NOVO TESTAMENTO
Versão Fácil de Ler
Baseado nos textos originais em grego
 
 
 
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Preface - New Testament
Prefácio
Uma das idéias básicas que guiou o trabalho nesta versão das Escrituras foi o princípio de que boa tradução é boa comunicação. O alvo principal dos tradutores é o de comunicar ao leitor a mensagem dos autores da Bíblia da mesma maneira eficaz e natural que os manuscritos originais comunicaram ao povo naquela época. A tradução fiel não significa apenas encontrar palavras equivalentes num dicionário. É um processo de expressão da mensagem original de forma que não tenha somente o mesmo significado, mas também a relevância, atração de interesse, e tenha o mesmo impacto hoje que tinha há milhares de anos atrás.
Portanto, a comunicação eficaz foi um fator muito importante aos tradutores deste texto. Esse desejo de comunicar bem não diminuiu a importância da exatidão, mas a “exatidão” foi entendida como sendo a representação fiel das idéias, ao invés da correspondência exata de características lingüísticas formais.
Os autores das Escrituras, principalmente aqueles que produziram os manuscritos do Novo Testamento, mostraram, pelo estilo de linguagem utilizado, que estavam interessados em se comunicar bem. Os tradutores desta versão em português consideraram isso um exemplo importante a seguir. Por isso trabalharam para transmitir à sua audiência o significado do texto bíblico de forma que fosse simples e natural. Eles usaram linguagem que, ao invés de servir como uma barreira ao entendimento, forneceria uma chave para descobrir as verdades das Escrituras para um grande segmento do mundo de fala portuguesa.
Várias características especiais foram usadas nesta tradução para auxiliar o entendimento. Às vezes, breves explanações ou sinônimos seguem palavras difíceis ou ambíguas do texto. Essas palavras explicativas aparecem entre parênteses e em itálico. As palavras ou frases que precisam de uma explicação mais ampla são seguidas por um asterisco (*) e explicadas nas anotações na coluna ao lado do texto principal. Além disso, citações bíblicas são identificadas e leituras variadas são dadas freqüentemente nas anotações. De vez em quando, palavras ou afirmações inferidas pelo contexto são apresentadas no texto para deixar claro o significado. Essas palavras ou frases explanatórias são marcadas por meio de colchetes { }.
 
Introduction - New Testament
Introdução
“Novo Testamento” é um nome que, por séculos, tem sido usado para descrever um grupo de manuscritos que compõem a última parte da Bíblia. A Bíblia, na verdade, é composta de duas coleções de livros. A palavra “Bíblia” tem origem no grego - uma palavra que significa “livros”. A palavra traduzida “testamento” foi usada com o significado de “aliança” ou “acordo”. Esta palavra se refere à promessa que Deus fez: que Ele abençoaria o povo dEle. O Velho Testamento é uma coleção de manuscritos relacionados ao acordo que Deus fez com o povo judaico (Israel) na época de Moisés. O Novo Testamento é a coleção de escritos relacionados ao acordo que Deus fez com todas as pessoas que crêem em Jesus Cristo.
Os manuscritos do Velho Testamento contam os grandes atos de Deus ao lidar com os judeus e revelam o plano dEle em usá-los para abençoar o mundo inteiro. Estes manuscritos anunciam a vinda de um Salvador (ou “Messias”), que Deus enviaria para cumprir Seu plano. O Novo Testamento é uma seqüência da história do Velho Testamento. Ele descreve a vinda deste Salvador (Jesus Cristo) e o significado da sua vinda para toda a humanidade. É importante entender o Velho Testamento para poder entender o Novo Testamento porque ele fornece o fundo histórico necessário. O Novo Testamento termina a história de salvação que começou no Velho Testamento.
O VELHO TESTAMENTO
Os manuscritos do Velho Testamento são uma coleção de trinta e nove livros diferentes, produzidos por muitos autores. Eles foram escritos em grande parte em hebraico, a língua de Israel. Há algumas partes escritas em aramaico, a língua oficial do império da Babilônia. Algumas partes do Velho Testamento foram escritas há mais de 3.500 anos atrás, e mais de 1.000 anos se passaram entre a compilação do primeiro e do último livro. Nessa coleção há livros de lei, história, prosa, cânticos, poesia e ensinamentos de homens sábios.
O Velho Testamento é freqüentemente dividido em três seções diferentes: a Lei, os Profetas e os Manuscritos Sagrados. A Lei contém cinco livros chamados “Os Cinco Livros de Moisés”. O primeiro livro é Gênesis. Ele conta sobre a criação do mundo como nós o conhecemos, o primeiro homem e a primeira mulher, e o primeiro pecado contra Deus. Ele conta sobre o Grande Dilúvio e a família que Deus salvou do dilúvio, e conta também sobre o começo da nação de Israel, o povo que Deus escolheu para abençoar com um propósito especial.
A história de Abraão
Deus fez uma aliança com Abraão, um grande homem de fé. Nesse acordo, Deus prometeu fazer de Abraão o pai de uma grande nação e dar a ele e aos seus descendentes a terra de Canaã. Abraão foi circuncidado para mostrar que ele tinha aceito o acordo, e a circuncisão se tornou a prova do acordo entre Deus e seu povo. Abraão não sabia como Deus faria aquilo que Ele tinha prometido, mas Abraão confiou n Ele. Isso agradou muito a Deus.
Deus disse a Abraão que deixasse o seu lar entre os hebreus da Mesopotâmia e o levou à terra prometida, Canaã (também chamada Palestina). Na sua velhice, Abraão teve um filho chamado Isaque. Isaque teve um filho chamado Jacó. Jacó (também chamado Israel) teve doze filhos e uma filha. Esta família se tornou a nação de Israel, mas nunca esqueceu da sua origem tribal. Ela continuou a referir-se a si mesma como as doze tribos (ou “grupos familiares”) de Israel – descendentes dos doze filhos de Jacó: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Os três ancestrais centrais – Abraão, Isaque e Jacó (Israel) – são conhecidos como os “pais” ou “patriarcas” de Israel.
Abraão também era “pai” de outro tipo. Muitas vezes em Israel, Deus chamava certas pessoas para serem seu porta-voz. Esses porta-vozes, ou profetas, eram os representantes de Deus junto ao povo. Através dos profetas, Deus fazia promessas, advertências, leis, dava ensinamentos, dava lições tiradas de experiências do passado e lições baseadas em eventos futuros ao povo de Israel.
Israel libertado da escravidão
A família de Jacó (Israel) cresceu até atingir 70 descendentes diretos. Um dos seus filhos, José, se tornou um oficial de alto escalão no Egito. Era uma época difícil, então Jacó e sua família mudaram-se para o Egito, onde a comida era abundante e a vida era mais fácil. Essa tribo de hebreus cresceu e se tornou uma pequena nação e o faraó (o rei do Egito) escravizou esse povo. O livro de Êxodo conta sobre como finalmente, depois de 400 anos, Deus usou o profeta Moisés para libertar o povo de Israel da escravidão no Egito e levá-los de volta à Palestina. O preço da liberdade foi alto; mas quem teve de pagar foram os egípcios. O faraó e todas as famílias do Egito perderam seus filhos primogênitos antes do faraó concordar em libertar o povo. Os primogênitos tiveram de morrer para que o povo pudesse ser libertado – e o povo de Israel mais tarde se lembrou disso de muitas maneiras através de seu louvor e de sacrifícios.
O povo de Israel estava pronto para sua viagem rumo à liberdade. Eles se vestiram para fugir do Egito. Cada família matou e assou um cordeiro. Eles colocaram o sangue do cordeiro nas ombreiras das portas como sinal especial para Deus. Por causa da pressa, fizeram pão sem fermento e tomaram a sua refeição. Aquela noite o anjo do Senhor passou pela terra. Se o sangue do cordeiro não estivesse nas ombreiras das portas, o primogênito daquela família morreria. O povo de Israel foi libertado. Mas, quando os escravos estavam prontos para deixar o Egito, o faraó mudou de idéia. Ele mandou seu exército encontrar os escravos israelitas para trazê-los de volta, mas Deus salvou Seu povo. Deus dividiu o Mar Vermelho, levando Seu povo para a liberdade do outro lado do mar, e destruiu o exército perseguidor. Então, na península da Arábia, numa montanha no deserto do Sinai, Deus fez uma aliança especial com aquele povo.
A Lei de Moisés
O fato de Deus ter resgatado o povo de Israel e feito uma aliança com eles no Monte Sinai tornou a nação de Israel diferente de todas as outras. Essa aliança continha promessas e leis para o povo de Israel. Uma parte dessa aliança, conhecida como os “Dez Mandamentos”, foi escrita por Deus em duas pedras e dada ao povo. Esses mandamentos têm os princípios básicos da vida que Deus queria que os israelitas levassem. Eles incluem os deveres dos israelitas para com seu Deus, sua família e seu próximo.
Os Dez Mandamentos e o restante das regras e ensinamentos dados no Monte Sinai ficaram conhecidos como “a Lei de Moisés” ou simplesmente “a Lei”. Muitas vezes, esses termos são usados para referir-se aos primeiros cinco livros das Escrituras e freqüentemente ao Velho Testamento inteiro.
Além dos Dez Mandamentos e outras regras de conduta, a Lei de Moisés contém regras sobre o sacerdócio, sacrifícios, louvor e dias sagrados. Essas regras são achadas no livro de Levítico. De acordo com a Lei de Moisés, todos os sacerdotes e seus ajudantes vinham da tribo de Levi. Esses ajudantes eram chamados “Levitas”. O sacerdote mais importante era chamado de Sumo Sacerdote.
A Lei inclui instruções sobre a construção da Tenda Sagrada (“tabernáculo”), ou Tenda de Reuniões, o lugar onde o povo de Israel ia para prestar louvor a Deus. A lei também tinha instruções sobre como fazer todos os utensílios que deveriam ser usados no seu louvor. Isso preparou os israelitas para a construção do templo, o prédio santo em Jerusalém no Monte Sião, onde o povo mais tarde iria louvar a Deus. As regras sobre os sacrifícios e louvor fizeram com que as pessoas enxergassem que tinham pecado uns contra os outros e contra Deus. Mas também deram ao povo uma maneira de serem perdoados e reconciliados uns com os outros e com Deus. Esses sacrifícios prepararam o caminho para um entendimento melhor do sacrifício que Deus estava preparando para a humanidade.
A Lei continha instruções sobre a celebração de vários dias sagrados, ou festivais. Cada festival tinha seu significado especial. Alguns festivais eram ocasiões alegres para celebrar em épocas especiais do ano, tais como os festivais da colheita dos Primeiros Frutos, Shabuote (Pentecostes ou o Festival de Semanas) e Sucote (o Festival de Abrigos).
Algumas festas lembravam as coisas maravilhosas que Deus tinha feito para seu povo. A Páscoa era uma festa com esse propósito. Cada família revivia a fuga do Egito. O povo cantava louvores a Deus. Um cordeiro era morto e a refeição era preparada. Cada cálice de vinho e cada bocado de comida fazia o povo lembrar das coisas que Deus tinha feito para salvá-los de uma vida de dor e tristeza.
Outros festivais eram muito sérios. Cada ano, no Dia de Expiação, o povo tinha de lembrar muitas coisas ruins que eles tinham feito para outros e para Deus. Esse era um dia de tristeza, e o povo não comia. Nesse dia o Sumo Sacerdote oferecia sacrifícios especiais para encobrir, ou expiar, seus pecados.
A aliança entre Deus e Israel era muito importante para os autores do Velho Testamento. Quase todos os livros dos Profetas e Escrituras Sagradas se baseiam no fato de que a nação de Israel, e cada cidadão de Israel, tinha feito uma aliança muito especial com seu Deus. Eles a chamavam “Aliança do Senhor” ou simplesmente “A Aliança”. Seus livros de história interpretam eventos à luz da Aliança: se o indivíduo ou a nação era fiel a Deus e à Aliança, então Deus os abençoava. Se o povo abandonava a Aliança, então Deus os punia. Deus enviava seus profetas para lembrar o povo de sua aliança com Ele. Os poetas de Israel cantavam sobre as coisas maravilhosas que Deus tinha feito ao seu povo obediente, e lamentavam sobre a dor e os castigos que vinham àqueles que desobedeciam a Deus. Esses autores baseavam seus conceitos de certo e errado nos ensinamentos da Aliança. Quando pessoas inocentes sofriam, os poetas lutavam para entender a razão do sofrimento.
O Reino de Israel
A história da antiga Israel é a história do povo abandonando Deus, Deus resgatando o povo, o povo retornando a Deus e eventualmente abandonando Deus novamente. Este ciclo começou imediatamente depois que o povo aceitou a Aliança de Deus, e isso se repetia por diversas vezes. No Monte Sinai, o povo de Israel concordou em seguir a Deus, depois rebelou-se e foi forçado a peregrinar por 40 anos no deserto. Eventualmente, o ajudante de Moisés, Josué, levou o povo para a terra prometida. Houve uma conquista inicial e uma colonização parcial da terra de Israel. Nos próximos séculos depois dessa colonização, o povo foi governado por líderes locais chamados juízes.
Com o passar do tempo, o povo queria um rei. O primeiro rei foi Saul. Saul não obedecia a Deus, então Deus escolheu um menino pastor chamado Davi para ser o novo rei. O profeta Samuel derramou óleo na cabeça de Davi, ungindo-o, assim, rei de Israel. Deus prometeu a Davi que os futuros reis de Israel seriam seus descendentes da tribo de Judá. Davi conquistou a cidade de Jerusalém e fez dela a capital e o futuro local do templo. Ele organizou os sacerdotes, os profetas, os poetas, os músicos e os cantores para o louvor no templo. Davi até escreveu muitas das canções (ou salmos), mas Deus não o deixou construir o templo.
Quando Davi estava idoso e próximo da morte, nomeou seu filho Salomão como rei de Israel. Davi advertiu seu filho para sempre seguir a Deus e obedecer à Aliança. Como rei, Salomão construiu o templo e expandiu as fronteiras de Israel. Nessa época Israel estava no auge da sua glória. Salomão se tornou famoso. Israel ficou forte.
Judá e Israel – o reino dividido
No momento da morte de Salomão, havia tensão interna e a nação foi dividida. As dez tribos do norte chamavam-se Israel. As tribos do sul chamavam-se Judá. (O termo moderno “judeu” vem desse nome). Judá permaneceu leal à Aliança, e a dinastia de Davi (família de reis) continuou seu reinado em Jerusalém até que Judá finalmente foi conquistada e seu povo levado ao exílio pelos babilônios.
No reino do norte (Israel) várias dinastias entravam e saíam, porque o povo não seguia a Aliança. Os reis de Israel tinham várias cidades capitais em diversas épocas, a última foi Samaria. Para fortalecer a sua autoridade sobre o povo, os reis de Israel mudaram a maneira de louvar a Deus. Eles escolheram novos sacerdotes e construíram dois templos novos: um em Dã (na fronteira do norte de Israel) e outro em Betel (na fronteira de Israel com Judá). Havia muitas guerras entre Israel e Judá.
Durante essa época problemática de guerra civil, Deus enviou muitos profetas a Judá e Israel. Alguns dos profetas eram sacerdotes; outros eram agricultores. Alguns eram conselheiros dos reis; outros viviam de maneira muito mais simples. Mas todos os profetas vieram pregando sobre justiça, igualdade e a necessidade de depender de Deus para auxílio.
Muitos profetas advertiram que o povo seria derrotado e espalhado se não voltasse a Deus. Alguns desses profetas tiveram visões de futuras glórias, assim como futuras punições. Muitos deles ansiavam pelo tempo quando um novo rei viria para reinar. Alguns visualizavam esse rei como sendo um descendente de Davi que lideraria o povo de Deus para uma nova Era Dourada. Alguns falavam que esse rei teria um reino eterno. Outros o visualizavam como um servo que sofreria muitas coisas para trazer o povo de volta para Deus. Mas todos o viam como o Messias, o ungido (escolhido) por Deus para inaugurar a nova era.
A destruição de Israel e Judá
O povo de Israel não prestou atenção às advertências de Deus. Então, no ano 722/721 a.C., Samaria foi derrotada pelos assírios. “Os assírios então trouxeram estrangeiros para que habitassem na terra de Israel.” O povo de Israel foi tirado dos seus lares e espalhado pelo Império Assírio, perdidos para sempre dos seus irmãos e irmãs em Judá. Essas pessoas aprenderam sobre a religião de Judá e Israel, e muitas tentaram seguir a Aliança. Elas eram conhecidas como “samaritanos”. Os assírios tentaram invadir Judá. Muitas cidades foram derrotadas, mas Deus salvou Jerusalém. O rei derrotado da Assíria voltou à sua terra, e lá foi assassinado por dois de seus filhos. Então Judá foi salva.
Por um período curto o povo de Judá mudou. Eles começaram a obedecer a Deus, mas tornaram a desobedecê-lo e também foram derrotados e espalhados. A nação da Babilônia cresceu em poder e invadiu Judá. No começo, só levaram algumas pessoas importantes como prisioneiros. Mas alguns anos depois, em 587/586 a.C., os babilônios voltaram para destruir Jerusalém e o templo. Algumas pessoas fugiram para o Egito, mas a maioria foi levada como escravos à Babilônia. Mais uma vez Deus enviou profetas ao povo, e o povo começou a ouvir. Parecia que a destruição do templo e de Jerusalém e o exílio na Babilônia causaram uma verdadeira mudança no povo. Os profetas falavam mais e mais sobre o novo rei e o seu reino. Um dos profetas, Jeremias, falava até sobre uma Nova Aliança. Essa Nova Aliança não seria escrita em tábuas de pedra, mas nos corações do povo de Deus.
Os judeus voltam à Palestina
Nessa mesma época, Ciro ficou no poder sobre o império medo-persa e conquistou a Babilônia. Ciro deixou as pessoas voltarem às suas pátrias. Então, depois de 70 anos de exílio, muitos do povo de Judá voltaram para casa. O povo tentou reconstruir seu templo, mas Judá permaneceu pequena e fraca. O povo construiu o templo de novo, apesar dele não ser tão bonito quanto o que Salomão tinha construído. Muitas pessoas realmente voltaram a Deus e começaram a estudar a Lei, os manuscritos dos profetas e as outras Escrituras sagradas. Muitos homens se tornaram escribas (estudiosos especiais), homens que faziam cópias das Escrituras. Eventualmente, esses homens organizaram escolas para estudar as Escrituras. O povo começou a se reunir no Sábado para estudar, orar e louvar a Deus juntos. Nas suas sinagogas (reuniões) eles estudavam as Escrituras, e muitas pessoas começaram a procurar o Messias que viria.
No oeste, Alexandre o Grande ganhou o controle da Grécia e logo conquistou o mundo. Ele espalhou a língua grega, os costumes e a cultura da Grécia por muitas partes do mundo. Quando ele morreu, seu reino foi dividido, e logo um outro império cresceu e ganhou controle de uma grande parte do mundo conhecido, incluindo a Palestina, onde as pessoas de Judá moravam.
Os novos governadores, os romanos, muitas vezes eram cruéis e severos, e os judeus eram orgulhosos e rebeldes. Nesses tempos difíceis, havia muitos judeus que ansiavam pela vinda do Messias enquanto viviam. Eles não entenderam que Deus planejava salvar o mundo através do Messias. Eles pensavam que o plano de Deus era salvar os judeus do mundo! Alguns judeus estavam satisfeitos em esperar pela vinda do Messias. Mas outros decidiram “ajudar” Deus a estabelecer seu novo reino. Esses judeus eram chamados “zelotes”. Os zelotes tentavam lutar contra os romanos e muitas vezes matavam outros judeus que cooperavam com os romanos.
Os grupos religiosos dos judeus
Até o primeiro século a.C., a Lei de Moisés tinha se tornado extremamente importante para os judeus. As pessoas tinham estudado e discutido sobre a Lei. Elas entendiam a Lei de maneiras diferentes, mas muitos judeus estavam prontos a morrer pela Lei. Havia três grupos grandes entre os judeus, e escribas (advogados ou estudiosos) em cada grupo.
Os Saduceus. Um dos grupos era o dos saduceus. Esse nome provavelmente vem do nome Zadoque, o sumo sacerdote na época do rei Davi. Muitos sacerdotes e autoridades eram saduceus. Esse homens aceitavam somente a Lei (os cinco livros de Moisés) como sua autoridade em questões religiosas. A Lei ensinava muitas coisas sobre os sacerdotes e sacrifícios, mas não ensinava sobre a vida após a morte. Então os saduceus não acreditavam que pessoas podiam ser ressuscitadas.
Os Fariseus. Um outro grupo era o dos fariseus. Esse nome vem da palavra hebraica que significa “interpretar (explicar)” ou “separar.” Esses homens tentavam ensinar ou interpretar a Lei de Moisés às pessoas comuns. Os fariseus acreditavam que havia uma tradição oral traçada até a época de Moisés. Eles acreditavam que homens de cada geração podiam interpretar a Lei de tal maneira que a lei respondia às necessidades daquela geração. Isso significava que os fariseus podiam aceitar a Lei de Moisés como sua autoridade e ao mesmo tempo aceitar os profetas, as Escrituras e até suas próprias tradições. Esses homens tentavam seguir a Lei e as suas tradições. Eles eram zelosos sobre o que comiam e o que tocavam, sobre lavar as mãos e tomar banho. Eles também acreditavam que pessoas podiam ser ressuscitadas, porque entendiam que muitos profetas disseram que isso aconteceria.
Os Essênios. O terceiro grupo era o dos essênios. Muitos dos sacerdotes em Jerusalém não viviam como Deus queria. Os romanos tinham escolhido muitos dos sumo-sacerdotes, e alguns desses homens não eram qualificados de acordo com a Lei de Moisés. Por causa disso, os essênios achavam que o louvor e os sacrifícios não estavam sendo realizados da maneira correta em Jerusalém. Então os essênios mudaram-se para o deserto da Judéia. Eles formaram sua própria comunidade, onde somente outros essênios podiam morar. Os essênios jejuavam, oravam e esperavam que Deus mandasse o Messias para purificar o templo e o sacerdócio. Muitos eruditos acreditam que os essênios tinham alguma ligação com a comunidade de Qumran e os manuscritos antigos achados naquela região e em outros lugares na área do desertoda Judéia (“manuscritos do Mar Morto”).
O NOVO TESTAMENTO
Deus começou seu plano. Ele tinha escolhido uma nação especial. Ele tinha feito com aquele povo uma Aliança que os prepararia para entender a Sua justiça e bondade. Através de profetas e poetas, Ele tinha revelado Seu plano para abençoar o mundo ao estabelecer um “reino” espiritual perfeito, baseado numa Aliança nova e melhor. Esse plano começaria com a vinda do Messias prometido. Os profetas tinham falado sobre a sua vinda em detalhes. Eles tinham dito onde o Messias nasceria, o tipo de pessoa que ele seria, e o trabalho que ele teria de realizar. Agora estava na hora da vinda do Messias para começar a Nova Aliança.
Os manuscritos do Novo Testamento descrevem como a Nova Aliança de Deus foi revelada e realizada por Jesus, que era o Cristo (que significa “o Ungido”, o Messias). Eles ensinam que essa Nova Aliança era para todas as pessoas. E contam como as pessoas do primeiro século respondiam à oferta graciosa do amor de Deus e como elas se tornavam parte dessa Nova Aliança. Esses manuscritos dão instruções ao povo de Deus sobre como viver nesse mundo. Também descrevem as bênçãos que Deus promete ao seu povo para ter uma vida plena e significativa aqui a fim de viver com Ele depois da morte.
Os manuscritos do Novo Testamento incluem vinte e sete “livros” diferentes, escritos por pelo menos oito autores distintos. Todos eles foram escritos em grego, que era uma língua conhecida em grande parte do mundo do primeiro século. Mais da metade do Novo Testamento foi escrito por quatro “apóstolos”, homens que Jesus escolheu para serem seus representantes ou ajudantes. Três desses apóstolos - Mateus, João e Pedro - estavam entre os doze seguidores mais chegados a Jesus durante a vida dele na Terra. O outro autor, Paulo, mais tarde foi escolhido como apóstolo por Jesus através de uma visita miraculosa.
Os primeiros quatro livros, chamados “Evangelhos”, são relatos separados da vida e morte de Jesus Cristo. Geralmente, esses livros enfatizam o ensinamento de Jesus, o propósito da sua vinda e o significado crucial da sua morte, ao invés de só contar fatos históricos da sua vida. Esse fato é focalizado de maneira especial no quarto livro, o Evangelho de João. Os primeiros três Evangelhos são semelhantes em conteúdo. De fato, muito do material de um é achado em um ou ambos os outros. Cada autor, porém, escreveu para uma audiência diferente e com seu próprio alvo em mente.
Os quatro Evangelhos são seguidos pelo livro de Atos, uma história dos eventos que se seguiram à morte de Jesus. Este livro descreve como a oferta amorosa de Deus para todas as pessoas foi anunciada ao mundo pelos seguidores de Jesus. Conta como a proclamação desse “evangelho” ou “Boas Novas” resultou na aceitação geral da fé cristã na Palestina e no mundo romano. O livro de Atos foi escrito por Lucas, uma testemunha ocular de muito daquilo sobre o que escreveu. Lucas também é o autor do terceiro Evangelho. Seus dois livros são um conjunto lógico, sendo Atos a seqüência natural do seu relato sobre a vida de Jesus.
Depois de Atos, há uma coleção de cartas escritas para indivíduos ou grupos de cristãos. Essas cartas foram enviadas por líderes cristãos como Paulo e Pedro, dois dos apóstolos de Jesus. Essas cartas foram escritas para ajudar as pessoas daqueles lugares a lidar com os problemas que tinham. As cartas servem para informar, corrigir, ensinar e encorajar não somente aquelas pessoas, mas todos os cristãos sobre a sua fé, sua vida em conjunto e a sua vida no mundo.
O último livro do Novo Testamento, Apocalipse, é diferente de todos os outros livros. Ele usa linguagem bastante figurada e conta sobre as visões do autor, o apóstolo João. Muitas das figuras e imagens são do Velho Testamento e podem ser melhor entendidas ao fazer uma comparação entre Apocalipse e os manuscritos do Velho Testamento. Esse último livro assegura os cristãos da vitória sobre as forças do mal através do poder de Deus e Jesus Cristo, seu líder e auxiliador.
Os livros do Novo Testamento
As descrições a seguir devem ajudá-lo a se preparar para ler cada livro do Novo Testamento:
Mateus. Mateus é o nome de um dos seguidores mais chegados a Jesus. Mateus era um coletor de impostos quando Jesus o escolheu para ser um dos seus apóstolos. O livro de Mateus mostra a influência de sua ascendência e interesses judaicos. Ele parece estar interessado de maneira especial na realização das profecias do Velho Testamento na vida de Jesus. Porém, Mateus realmente focaliza seu livro nos ensinamentos de Jesus.
Marcos. João Marcos era um jovem companheiro de alguns dos apóstolos. O estilo literário de Marcos é breve e cheio de ação. Ao contrário de Mateus e Lucas, ele mostra muito pouco interesse nos ensinamentos de Jesus. Marcos aparentemente focalizou seu livro na mente romana não-judaica, nas ações de Jesus que provam que Ele é o Filho de Deus. Marcos parece estar mais interessado em que as pessoas saibam que Jesus veio ao mundo para salvar a humanidade das conseqüências do pecado.
Lucas. Este é um dos dois livros escritos por um companheiro de viagens do apóstolo Paulo. Lucas era um médico bem educado e um escritor talentoso. Ele parece estar familiarizado com o Evangelho de Marcos e muito do material no Evangelho de Mateus. Mas ele escolhe incluir primariamente as partes que seriam atraentes e de fácil entendimento para a sua audiência de não judeus. Mais do que os autores dos outros evangelhos, ele parece estar interessado em relatar a vida de Jesus como uma realidade histórica. Ele não enfatiza, porém, os eventos na vida de Jesus, mas na pessoa dele como alguém amável e cuidadoso, que ensinava às pessoas o verdadeiro significado da vida e que atingia as necessidades de todas as pessoas, com poder para ajudar e salvar.
João. Este Evangelho é muito diferente dos outros três. Vemos isso imediatamente na linda e profunda introdução. João apresenta muito material que não é encontrado nos outros Evangelhos. Seu interesse maior é provar que Jesus é o Messias (Cristo), o divino “Filho de Deus” e “Salvador” do mundo.
Atos. Este livro, escrito por Lucas, continua onde o outro termina. Ele começa com as instruções de Jesus aos seus seguidores de irem pelo mundo anunciando as “Boas Novas”, uma mensagem sobre o amor de Deus para com a humanidade. Jesus queria que eles contassem sobre o que sabiam da missão divina de Jesus para salvar as pessoas do mundo das conseqüências dos seus erros. Lucas traça a realização desta tarefa, focalizando as atividades de dois dos seguidores principais, Pedro e Paulo. Ele mostra como o cristianismo se espalhou rapidamente de um pequeno começo em Jerusalém até as regiões vizinhas de Judéia e Samaria, e eventualmente aos confins do império romano.
O próximo conjunto de manuscritos do Novo Testamento são as cartas de Paulo. O apóstolo Paulo (originalmente chamado Saulo) era um judeu bem educado de Tarso na Silícia (Sudeste da Turquia). Educado em Jerusalém, ele era um líder entre os fariseus, e se opunha ao cristianismo violentamente no começo do movimento. Porém, Jesus apareceu a ele numa visão e mudou a direção de sua vida. Mais ou menos dez anos depois, ele começou a viajar para proclamar a mensagem de Cristo. Durante este período ele escreveu várias cartas às igrejas (grupos de cristãos) e a indivíduos. Treze destas cartas estão incluídas no Novo Testamento.
A carta de Paulo aos Romanos é a mais comprida e detalhada de todas. A maioria das suas cartas são dirigidas a grupos de cristãos em cidades onde ele tinha sido pioneiro em ensinar as pessoas sobre Cristo e no estabelecimento de igrejas. No entanto, quando ele escreveu esta carta aos cristãos moradores de Roma, ele nunca tinha ido àquela cidade. Ele estava na Grécia (por volta de 57 d.C.), incapacitado de viajar para Roma como ele queria. Esta carta é uma apresentação cuidadosa das verdades fundamentais da fé cristã.
As cartas de 1 Coríntios e 2 Coríntios são duas de várias cartas que Paulo escreveu aos cristãos de Corinto, uma cidade no sul da Grécia. Na primeira dessas duas cartas, Paulo lida com alguns problemas que tinham surgido entre os cristãos e responde às perguntas que alguns deles haviam enviado a ele. Os assuntos incluem unidade cristã, casamento, pecado sexual, divórcio, costumes judaicos, etc. O capítulo 13 é de especial interesse. É um famoso escrito de Paulo sobre o amor, que ele vê como a solução de todos os problemas. A segunda carta seguiu à resposta dos coríntios à primeira carta.
A carta de Paulo aos Gálatas lida com um problema de outro tipo entre os cristãos na Galácia. Paulo tinha proclamado a mensagem cristã e havia estabelecido algumas igrejas. Então um grupo de professores judeus foi lá e ensinou algumas idéias que eram diferentes do ensinamento verdadeiro de Cristo. O problema era difícil, porque envolvia a base de um bom relacionamento de uma pessoa com Deus. Não podendo viajar à Galácia naquele momento, Paulo enfrentou o problema com força nesta carta. Como sua carta aos Romanos, ele lida com os princípios básicos da fé cristã, mas por uma razão diferente.
Paulo escreveu a carta aos Efésios enquanto estava na prisão, mas não se sabe de onde ou quando. O tema dessa carta é o plano de Deus para reunir todas as pessoas sob o reino de Cristo. Paulo encoraja os cristãos a viverem as suas vidas em harmonia uns com os outros e comprometidos completamente com o propósito de Deus para eles.
A carta de Paulo aos Filipenses também foi escrita da prisão, provavelmente de Roma. Paulo estava enfrentando muitos problemas naquela época, mas confiava em Deus, e essa carta é cheia de confiança e alegria. Paulo a escreveu para encorajar os cristãos em Filipos e para lhes agradecer por uma ajuda financeira que eles tinham enviado.
Paulo escreveu a carta aos Colossenses para confrontar alguns falsos ensinamentos que estavam perturbando a igreja em Colosso, uma cidade na Ásia Menor (Turquia). Partes desta carta são semelhantes à carta aos Efésios. Paulo dá algumas lições práticas para viver de maneira cristã.
As cartas de 1 Tessalonicenses e 2 Tessalonicenses provavelmente estão entre as primeiras cartas de Paulo. Na sua primeira viagem à Macedônia (norte da Grécia), Paulo proclamou a mensagem cristã ao povo de Tessalônica. Muitas pessoas creram, mas Paulo teve de partir depois de uma curta temporada. Ele escreveu essa carta para encorajar as pessoas na sua nova fé. Ele também discute algumas coisas que as pessoas não entendiam, especialmente a respeito da esperada volta de Cristo. A segunda carta continua essa discussão.
As cartas de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito foram escritas perto do fim da vida de Paulo para dois de seus companheiros mais chegados. Paulo tinha deixado Timóteo em Éfeso e Tito em Creta para ajudar com alguns problemas sobre a organização e a função das igrejas. Aparentemente Timóteo e Tito ficaram para ajudar as igrejas nesses lugares a prepararem uma liderança e uma operação independente. Na primeira carta a Timóteo e na carta a Tito, Paulo dá algumas diretrizes para a seleção de líderes assim como instruções para lidar com vários problemas e situações. A segunda carta a Timóteo, escrita da prisão enquanto Paulo esperava o fim de sua vida, é muito pessoal. A carta contém conselhos e encorajamento enquanto ele motiva Timóteo a seguir seu próprio exemplo de fé, coragem e perseverança.
Filemom é uma carta curta escrita por Paulo na mesma época em que escreveu aos colossenses. Filemom, um cristão em Colosso, era o mestre de um escravo fugitivo, Onésimo, que tinha se tornado cristão através da influência de Paulo. A carta é o apelo de Paulo a Filemom para perdoar Onésimo e dar as boas-vindas a ele.
Além das cartas de Paulo, há oito cartas escritas por outros seguidores de Jesus. O autor de Hebreus é desconhecido, mas é evidente que foi escrito aos judeus que creram em Cristo. Eles estavam prestes a perder sua fé em Jesus. Esta carta foi escrita para encorajar e fortalecer a fé desses cristãos. O autor enfatiza a superioridade de Jesus Cristo sobre todos os outros seres. Ele ensina que o sacerdócio eterno de Jesus Cristo e a “aliança melhor” são superiores ao sacerdócio do Velho Testamento e à “primeira aliança”. O autor fecha encorajando as pessoas a confiarem em Deus e a viverem para Ele.
A palavra “prática” é usada freqüentemente para descrever a carta de Tiago, “um servo” de Deus e de Jesus. Algumas pessoas acham que esse é um dos irmãos de Jesus. A influência judaica de Tiago fica clara nos seus ensinamentos sobre a justiça e eqüidade, ajudando os pobres, protegendo-se contra a influência do mundo, sabedoria, domínio próprio, sofrimento e tentações, a necessidade de agir em resposta à palavra de Deus, fé e obras. Ele também encoraja as pessoas a orarem e a serem pacientes.
As cartas de 1 Pedro e 2 Pedro foram escritas pelo apóstolo Pedro aos cristãos que estavam morando em lugares diferentes. Pedro ensina esses cristãos sobre a esperança viva e o verdadeiro lar no céu. Apesar das dificuldades que estavam enfrentando, Pedro lhes assegura que Deus não os abandonou. Eles serão pessoas melhores por causa do sofrimento. Ele os faz lembrar que Deus os tem abençoado e tem perdoado os seus pecados através de Jesus Cristo. A resposta deles deveria ser uma vida reta. Em 2 Pedro, o apóstolo confronta os falsos profetas. Ele ensina sobre o verdadeiro conhecimento e a segunda vinda de Cristo.
As cartas de 1 João, 2 João e 3 João foram escritas pelo apóstolo João. As cartas de amor de João asseguram aos crentes que Deus sempre os aceitará. João ensina que as pessoas mostram seu amor por Deus amando as pessoas ao seu redor e fazendo as coisas que Deus quer que façam. A segunda e terceira carta apelam para que os cristãos amem uns aos outros, e adverte contra falsos profetas e contra comportamento que não é segundo o que Deus deseja.
O autor da carta de Judas é um irmão de Tiago e provavelmente um irmão de Jesus. Esta carta encoraja fidelidade, fala contra os que estão causando problemas e contra os falsos profetas.
Apocalipse (ou Revelação) do apóstolo João é diferente de todos os outros livros do Novo Testamento. “Foi escrito a cristãos de sete cidades da Ásia Menor (região da Turquia), mas contém também uma descrição da guerra espiritual que interessa a todos os cristãos.” Este livro usa linguagem altamente figurada e conta as visões que João teve. Muitas das figuras e imagens são do Velho Testamento e podem ser entendidas melhor numa comparação com os manuscritos do Velho Testamento. Esse último livro assegura aos cristãos a vitória sobre as forças do mal através do poder de Deus e Jesus Cristo, seu líder e ajudante.
O Novo Testamento e o leitor moderno
O leitor da Bíblia de hoje deve ter em mente que estes livros foram escritos milhares de anos atrás para pessoas que viviam numa cultura muito diferente da nossa. Geralmente, os manuscritos focalizam princípios que são verdades universais, apesar de muitos terem contos históricos, ilustrações usadas e referências que só podem ser entendidos através de algum conhecimento e da cultura daquela época. Por exemplo, Jesus contou uma história sobre um homem que semeava um campo que tinha condições diferentes de solo. Aquelas exatas condições talvez não sejam familiares para uma pessoa moderna, mas a lição que Jesus extrai do exemplo é relevante para pessoas de qualquer época e qualquer lugar.
O leitor moderno pode achar o mundo da Bíblia um tanto quanto estranho. Os costumes, as atitudes e a maneira das pessoas falarem talvez sejam desconhecidos. É razoável avaliar essas coisas pelos padrões daquela época e lugar ao invés de usar os padrões modernos. É importante também notar que a Bíblia não foi escrita como um livro científico. Ela foi escrita basicamente para descrever eventos históricos e apresentar o significado daqueles eventos para a humanidade. Seus ensinamentos envolvem verdades universais que ultrapassam o parâmetro da ciência. Ela permanece relevante mesmo nessa época moderna, porque lida com as necessidades espirituais básicas das pessoas, que não mudam.
Qualquer pessoa que lê a Bíblia com objetividade pode esperar ganhar muitos benefícios. Ela adquirirá conhecimento da história e da cultura do mundo antigo. Aprenderá sobre a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo e o que significa ser um seguidor dEle. Ganhará percepções espirituais básicas e aprenderá lições práticas para viver uma vida dinâmica e cheia de alegria. Achará respostas às questões mais difíceis da vida. Há, então, muitas boas razões para ler este livro, e a pessoa que a lê com a mente aberta e curiosa descobrirá o propósito de Deus para sua vida.