em última análise, coloca toda a Escritura em dúvida.

A divisão do Mar Vermelho é um dos mais conhecidos milagres do Antigo Testamento (Êxodo 14), durante o qual o Faraó e muito do seu exército foram afogados. Se o incidente fosse simbólico, então podemos confiar em qualquer parte do resto da narrativa? Será que os israelitas realmente deixaram o Egito? Será que o exército de Faraó realmente os seguiu e, se sim, como os israelitas escaparam? Salmo 78 é uma das muitas passagens em que Deus lembra os israelitas dos milagres que Ele realizou ao libertá-los do cativeiro egípcio. Esses milagres também fizeram com que as nações vizinhas conhecessem o Deus Jeová e provaram que Ele é o único e verdadeiro Deus (Josué 2:10). Seus ídolos pagãos de madeira e pedra não eram capazes de tais milagres.

No Novo Testamento, Jesus realizou inúmeros milagres, começando com o do casamento de Caná, onde Ele transformou água em vinho (João 2:1-10). Seu milagre mais espetacular foi provavelmente a ressurreição de Lázaro depois dele estar morto por quatro dias (João 11). Todos os milagres que Jesus fez foram para provar que Ele era de fato quem disse que era -o Filho de Deus. Quando Ele acalmou a tempestade em Mateus 8, até mesmo os discípulos se admiraram: "E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?" (V. 27). Se os milagres de Jesus não foram reais, então as narrativas do evangelho sobre as curas de Jesus são apenas bons contos, e essas pessoas permaneceram aflitas por suas doenças, pondo em dúvida a Sua compaixão (Mateus 14:14; 10:34, Marcos 1:41). Se Ele realmente não alimentou milhares de pessoas com alguns pães e peixes, as pessoas permaneceram com fome e as palavras de Jesus "Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes" (João 6:26) não têm nenhum significado. Entretanto, Jesus realmente curou, criou alimento para milhares de pessoas, transformou água em vinho e ressuscitou Lázaro dentre os mortos. João 2:23 nos diz que muitos creram nele por causa dos milagres.

Todos os milagres tinham um propósito -- provar que Deus não é como mais ninguém, que Ele tem o controle completo da criação e que, se Ele realmente puder fazer todas essas coisas milagrosas, então nada em nossas vidas é muito difícil para ele lidar. Ele quer que confiemos nEle e saibamos que Ele pode fazer milagres em nossas vidas também. Se os milagres não ocorreram, então como podemos confiar no que a Bíblia diz? Como podemos confiar nas boas novas da Bíblia sobre a vida eterna através de Cristo? Quando começamos a duvidar de qualquer parte da Escritura, toda a Palavra de Deus perde a sua credibilidade e abrimos a porta para as mentiras e distorções que Satanás tenta trazer às nossas vidas para destruir a nossa fé (1 Pedro 5:8). A Bíblia é para ser lida e entendida literalmente, inclusive as narrativas sobre os milagres.

Quais são os diferentes nomes e títulos da Bíblia?




Pergunta: "Quais são os diferentes nomes e títulos da Bíblia?"

Resposta:
Há mais de doze nomes e títulos da Bíblia encontrados tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Encontre a seguir uma lista dos mais bem conhecidos:

Livro da Lei (Deuteronômio 31:26) - "Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca do pacto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra vós." A Bíblia é descrita como um livro de leis, leis as quais não são destinadas a nos escravizar ou sufocar o nosso relacionamento com Deus, mas que se destinam a aumentar o nosso conhecimento da justiça de Deus e nos direcionar a Cristo.

Evangelho (Romanos 1:16) - "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê..." A Bíblia nos revela o Evangelho, a boa nova, sobre o Senhor Jesus Cristo. Através de Filho de Deus, os nossos pecados são perdoados e recebemos a salvação.

Sagradas Escrituras (Romanos 1:2) - "que ele antes havia prometido pelos seus profetas nas santas Escrituras." A Bíblia é uma coleção de escritos sagrados que são santos e autoritários porque foram inspirados por Deus.

Lei do Senhor (Salmo 19:7) - "A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples." As leis da Bíblia não devem ser confundidas com quaisquer outras porque são os mandamentos do Senhor, só dEle, e não ideias do homem.

Palavras de Vida (Atos 7:38) - "Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para vo-las dar." A Bíblia é um livro vivo, pois cada livro, capítulo e versículo estão vivos com o conhecimento e a sabedoria de Deus.

A Palavra de Cristo (Colossenses 3:16) - "A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações." A mensagem de Cristo é a mensagem da salvação do pecado através do Único que pode realizá-la.

Escrituras (2 Timóteo 3:16) - "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça." Inspirada por Deus, a Bíblia é uma coleção de escritos como nenhuma outra. É o único livro escrito por homens movidos, ou "levados", pelo Espírito de Deus (2 Pedro 1:21).

O Rolo (Salmo 40:7) - "Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito." Ao profetizar sobre Jesus, a Bíblia refere-se a si mesma como um rolo, um rolo de pergaminho documentando o conhecimento de valor inestimável a ser compartilhado de geração em geração.

Espada do Espírito (Efésios 6:17) - "Tomai também... a espada do Espírito, que é a palavra de Deus." Assim como a espada, a Bíblia pode se defender contra qualquer ataque com a verdade de Deus. O escritor aos Hebreus diz que a Bíblia é mais cortante do que qualquer "faca de dois gumes" porque é capaz de dividir a "alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12).

Verdade (João 17:17) - "Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade." Já que a Bíblia é a Palavra de Deus, então ela é a verdade. Cada palavra é da mente de Deus. Já que Ele é a verdade, então a Sua Palavra também tem que ser verdade.

Palavra de Deus (Lucas 11:28) - "Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam." A Bíblia é como o porta-voz de Deus, pois através de cada livro Ele fala diretamente a nós.

Palavra da Vida (Filipenses 2:16) - ".... retendo a palavra da vida." A Bíblia nos revela a diferença entre a vida e a morte -- a vida eterna que está diante daqueles que aceitam a Jesus Cristo como seu Salvador e a morte eterna para aqueles que não.

Palavras do Senhor (Salmo 12:6) - "As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes." As palavras da Bíblia são perfeitas e sem falha porque são as palavras do Senhor, proclamadas pelos profetas e apóstolos para revelar o amor e a glória de Deus.

O que é o Pentateuco?




Pergunta: "O que é o Pentateuco?"

Resposta:
O Pentateuco é um nome para os cinco primeiros livros da Bíblia, os quais estudiosos bíblicos conservadores acreditam que tenham sido em sua maioria escritos por Moisés. Embora os próprios livros do Pentateuco não identifiquem claramente o autor, há muitas passagens que os atribuem a Moisés ou como sendo as suas palavras (Êxodo 17:14; 24:4-7; Números 33:1-2, Deuteronômio 31:9-22). Uma das evidências mais importantes para Moisés ser o autor do Pentateuco é que o próprio Jesus se refere a esta seção do Antigo Testamento como a "Lei de Moisés" (Lucas 24:44). Embora alguns versículos do Pentateuco aparentem ter sido adicionados por alguém que não fosse Moisés -- por exemplo, Deuteronômio 34:5-8 descreve a morte e sepultamento de Moisés – a maioria dos estudiosos atribui a maioria destes livros a Moisés. Mesmo se Josué ou outra pessoa realmente tivesse escrito os manuscritos originais, o ensino e a revelação foram dados por Deus através de Moisés, e não importa quem realmente escreveu as palavras, o autor final foi Deus e os livros ainda são inspirados.

A palavra "Pentateuco" vem de uma combinação da palavra grega penta, que significa "cinco", e teuchos, que pode ser traduzida como "pergaminhos". Por isso, "Pentateuco" refere-se simplesmente aos cinco pergaminhos que compõem a primeira das três divisões do cânone judaico. O nome Pentateuco pode ser rastreado até 200 DC, quando Tertuliano se refere aos cinco primeiros livros da Bíblia por esse nome. Também conhecido como a Torá, a palavra hebraica que significa "Lei", esses cinco livros da Bíblia são Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Os judeus geralmente dividem o Antigo Testamento em três seções diferentes: A Lei, Os Profetas e Os Escritos. A Lei ou Torá contém o fundo histórico da criação e da escolha de Deus por Abraão e pela nação judaica como o Seu povo escolhido. A Torá contém também a lei dada a Israel no Monte Sinai. As Escrituras se referem a estes cinco livros por vários nomes. Josué 1:7 diz: "Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo, cuidando de fazer conforme toda a lei (torá) que meu servo Moisés te ordenou" e também são chamados de "a lei de Moisés" em 1 Reis 2:3.

Os cinco livros da Bíblia que compõem o Pentateuco são o princípio da revelação progressiva de Deus ao homem. Em Gênesis encontramos o começo da criação, a queda do homem, a promessa de redenção, o início da civilização humana e o início do relacionamento de aliança entre Deus e o Seu povo escolhido, Israel.

O próximo livro é Êxodo, o qual registra Deus libertando o Seu povo da escravidão e sua preparação para a posse da Terra Prometida que Deus lhes tinha reservado. O Livro de Êxodo recorda a libertação de Israel do Egito depois de 400 anos de escravidão, assim como prometido por Deus a Abraão (Gênesis 15:13). Esse livro registra a aliança que Deus faz com Israel no Monte Sinai, as instruções para a construção do tabernáculo, a entrega dos Dez Mandamentos e outras instruções sobre como Israel devia adorar a Deus.

Levítico segue Êxodo e expande as instruções de como o povo da aliança (Israel) devia adorar a Deus e governar a si mesmo. Esse livro estabelece os requisitos do sistema sacrificial que permitiria que Deus esquecesse os pecados de Seu povo até o sacrifício perfeito de Cristo, quando o pecado seria expiado completamente.

Depois de Levítico temos o Livro de Números, o qual cobre os principais eventos durante os 40 anos que Israel vagou no deserto e dá instruções para adorar a Deus e viver como o Seu povo da aliança. O último dos cinco livros que compõem o Pentateuco é Deuteronômio. Muitas vezes refere-se a Deuteronômio como a "segunda lei" ou "repetição da lei". Ele registra as palavras finais de Moisés antes do povo de Israel entrar na Terra Prometida (Deuteronômio 1:1). Em Deuteronômio, a Lei de Deus dada no Monte Sinai é repetida e explicada. Enquanto Israel entra em um novo capítulo de sua história, Moisés os relembra dos mandamentos de Deus e das bênçãos que seriam deles se obedecessem a Deus e as maldições que viriam de sua desobediência.

Os cinco livros do Pentateuco são geralmente considerados livros históricos por registrarem acontecimentos históricos. Embora sejam muitas vezes chamados de Torá ou Lei, na realidade eles contêm muito mais do que leis. Eles fornecem uma visão geral do plano de redenção de Deus e fornecem um pano de fundo para tudo o que se segue nas Escrituras. Como o resto do Antigo Testamento, as promessas, tipos e profecias contidas no Pentateuco têm seu cumprimento final na pessoa e obra de Jesus Cristo.

É bíblica a doutrina da preservação?




Pergunta: "É bíblica a doutrina da preservação?"

Resposta:
A doutrina da preservação em relação às Escrituras significa que o Senhor manteve a Sua Palavra intacta quanto ao seu significado original. Preservação simplesmente significa que podemos confiar nas Escrituras porque Deus tem soberanamente supervisionado o processo de transmissão através dos séculos.

Precisamos também estar cientes de que não possuímos os escritos, ou autógrafos, originais. O que temos são milhares de manuscritos copiados. Estes manuscritos contêm diferenças, mas elas são extremamente pequenas e insignificantes e não afetam de forma alguma os ensinamentos básicos ou o significado da Palavra de Deus. As dissemelhanças são em grande parte pequenas variações de ortografia. É claro que uma pequena mudança na ortografia não afeta a precisão das Escrituras, nem significa que Deus não preservou a Sua Palavra. Nos casos em que um manuscrito difira substancialmente de outro, podemos, pela análise e comparação aprofundada de todos os manuscritos, determinar qual foi a redação original.

Os antigos escribas, cuja tarefa era fazer cópias exatas das Escrituras, eram muito meticulosos. Um exemplo de sua precisão escrupulosa é a prática de contar todas as letras em um determinado livro e observar a letra do meio do livro. Eles então contavam todas as letras na cópia que tinham feito e encontravam a letra do meio para assegurar-se de que combinava com a original. Eles empregavam tais métodos demorados e minuciosos para garantir a precisão.

Além disso, a Escritura atesta o plano de Deus para preservar a Sua Palavra. Em Mateus 5:18, Jesus disse: "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido." Jesus não poderia fazer essa promessa a menos que tivesse certeza de que Deus iria preservar a Sua Palavra. Jesus também disse: "Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão" (Mateus 24:35, Marcos 13:31, Lucas 21:33). A Palavra de Deus permanecerá e realizará o que Deus planejou.

O profeta Isaías, através do poder do Espírito Santo, afirmou que a Palavra de Deus permaneceria para sempre. "Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente" (Isaías 40:8). Isso é reafirmado no Novo Testamento quando Pedro cita Isaías e se refere às Escrituras como "a palavra que vos foi evangelizada" (1 Pedro 1:24-25). Nem Isaías nem Pedro poderiam fazer tais afirmações sem entender a preservação das Escrituras por parte de Deus.

Quando a Bíblia fala da Palavra de Deus permanecendo para sempre, não significa que estava escondida em algum cofre no céu. A Palavra de Deus foi dada especialmente para a humanidade e não estaria cumprindo o seu propósito se não nos estivesse disponível. "Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança" (Romanos 15:4). Além disso, uma pessoa não pode ser salva sem a mensagem do evangelho, a qual é registrada na Palavra de Deus (1 Coríntios 15:3-4). Portanto, para que o evangelho seja proclamado "até os confins da terra" (Atos 13:47), a Palavra deve ser protegida. Se as Escrituras não fossem sobrenaturalmente preservadas, não teria como assegurar a consistência de sua mensagem.

Há prova da inspiração da Bíblia?




Pergunta: "Há prova da inspiração da Bíblia?"

Resposta:
Aqui estão algumas evidências de que a Bíblia é inspirada (“soprada” por Deus), como 2 Timóteo 3:16 declara:

1) Profecias cumpridas. Deus falou aos homens dizendo-lhes de coisas que Ele faria acontecer no futuro. Algumas dessas coisas já ocorreram. Outras ainda não. Por exemplo, o Antigo Testamento contém mais de 300 profecias sobre a Primeira Vinda de Jesus de Cristo. Não há dúvida de que estas profecias foram realmente de Deus porque os manuscritos são datados de antes do nascimento de Cristo. Eles não foram escritos após, mas antes, dos fatos ocorrerem.

2) A unidade das Escrituras. A Bíblia foi escrita por aproximadamente 40 autores humanos, durante um período de aproximadamente 1.600 anos. Esses homens eram muito diversos. Moisés era um líder político; Josué, um líder militar; Davi, um pastor; Salomão, um rei; Amós, um pastor e selecionador de fruta; Daniel, um primeiro-ministro; Mateus, um cobrador de impostos; Lucas, um médico; Paulo, um rabino; Pedro, um pescador, entre outros. A Bíblia também foi escrita sob uma variedade de circunstâncias. Ela foi escrita em 3 diferentes continentes: Europa, Ásia e África. No entanto, os grandes temas das Escrituras estão presentes em todos os escritos. A Bíblia não se contradiz. Não há nenhuma maneira, longe da supervisão de Deus e do Espírito Santo, que isto poderia ter sido realizado.

Compare isso com o Alcorão islâmico. Foi compilado por um indivíduo, Zaid bin Thabit, sob a orientação do sogro de Maomé, Abu-Bekr. Então, em 650 DC, um grupo de estudiosos árabes produziu uma versão unificada e destruiu todas as cópias variantes para preservar a unidade do Alcorão. A Bíblia já era unificada desde o momento em que foi escrita. O Alcorão teve a sua unificação forçada por editores humanos.

3) A Bíblia verdadeiramente apresenta seus heróis com todos os seus defeitos e fraquezas. Ela não glorifica os homens como outras religiões fazem com seus heróis. Ao ler a Bíblia, percebe-se que as pessoas nela descritas têm problemas e erram assim como nós. O que destacou os heróis da Bíblia foi a sua confiança em Deus. Um exemplo é Davi, o qual é descrito como "um homem segundo o coração de Deus" (1 Samuel 13:14). No entanto, Davi cometeu adultério (2 Samuel 11:1-5) e assassinato (2 Samuel 11:14-26). Esta informação poderia ter sido facilmente omitida das Escrituras, mas o Deus da verdade a incluiu.

4) As descobertas arqueológicas apoiam a história registrada nas Escrituras. Embora muitos incrédulos ao longo da história tenham tentado encontrar evidências arqueológicas que refutem o que está registrado na Bíblia, eles falharam. É fácil dizer que a Escritura não é verdade. Provar que ela é falsa é uma outra questão. Na verdade, isso nunca foi feito. No passado, toda vez que a Bíblia contradisse uma atual teoria "científica", mais tarde ficou provado que a Bíblia estava correta e a teoria “científica” é que estava errada. Um bom exemplo é Isaías 40:22. Enquanto a ciência declarava que a Terra era plana, a Bíblia declarava que Deus "está assentado sobre o círculo [esfera] da terra."

As reivindicações da Bíblia de ter a sua origem em Deus não devem ser entendidas como um raciocínio circular. O depoimento de testemunhas confiáveis - particularmente de Jesus, mas também de Moisés, Josué, Davi, Daniel e Neemias no Antigo Testamento, e de João e Paulo no Novo Testamento - afirma a autoridade e inspiração verbal das Escrituras Sagradas. Considere as seguintes passagens: Êxodo 14:1; 20:1; Levítico 4:1; Números 4:1, Deuteronômio 4:2; 32:48, Isaías 1:10, 24; Jeremias 1:11; Jeremias 11:1-3; Ezequiel 1:3, 1 Coríntios 14:37, 1 Tessalonicenses 2:13, 2 Pedro 1:16-21, 1 João 4:6.

Também de interesse são os escritos de Flávio Josefo, um historiador judeu que escreveu durante o primeiro século DC. Josefo registra alguns eventos que coincidem com as Escrituras. Considerando as evidências dadas, sinceramente e completamente aceitamos a Bíblia como sendo de Deus (2 Timóteo 3:16).

Será que a advertência em Apocalipse 22:18-19 se aplica a toda a Bíblia ou apenas ao livro do Apocalipse?




Pergunta: "Será que a advertência em Apocalipse 22:18-19 se aplica a toda a Bíblia ou apenas ao livro do Apocalipse?"

Resposta:
Apocalipse 22:18-19 contém uma advertência a qualquer um que mexer com o texto bíblico: "Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro." Será que esses versículos se referem a toda a Bíblia ou apenas ao livro do Apocalipse?

Este aviso é dado especificamente àqueles que distorcerem a mensagem do livro de Apocalipse. O próprio Jesus é o autor do Apocalipse e o que deu a visão ao apóstolo João (Apocalipse 1:1). Como tal, Ele conclui o livro confirmando a finalidade das profecias. Estas são as Suas palavras e Ele adverte contra distorcê-las de qualquer forma, seja por meio de adições, subtrações, falsificações, alterações ou intencionais más interpretações. A advertência é explícita e severa. As pragas do Apocalipse visitarão qualquer um que seja culpado de violar as revelações no livro, e aqueles que o fazem não terão parte da vida eterna no céu.

Embora a advertência em Apocalipse 22:18-19 seja específica ao livro do Apocalipse, o princípio por trás dela se aplica a qualquer pessoa que intencionalmente distorcer a Palavra de Deus. Moisés deu um aviso semelhante em Deuteronômio 4:1-2, onde ele advertiu os israelitas a ouvirem e obedecerem aos mandamentos do Senhor, sem acrescentar ou tirar da Sua Palavra. Provérbios 30:5-6 contém uma advertência semelhante a qualquer um que gostaria de acrescentar às palavras de Deus: ele será repreendido e tido como um mentiroso. Embora o aviso em Apocalipse 22:18-19 diga respeito especificamente ao livro do Apocalipse, o seu princípio deve ser aplicado a toda a Palavra de Deus. Devemos ter cuidado em lidar com a Bíblia com atenção e reverência para que não distorçamos a sua mensagem.

O que é a doutrina da suficiência das Escrituras? O que significa que a Bíblia é suficiente?




Pergunta: "O que é a doutrina da suficiência das Escrituras? O que significa que a Bíblia é suficiente?"

Resposta:
A doutrina da suficiência das Escrituras é um princípio fundamental da fé cristã. Dizer que as Escrituras são suficientes significa que a Bíblia é tudo de que precisamos para nos equipar para uma vida de fé e serviço. Ela fornece uma apresentação clara da intenção de Deus em restaurar o relacionamento quebrado entre Ele e a humanidade através do Seu Filho Jesus Cristo. A Bíblia nos ensina sobre a eleição, fé e salvação pela morte de Jesus na cruz e Sua ressurreição. Nenhum outro livro é necessário para que essa boa nova seja entendida, assim como nenhum outro livro é necessário para nos equipar a viver uma vida de fé.

Quando se usa a palavra "Escritura", os cristãos estão se referindo ao Antigo e ao Novo Testamentos. O apóstolo Paulo declarou que as Escrituras "podem fazer-te sábio para a salvação, pela que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Timóteo 3:15-17). Se a Escritura é "inspirada por Deus", então ela não é uma obra da vontade humana. Apesar de ter sido escrita por homens, os "homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Nenhum livro escrito pelo homem é suficiente para nos equipar para toda boa obra; somente a Palavra de Deus pode fazer isso. Além disso, se as Escrituras são suficientes para nos equipar completamente, então nada mais é necessário.

Colossenses 2 discute os perigos que uma igreja enfrenta quando a suficiência das Escrituras é contestada ou quando a Escritura é mesclada com escritos não-bíblicos. Paulo advertiu a igreja de Colossos: "Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Colossenses 2:8). Judas é ainda mais direto: "Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos" (Judas 1:3). Observe a frase "de uma vez para sempre". Isso deixa claro que não há outros escritos, independente de quão piedoso o pastor, teólogo ou igreja denominacional de onde venham, que devem ser vistos como iguais ou complementares da Palavra de Deus. A Bíblia contém tudo o que é necessário para que o crente possa compreender o caráter de Deus, a natureza do homem e as doutrinas do pecado, céu, inferno e salvação através de Jesus Cristo.

Talvez os versículos mais fortes sobre a questão da suficiência bíblica venham do livro de Salmos. No Salmo 19:7-14, Davi se alegra na Palavra de Deus, declarando que ela é perfeita, digna de confiança, certa, radiante, iluminada, verdadeira e inteiramente justa. Já que a Bíblia é "perfeita", então nada mais é necessário.

A suficiência da Escritura está sob ataque hoje em dia e, infelizmente, esse ataque com muita frequência vem de nossas próprias igrejas. Técnicas administrativas seculares, métodos de atrair multidões, entretenimento, revelações extra-bíblicas, misticismo e aconselhamento psicológico declaram que a Bíblia e seus preceitos não são adequados para a vida cristã. Entretanto, Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem" (João 10:27). Sua voz é tudo o que precisamos ouvir, e as Escrituras são a Sua voz, completa e absolutamente suficientes.

O que é a espada do Espírito?




Pergunta: "O que é a espada do Espírito?"

Resposta:
A frase "espada do Espírito" é encontrada apenas uma vez nas Escrituras, em Efésios 6:17. A espada é parte da armadura espiritual que Paulo diz aos cristãos para colocar a fim de poderem lutar eficazmente contra o mal (Efésios 6:13).

A espada é uma arma tanto ofensiva quanto defensiva usada para se proteger do mal ou para atacar o inimigo e vencê-lo. Era necessário que um soldado tivesse um treinamento rígido sobre o uso correto de sua espada para obter dela o máximo benefício. Todos os soldados cristãos precisam do mesmo treinamento rígido para saberem como lidar corretamente com a Espada do Espírito, "que é a palavra de Deus". Já que cada cristão encontra-se em uma batalha espiritual contra as forças satânicas deste mundo, precisamos saber como manusear a Palavra corretamente. Só então ela será uma defesa eficaz contra o mal e uma ofensa valiosa para "destruir fortalezas" do erro e da mentira (2 Coríntios 10:4-5).

A Palavra também é chamada de espada em Hebreus 4:12. Aqui, a Palavra é descrita como viva e eficaz e mais penetrante que uma espada de dois gumes. A espada romana era comumente de dois gumes, tornando-a melhor para perfurar e cortar em ambos os sentidos. A ideia das Escrituras penetrando significa que a Palavra de Deus atinge o "coração", o centro de ação, e traz à tona os motivos e sentimentos daqueles em quem ela toca.

O propósito da Espada do Espírito -- a Bíblia -- é nos fortificar e capacitar a suportar os ataques de Satanás (Salmo 119:11; 119:33-40; 119:99-105). O Espírito Santo usa o poder da Palavra para salvar almas e dar-lhes força espiritual para serem soldados maduros para o Senhor. Quanto melhor conhecermos e compreendermos a Palavra de Deus, mais úteis seremos em fazer a vontade de Deus e mais eficazes em enfrentar o inimigo de nossas almas.

Por que é tão difícil entender a Bíblia?




Pergunta: "Por que é tão difícil entender a Bíblia?"

Resposta:
Todos, de uma forma ou de outra, têm alguma dificuldade em compreender a Bíblia. Mesmo depois de quase 2.000 anos de história da igreja, há alguns versículos e passagens bíblicas que deixam até o mais brilhante dos estudiosos da Bíblia especulando quanto ao seu significado correto. Por que é tão difícil entender a Bíblia? Por que leva tanto esforço para completa e corretamente entendê-la? Antes de tentarmos oferecer uma resposta, é importante ressaltar que Deus não se comunicou indistintamente. A mensagem da Palavra de Deus é perfeitamente clara. A razão pela qual a Bíblia às vezes possa ser difícil de entender é que somos pecadores – o pecado obscurece a nossa compreensão e nos leva a incorretamente interpretar a Bíblia de acordo com o nosso próprio gosto.

Há vários fatores que podem fazer a Bíblia difícil de entender. Primeiro, há uma diferença de tempo e cultura. A Bíblia foi escrita entre 3400 e 1900 anos antes do nosso tempo de hoje. A cultura na qual a Bíblia foi escrita era muito diferente da maioria das culturas que existem hoje. As ações de pastores nômades em 1800 AC no Oriente Médio muitas vezes não fazem muito sentido a programadores de computador do século 21. É extremamente importante que, ao tentarmos entender a Bíblia, reconheçamos a cultura em que ela foi escrita.

Em segundo lugar, a Bíblia contém diferentes tipos de literatura, incluindo história, direito, poesia, canções, literatura sapiencial, profecia, cartas pessoais e literatura apocalíptica. A literatura histórica deve ser interpretada de forma diferente da literatura sapiencial. A poesia não pode ser interpretada da mesma forma que os escritos apocalípticos. Uma carta pessoal, embora tenha significado para nós hoje, talvez tenha uma aplicação diferente da dos destinatários originais. Reconhecer que a Bíblia contém diferentes gêneros é fundamental para evitar confusões e mal-entendidos.

Em terceiro lugar, todos somos pecadores e cometemos erros (Eclesiastes 7:20, Romanos 3:23, 1 João 1:8). Embora nos esforcemos para não deixar que nossas ideias preconcebidas influenciem a nossa interpretação da Bíblia, é inevitável que todos nós ocasionalmente o fazemos. Infelizmente, mais cedo ou mais tarde todos interpretam uma passagem incorretamente devido a uma suposição do que possa ou não significar. Quando estudamos a Bíblia, devemos pedir a Deus que remova as nossas tendências e nos ajude a interpretar a Sua Palavra separadamente de nossas pressuposições. Isso é muitas vezes difícil de fazer, pois admitir pressuposições requer humildade e uma disposição para admitir erros.

De modo algum essas três etapas são tudo que é necessário para compreender corretamente a Bíblia. Muitos livros têm sido completamente dedicados à hermenêutica bíblica, a ciência da interpretação bíblica. No entanto, estes passos são um excelente começo para entendê-la corretamente. Devemos reconhecer as diferenças culturais entre nós e as pessoas nos tempos bíblicos. Devemos levar em conta os diferentes gêneros da literatura. Devemos nos esforçar para permitir que a Bíblia fale por si mesma e não permitir que nossas pressuposições manchem a nossa interpretação.

Compreender a Bíblia às vezes pode ser uma tarefa difícil, mas com a ajuda de Deus, é possível. Lembre-se de que se você for um crente em Jesus Cristo, o Espírito de Deus habita em você (Romanos 8:9). O mesmo Deus que "soprou" a Escritura (2 Timóteo 3:16-17) é o mesmo Deus que vai abrir a sua mente para a verdade e a compreensão de Sua Palavra se você confiar nEle. Isto não quer dizer que Deus sempre tornará tudo bem fácil. Deus deseja que estudemos a Sua Palavra e exploremos plenamente os seus tesouros. Entender a Bíblia pode não ser fácil, mas é eminentemente gratificante.

Por que é importante compreender a Bíblia?




Pergunta: "Por que é importante compreender a Bíblia?"

Resposta:
Compreender a Bíblia é importante porque a Bíblia é a Palavra de Deus. Quando abrimos a Bíblia, lemos a mensagem de Deus para nós. O que poderia ser mais importante que entender o que o Criador do universo tem a dizer?

Buscamos o entendimento da Bíblia pela mesma razão que um homem procura entender uma carta de amor de sua namorada. Deus nos ama e deseja restaurar o nosso relacionamento com Ele (Mateus 23:37). Deus comunica o Seu amor por nós na Bíblia (João 3:16, 1 João 3:1; 4:10).

Buscamos o entendimento da Bíblia pela mesma razão que um soldado procura compreender um despacho do seu comandante. Obedecer aos mandamentos de Deus traz honra a Ele e nos guia no caminho da vida (Salmo 119). Esses comandos são encontrados na Bíblia (João 14:15).

Buscamos o entendimento da Bíblia pela mesma razão que um mecânico procura entender um manual de reparo. As coisas dão errado neste mundo, e a Bíblia não só diagnostica o problema (o pecado), mas também aponta para a solução (a fé em Cristo). "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6:23).

Buscamos o entendimento da Bíblia pela mesma razão que um motorista procura entender os sinais de trânsito. A Bíblia nos dá orientação ao longo da vida, mostrando-nos o caminho da segurança e sabedoria (Salmo 119:11, 105).

Buscamos o entendimento da Bíblia pela mesma razão que alguém no caminho de uma tempestade procura entender o boletim meteorológico. A Bíblia prediz como será o fim dos tempos, dando um aviso claro do julgamento iminente (Mateus 24-25) e como evitá-lo (Romanos 8:1).

Buscamos o entendimento da Bíblia pela mesma razão que um ávido leitor busca entender os livros do seu autor favorito. A Bíblia nos revela, através de Jesus Cristo, a pessoa e a glória de Deus (João 1:1-18). Quanto mais lermos e entendermos a Bíblia, o mais intimamente conheceremos o Seu Autor.

Quando Filipe estava viajando para Gaza, o Espírito Santo o guiou a um homem que estava lendo uma parte do livro de Isaías. Filipe se aproximou do homem, viu o que ele estava lendo e fez essa pergunta muito importante: "Entendes, porventura, o que estás lendo?" (Atos 8:30). Filipe sabia que o entendimento era o ponto de partida para a fé. Sem entender a Bíblia, não podemos aplicá-la, obedecer-lhe ou nela acreditar.

Como podemos saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e não os Apócrifos, o Alcorão, o Livro de Mórmon, etc.?




Pergunta: "Como podemos saber que a Bíblia é a Palavra de Deus e não os Apócrifos, o Alcorão, o Livro de Mórmon, etc.?"

Resposta:
A questão de qual (se realmente houver um) texto religioso é a verdadeira Palavra de Deus é de extrema importância. Para evitar um raciocínio circular, a primeira pergunta que devemos fazer é: Em primeiro lugar, como podemos saber se Deus realmente se comunicou? Bem, Deus teria de se comunicar em uma maneira que as pessoas pudessem entender, mas isso também significa que elas poderiam inventar as suas próprias mensagens e simplesmente alegar que vieram de Deus. Assim, parece razoável pensar que, se Deus quisesse autenticar a Sua comunicação, Ele teria que comprová-la de uma maneira que não pudesse ser duplicada por seres humanos, ou seja, por meio de milagres. Isso consideravelmente restringe o campo.

Além da evidência quanto à integridade da Bíblia (evidência manuscrita) e sua historicidade (vestígios arqueológicos), a evidência mais importante é a da sua inspiração. A determinação real de que a Bíblia é verdade absoluta e inspirada encontra-se em sua evidência sobrenatural, incluindo profecia. Deus usou profetas para falar e escrever a Sua Palavra, e usou milagres como profecia cumprida para autenticar os Seus mensageiros. Por exemplo, em Gênesis 12:7, Deus promete que a terra de Canaã era para ser de Abraão e seus descendentes. Em 1948, a terra foi devolvida ao povo judeu pela segunda vez na história. Isso pode não parecer tão surpreendente até você perceber que nenhuma outra nação na história tem sido espalhada de sua terra natal e retornado! Israel já fez isso duas vezes.

O livro de Daniel prediz com precisão a vinda de quatro grandes reinos - Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma - séculos antes de alguns desses reinos surgirem (um intervalo de tempo de mais de 1.000 anos!). Daniel escreveu detalhes sobre como as nações reinariam e seriam destruídas. Suas profecias incluem os reinados de Alexandre, o Grande, e Antíoco Epifânio.

Em Ezequiel 26, vemos em detalhe espantoso como a cidade de Tiro seria destruída: seria demolida e seus destroços seriam jogados ao mar. Quando Alexandre o Grande marchou sobre essa área, ele encontrou um grupo de pessoas escondidas em uma torre em uma ilha na costa perto de Tiro. Ele não podia atravessar o canal para combater os da torre. Ao invés de esperar por eles, o conquistador orgulhoso exigiu que seu exército construísse uma ponte de terra para a ilha. Funcionou. Seu exército atravessou o canal e se apoderou dos ocupantes da fortaleza. No entanto, de onde conseguiram pedra suficiente para a ponte de terra? As rochas que usaram foram os restos dos pedregulhos da cidade de Tiro. . . suas pedras foram lançadas ao mar, assim como Ezequiel havia predito quase 300 anos antes!

Há tantas profecias a respeito de Cristo (mais de 270!) que muitas páginas seriam necessárias para enumerá-las todas. Jesus não teria controle algum sobre muitas das profecias, tais como o Seu local ou tempo de nascimento. Além disso, as chances de um homem acidentalmente cumprir apenas 16 destas são 1 em 10^45. Quanto é isso? Para efeito de comparação, há menos de 10^82 átomos no universo inteiro! E Jesus, o qual afirmou que a Bíblia é a Palavra de Deus, provou a Sua confiabilidade e divindade pela Sua ressurreição (um fato histórico não facilmente ignorado).

Agora considere o Alcorão. O seu autor, Maomé, não realizou nenhum milagre para confirmar a sua mensagem (mesmo quando os seus seguidores pediram-lhe que o fizesse - Sura 17:91-95; 29:47-51). Só em tradições que surgiram muito tempo depois (o Hadith/Hadiz) é que os supostos milagres apareceram, os quais são todos muito fantasiosos (como Maomé cortando a lua ao meio) e não têm nenhum testemunho confiável para confirmá-los. Além disso, o Alcorão comete claros erros históricos. Os muçulmanos acreditam que a Bíblia é inspirada, mas com alguns erros de edição (Sura 2:136, bem como Suras 13, 16, 17, 20, 21, 23, 25). A pergunta que não podem responder adequadamente é: "Quando a Bíblia foi corrompida?" Se disserem antes de 600 DC, então como o Alcorão pode admoestar os seguidores a lê-la? Se afirmarem que foi depois de 600 DC, então seu argumento é ainda mais insustentável, pois não há dúvida quanto à precisão dos manuscritos bíblicos de pelo menos o século 3 para a frente. Mesmo se o Cristianismo fosse falso, o Alcorão ainda tem um problema insuperável na medida em que acusa os cristãos de acreditar em coisas em que realmente não acreditam. Por exemplo, o Alcorão ensina que os cristãos acreditam que a Trindade é o Pai, a Mãe (Maria) e o Filho (Sura 5:73-75, 116). O Alcorão também diz que os cristãos acreditam que Deus teve relações sexuais com Maria a fim de produzir um filho (Suras 2:116; 6:100-101; 10:68; 16:57; 19:35; 23:91; 37:149 -151; 43:16-19). Se o Alcorão fosse realmente de Deus, então deveria pelo menos ser capaz de relatar com precisão no que os cristãos acreditam.

Joseph Smith, o autor do Livro de Mórmon, tentou fazer alguns milagres como o de profecia (um teste para um verdadeiro profeta em Deuteronômio 18:21-22), mas falhou várias vezes. Ele predisse a segunda vinda de Cristo em History of the Church (HC) 2:382. Smith pregou que a vinda do Senhor seria em 56 anos (em 1891). A segunda vinda não ocorreu em 1891, e a Igreja Mórmon não afirma que tenha acontecido. Smith também profetizou que várias cidades seriam destruídas em Doctrine and Covenants (D&C) 84:114-115. De acordo com Smith, Nova Iorque, Albany e Boston seriam destruídas se rejeitassem o evangelho. O próprio Joseph Smith foi para Nova Iorque, Albany e Boston e pregou lá. Essas cidades não aceitaram o seu evangelho, mas mesmo assim não foram destruídas. Uma outra famosa profecia falsa de Joseph Smith é o seu "FINAL DE TODAS AS NAÇÕES" em D & C 87 sobre a rebelião da Carolina do Sul na Guerra Civil. O Sul era para pedir à Grã-Bretanha por ajuda e, como resultado, guerra seria derramada sobre todas as nações; os escravos se revoltariam; os habitantes da terra se lamentariam; fome, peste, terremotos, trovões, relâmpagos e um completo fim de todas as nações resultariam. O Sul finalmente se revoltou em 1861, mas os escravos não se ergueram, a guerra não foi derramada sobre todas as nações, não houve fome, peste ou terremoto em todo o mundo e não houve o "fim de todas as nações".

A coleção de escritos que os protestantes chamam de Apócrifos ("escritos ocultos"), os católicos romanos chamam de livros deuterocanônicos ("segundo cânone"). Estes livros foram escritos entre 300 AC e 100 DC, o período intertestamentário entre os escritos inspirados do Antigo e do Novo Testamentos. Os Apócrifos foram "infalivelmente" aceitos na Bíblia pela Igreja Católica Romana em 1546 no Concílio de Trento. Os apócrifos seriam cobertos pela evidência para a Bíblia se fossem verdadeiramente inspirados, mas a evidência parece indicar que não são. Na Bíblia encontramos profetas de Deus cujas mensagens são ratificadas por meio de milagres ou de profecia que se torna realidade, e cuja mensagem é imediatamente aceita pelo povo (Deuteronômio 31:26; Josué 24:26, 1 Samuel 10:25; Daniel 9:2; Colossenses 4:16, 2 Pedro 3:15-16). O que encontramos nos Apócrifos é exatamente o oposto - nenhum livro apócrifo foi escrito por um profeta. Na verdade, um livro especificamente afirma que não são inspirados (1 Macabeus 9:27)! Nenhum desses livros foi incluído nas Escrituras hebraicas. Não há ratificação para nenhum dos seus autores. Nenhum livro apócrifo é citado como inspirado pelos escritores bíblicos posteriores e nem há profecia cumprida em qualquer um deles. Finalmente, Jesus, o qual citou de cada seção das Escrituras do Antigo Testamento, nem sequer uma vez citou os Apócrifos. Tampouco o fizeram os seus discípulos.

A Bíblia até agora supera todas as fontes concorrentes para ser a revelação de Deus que, se não for a Palavra de Deus, parece impossível escolher entre as sobras. Se a Bíblia não for a Palavra de Deus, então não temos nenhum critério claro sobre o que poderia ser.